Mas o que mudou para Ferreirinha? Como o ponta trocou um jejum de quase nove meses sem gols por logo cinco de uma vez? É daquelas situações em que tudo parece se encaixar para o jogador, cuja primeira temporada pelo São Paulo, vindo do Grêmio em 2024, ficou abaixo das expectativas. Ferreirinha continua jogando pelo mesmo lugar que antes, mas agora com mais oportunidades entre os titulares. O motivo inicial? As lesões de Lucas Moura e Oscar, as duas maiores referências criativas do time.
Junte a isso as fases ruins de Luciano e de Calleri (este último, lesionado durante o empate contra o Botafogo). Clubes como o São Paulo são daqueles que, simplesmente, fazem gols em qualquer tipo de fase: esteja indo bem ou mal, tendo craque ou jogador mais esforçado. Ferreirinha ainda vai dizer a qual grupo pertence, mas seu grande mérito foi ter crescido na hora em que uma grande responsabilidade caiu em seu colo: com tantos desfalques, quem vai construir e criar? Em meio às péssimas fases dos principais artilheiros, quem vai fazer gol? A resposta para todas estas perguntas é a mesma: Ferreirinha.
Quando um jogador faz cinco gols em quatro jogos, é claro que além de seu mérito existe um somatório de outras coisas. Como se fosse um alinhamento de planetas. Impossível não imaginar que as falas duras de Neto não tenham motivado o atacante, embora Ferreirinha garanta não ter ligado muito para isso.
“Me mandaram bastante [o vídeo com os comentários e a promessa de Neto]. Não abri porque estava concentrado para o jogo. Ele tem o jeito dele lá, tá tudo bem. Tenho que pensar no São Paulo. Não por ele, tento fazer o máximo de gols pelo São Paulo. Não é por causa do Neto ou de qualquer pessoa. É para mim, para o São Paulo. Meu objetivo sempre será esse”, disse após ter marcado dois gols sobre o Alianza Lima.
Tão raro quanto vê-lo marcando tantos gols, uma vez que apenas uma vez em sua carreira (em 2021), ainda pelo Grêmio, Ferreirinha atingiu a casa das dezenas em uma única temporada (foram 14 naquele ano), foi ver sua reação após críticas até mesmo desrespeitosas feitas pelo comentarista. Ao contrário de expressar raiva, rancor ou qualquer coisa parecida, Ferreirinha optou pela diplomacia e classe e presenteou Craque Neto com uma camisa do São Paulo autografada.