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Endrick Madrid nightmareGetty

Pesadelo de Endrick no Real Madrid precisa chegar ao fim - saída em janeiro pode ser a solução para o brasileiro

É verdade que Endrick herdou a camisa 9 do Real, o que, em tese, representaria confiança e prestígio. Quando um jogador recebe um número tão simbólico, costuma ser sinal de que está no caminho certo. Mas, na prática, o cenário é bem diferente.

Já se passaram mais de 150 dias desde a última vez que o brasileiro entrou em campo em uma partida oficial. O entusiasmo com sua contratação ainda existe, afinal, Endrick é jovem, talentoso e mostrou lampejos de um atacante capaz de decidir jogos. Mesmo assim, ele também tem limitações. Não é alto, e tampouco parece se encaixar no sistema de Xabi Alonso.

Com cada vez mais rumores sobre uma possível saída por empréstimo, fica difícil imaginar um futuro sólido para ele no clube. Existem momentos decisivos na carreira de um jogador, e Endrick parece estar exatamente nesse ponto. Sair em janeiro pode ser a única forma de salvar uma trajetória que mal começou.

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  • Endrick(C)Getty Images

    Investimento digno

    Quando o Real Madrid anunciou a contratação de Endrick, tudo parecia fazer sentido. Era mais uma das caçadas por uma estrela mirim brasileira, um tipo de aposta que o clube já fez outras vezes, inclusive com Vinícius Júnior e Rodrygo anos antes. Gigantes como Barcelona, Arsenal, Chelsea e Liverpool também estavam na disputa, mas a ida a Madri parecia o passo certo.

    O Real precisava de um nome desse porte. O Barcelona vinha levando a melhor em contratações de promessas brasileiras nos últimos anos, com Neymar, por exemplo, e Florentino Pérez queria equilibrar esse jogo. A transferência foi caríssima: 60 milhões de euros (cerca de R$ 387 milhões). Mas o potencial justificava o investimento. Endrick tinha apenas 16 anos, mas o talento era evidente. A ideia era clara: jogar no Palmeiras até completar 18 anos o deixaria mais forte, acostumado ao jogo físico e pronto para o desafio europeu.

    E o clube não escondeu o entusiasmo. Em 2023, o Real promoveu uma visita de Endrick a Valdebebas, o centro de treinamento, que virou um evento nas redes sociais. O jovem apareceu abraçado com Carlo Ancelotti e até trocou cumprimentos com Jude Bellingham, que o chamou de “superestrela”. Parecia o começo de uma história vitoriosa.

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  • Karim Benzema x Vini Jr Real Madrid 2022-23Getty Images

    O encaixe certo?

    Mas alguns sinais de alerta já existiam. Quando o Real contratou Endrick, em 2022, vivia uma transição ofensiva. Karim Benzema, recém-premiado com a Bola de Ouro, sofria com lesões e queda de rendimento. Vinícius Júnior e Rodrygo eram craques, mas nenhum deles era centroavante. Aquele foi o ano em que o Barcelona recuperou o título espanhol sob o comando de Xavi.

    O Real, como sempre, tinha poder de escolha no mercado. Trouxe Jude Bellingham após uma longa novela, e o inglês brilhou logo na primeira temporada, conduzindo o time ao título da Champions League e de LaLiga em 2024. Joselu virou xodó da torcida, mas era claro que o clube ainda precisava de um atacante jovem. Esse papel, em teoria, caberia a Endrick.

    No entanto, ficou evidente que o Real já tinha planos maiores. A chegada de Kylian Mbappé, confirmada no fim da temporada 2023/24, mudou tudo. O francês assumiu o papel de protagonista e passou a atuar como falso 9, sendo o centro do ataque. Sobrou pouco espaço para o brasileiro.

  • Endrick Palmeiras 2022-23Getty

    Desenvolvimento no Brasil

    Enquanto o Real montava seu novo elenco, Endrick vivia altos e baixos no Brasil. O que muitos na Europa ignoraram é que, quando ele foi anunciado, ainda não tinha 18 anos. O Campeonato Brasileiro, apesar de revelar talentos, é extremamente competitivo e físico. Não é o ambiente mais fácil para um adolescente se desenvolver.

    E o desafio se mostrou enorme. Inicialmente, Endrick alternava entre o banco e o time titular do Palmeiras. Fez gols importantes na conquista do título do Verdão, teve bons momentos, mas também enfrentou muita pressão externa. Foram 11 gols em 1.600 minutos no Brasileirão, um número bastante positivo para a idade, mas ainda fora do padrão Real Madrid. Além disso, ele virou alvo constante das câmeras e críticas. Em uma dessas vezes, foi flagrado chorando no banco de reservas, o que gerou uma enxurrada de comentários na imprensa espanhola.

