Presidente do PSG, Nasser Al-Khelaifi vira "Nova Leila" para John Textor

John Textor, dono da SAF do Botafogo e do Lyon, teve uma discussão acalorada com Nasser Al-Khelaifi, presidente do PSG, durante uma reunião da Ligue 1 sobre direitos de transmissão. Áudios revelados pelo jornal L'Équipe mostram que, durante o encontro, Textor iniciou chamando Al-Khelaifi de "tirano", e em resposta, o dirigente catariano desdenhou do norte-americano, chamando-o de "caubói", afirmando que ele "não entendia nada" e mandando-o calar a boca.

Após os áudios virem à tona, o estadunidense provocou o catariano aparecendo no gramado com um chapéu de caubói antes do confronto entre Lyon e PSG, no último domingo (23), no qual sua equipe perdeu por 3 a 2.

lA-Khelaifi, além de comandar o PSG, é presidente da Qatar Sports Investments (QSI) e lidera a Associação Europeia de Clubes (ECA). Sua influência no futebol europeu é grande, com o PSG se tornando uma das principais potências, sendo respaldado por investimentos do fundo soberano do Qatar.

Já Textor, dono da Eagle Football Group, que investe em diversas equipes ao redor do mundo, tem criticado a influência do PSG na Ligue 1, acusando o clube de distorção a competição com seus recursos financeiros ilimitados. Textor também levantou já questões sobre a transparência da gestão financeira do PSG, especialmente no que diz respeito aos déficits anuais e ao papel do fundo qatari no sustento do clube.

Em entrevista ao jornal espanhol "As", John Textor declarou que a influência de Al-Khelaifi faz com que outros dirigentes tenham "medo" de se opor ao PSG. O empresário também afirmou que o modelo de gestão do clube parisiense, financiado por investimentos do Catar, seria "ilegal" dentro da legislação europeia.

Além disso, reclamou que o Lyon sofre ameaças de sanções por questões financeiras, enquanto o PSG segue impune, e afirmou que seu clube foi punido injustamente por protestar contra o modelo parisiense e recusar patrocínio do Catar.

"O mais incrível de tudo isso é que a todo momento questionam de onde vêm as receitas do Lyon, porque vêm do Brasil ou dos Estados Unidos. O modelo de financiamento do PSG é ilegal, enquanto nosso modelo é perfeitamente legal. O problema é que o modelo que recebe sanções é o nosso.", protestou o empresário.

A situação é paralela à realidade que enfrenta no Brasil, comandando as operações do Botafogo. Aqui, Leila Pereira, presidente do Palmeiras, esteve do lado oposto nas trocas de acusações com o dono da SAF do Glorioso nos últimos anos.

John Textor já se envolveu diretamente em polêmicas ligadas à arbitragem brasileira e à CBF. O mandatário do Botafogo se tornou o principal porta-voz das denúncias de manipulação de resultados no país, apontando o Palmeiras como o principal beneficiado. Leila foi sua maior opositora nessa questão, chegando a chamá-lo de "desequilibrado" e "vergonha do futebol brasileiro". Desde então, os dois trocaram farpas públicas e chegaram à esfera judicial, até a mais recente declaração de Textor sobre a dirigente, na qual elogiou seu papel no futebol brasileiro.

"A Leila merece ser vista como muito mais do que uma mulher. Ela é uma grande líder de um grande negócio, que por acaso é um grande clube de futebol. Pelo que sei, ela também comanda outros empreendimentos que são bons para o Brasil.", declarou o norte-americano em dezembro de 2024.