- Klopp: Mundial de Clubes é a 'pior ideia de todas'
- Ex-técnico do Liverpool acredita que lesões seguirão
- Estrelas europeias têm um mês de folga antes da próxima temporada
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O ex-treinador do Liverpool criticou a entidade máxima do futebol, lamentando decisões tomadas por pessoas sem vivência no dia a dia dos clubes. Ao ser confrontado com os elogios de Karl-Heinz Rummenigge — dirigente do Bayern de Munique — ao torneio e a Gianni Infantino, Klopp reconheceu que alguns podem até se encantar com o dinheiro “insano” envolvido. Ainda assim, ele mantém a preocupação com o desgaste físico e mental dos próprios atletas.
AFPKlopp alertou que os jogadores de elite tendem a sofrer cada vez mais lesões caso não haja um alívio na carga de jogos. Segundo ele, isso acabará afetando a qualidade do espetáculo, já que o desempenho dos atletas cairá — o que, no longo prazo, reduziria o “valor” do produto oferecido aos fãs. E ele tem razão: caso Manchester City ou Chelsea cheguem à final no novo formato, terão apenas um mês de intervalo entre o último jogo nos Estados Unidos e o início da nova temporada.
AFPKlopp comentava sobre o bom trabalho de Julian Nagelsmann à frente da seleção alemã quando aproveitou para lançar duras críticas à Fifa, durante uma entrevista ao jornal Welt. “Julian abordou alguns pontos importantes em uma coletiva recente, falando sobre a necessidade de desenvolver aspectos específicos do jogo, como o papel de laterais e pontas. No fim das contas, tudo se resume ao futebol em si — e não ao que está ao redor. E é por isso que considero o Mundial de Clubes a pior ideia já implementada nesse sentido. São decisões tomadas por pessoas que nunca estiveram no dia a dia do futebol, ou que já se distanciaram completamente dele.”
Ao ser confrontado com os elogios de Karl-Heinz Rummenigge à competição e ao presidente da Fifa, Gianni Infantino, o ex-técnico do Liverpool rebateu: “Entendo quem diga: ‘Mas o dinheiro envolvido é insano’. Sim, é muito dinheiro — mas não é para todos os clubes.”
Klopp também chamou a atenção para a sobrecarga do calendário: “Ano passado tivemos Copa América e Euro. Este ano, o Mundial de Clubes. No ano que vem, a Copa do Mundo. Isso significa que os jogadores não têm tempo real de recuperação — nem física, nem mentalmente. É claro que todos ganham muito bem. Mas vamos deixar isso de lado por um momento. Um jogador da NBA, que também ganha fortunas, tem quatro meses de férias por ano. Virgil van Dijk nunca teve isso em toda a carreira. Torneios como esse não podem acontecer às custas dos atletas. Eu não desejo isso a ninguém, mas tenho muito medo do que pode acontecer.”
O receio de Klopp é claro: um aumento significativo no número e na gravidade das lesões. “Talvez não aconteça na próxima temporada, mas na Copa do Mundo, ou depois dela. Esperamos que os jogadores entrem em campo com intensidade máxima em cada jogo — e isso, às vezes, acontece 70 ou 75 vezes por ano. Isso é insustentável. Precisamos garantir que eles tenham pausas. Se não tiverem, não conseguirão manter o alto nível, e isso compromete o valor do espetáculo como um todo. Tive apenas duas semanas e meia de pré-temporada com o elenco completo — e depois, jogamos praticamente a cada três dias durante um ano inteiro. É brutal.”
Klopp nunca teve receio de dizer o que pensa — e agora, longe da beira do campo e à frente das operações globais de futebol do Red Bull Group, ele parece ter ainda mais liberdade para expressar suas opiniões sobre os rumos do esporte.