    Depois, o técnico Abel Ferreira admitiu que poderia ter agido diferente: "Sim, é verdade, ele chorou e cobriu o rosto. Eu não sou o pai dele, mas devia ter dado um abraço. É preciso ter calma. Ninguém gosta de críticas. Há uma pressão enorme sobre ele para marcar cinco, seis gols, e ele tenta lidar com isso sozinho. O gol vai sair no momento certo. É só manter a calma e continuar sorrindo."

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  • Sevilla FC v Real Madrid CF - La Liga EA SportsGetty Images Sport

    Temporada de estreia no Real

    Recomeçar no Real Madrid é um desafio gigantesco. O clube não perdoa erros. Bastam algumas partidas ruins para o jogador ser questionado. Endrick sabia que não poderia repetir as longas sequências sem marcar que teve no Brasil.

    Seu início foi misto. Mostrou energia, fez alguns gols e teve boas atuações, mas acabou sendo usado com moderação, principalmente em jogos da Copa do Rei. Ainda assim, seus números, no contexto, não foram ruins: 37 jogos e sete gols na temporada. Um desempenho semelhante, ou até superior, ao de Vinícius e Rodrygo em seus primeiros anos na Espanha.

    Mas Carlo Ancelotti, conhecido por ser cauteloso com jovens, não facilitava. Arda Guler, outro talento promissor, chegou a ouvir que “teria de esquentar o banco” antes de ganhar espaço com Xabi Alonso.

    A concorrência também pesava. Mbappé era intocável. Vinícius brigava por minutos. Rodrygo, cada vez mais questionado, seguia no elenco. Faltava espaço para Endrick.

    E então veio a lesão. No último jogo da temporada, uma partida sem importância, começou ao lado de Mbappé, mas precisou sair machucado. Exames posteriores confirmaram um problema muscular na perna, que o tirou do Mundial de Clubes, onde poderia finalmente brilhar.

  • Real Sociedad v Real Madrid CF - LaLiga EA SportsGetty Images Sport

    Na geladeira com Xabi Alonso

    A lesão foi especialmente dolorosa porque Xabi Alonso deixou claro, desde o início do Mundial de Clubes, que não tinha medo de fazer rotações no elenco. O técnico espanhol enfrentava uma série de problemas físicos em seu grupo, além do desafio de integrar várias novas contratações ao time. Com Mbappé afastado por uma virose, Alonso escalou Gonzalo García, atacante da base, como titular. O jovem respondeu com quatro gols e terminou como artilheiro do torneio.

    Endrick, por sua vez, viajou para Miami para treinar com o restante da equipe do Real Madrid, mas acabou agravando novamente a mesma lesão. A partir daí, o cenário ficou sombrio. Rumores sobre uma saída começaram a ganhar força, desde uma possível transferência por empréstimo até especulações sobre uma venda definitiva. E, convenhamos, não seria algo totalmente ilógico: Gonzalo havia tomado o seu espaço, e voltar à equipe principal se tornava cada vez mais difícil.

    Para piorar, Endrick não parece ser o tipo de jogador que Alonso gosta. O espanhol prefere pontas criativos e um centroavante físico, que jogue mais fixo dentro da área. Nesse sentido, Joselu, curiosamente, se encaixava muito melhor. Endrick, não.

  • Real Madrid CF v RCD Espanyol de Barcelona - LaLiga EA SportsGetty Images Sport

    O que vem a seguir?

    O futuro do brasileiro é incerto. Carregar a camisa 9 do Real Madrid ainda tem peso simbólico. Indica que o clube confia nele, que não é apenas mais um. Ninguém recebe esse número para ficar esquecido no elenco.

    Ele voltou a ser relacionado recentemente, mas passou cinco partidas seguidas no banco, sem entrar em campo, enquanto Alonso segue testando diferentes formações e duplas de ataque. Um retorno ao Brasil, neste momento, também parece improvável. Carlo Ancelotti o deixou fora dos amistosos da seleção contra Coreia do Sul e Japão. Algo compreensível, considerando sua falta de ritmo de jogo.

    O discurso oficial do Real é de paciência e confiança. O clube acredita que a oportunidade de Endrick vai chegar, e que ele precisa apenas se readaptar e aproveitar o momento quando for chamado. Isso pode até ser verdade. Afinal, ele ainda tem apenas 19 anos.

    Mas essa também é justamente a questão: ele só tem 19 anos, e um talento como o dele não pode passar cinco meses sem jogar. Para um jogador que precisa de sequência e confiança, talvez já seja hora de buscar novos ares, mesmo que temporariamente, para recolocar a carreira no caminho que todos esperavam.

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