Pesadelo contra o Grimsby, 7 a 0 diante do Liverpool e os piores vexames do Manchester United no século 21

Apesar da presença de Cristiano Ronaldo, Carlos Tévez, Nani e Ryan Giggs, os Red Devils de Sir Alex Ferguson não conseguiram superar o Manchester City. A equipe de Sven-Goran Eriksson venceu o United no Old Trafford na segunda semana da campanha, mas a derrota seguinte, em fevereiro, foi particularmente dolorosa.

A partida aconteceu poucos dias após o 50º aniversário do desastre aéreo de Munique, e a equipe de Ferguson ficou para trás com gols de Darius Vassell e Benjani. Michael Carrick marcou no final para o United, mas eles não conseguiram nem ao menos chegar no empate.

O trabalho de Ralf Rangnick no Manchester United já tinha desandado completamente quando o time viajou para enfrentar o Brighton, perto do fim da temporada 2021/22. No Amex Stadium, os Red Devils foram atropelados: Caicedo, Cucurella, Pascal Gross e Trossard marcaram nos primeiros 60 minutos, deixando o United sem reação diante da equipe comandada por Graham Potter.

Depois disso, o time ainda empatou com o Chelsea e perdeu para o Crystal Palace nos dois últimos jogos da Premier League, terminando a temporada em sexto lugar, com a sensação de que foi um ano de decepção para um clube do tamanho do United — mal sabiam eles a triste situação em que o time se encontraria quatro anos depois.

Se perder por 4 a 1 fora de casa para o City na terceira rodada da Premier League já tinha sido ruim, a situação de David Moyes no comando do Manchester United ficou ainda pior quando os Red Devils foram novamente atropelados pelos rivais dentro de Old Trafford. Logo no primeiro minuto, Džeko abriu o placar, fez o segundo pouco antes da marca de uma hora de jogo e, perto do fim, Yaya Touré completou a goleada.

O City acabou conquistando o título daquela temporada, enquanto o United terminou apenas em sétimo. Para piorar, Moyes declarou que seu time precisava “aspirar chegar ao nível do City” — uma frase que caiu muito mal entre os torcedores do United, que não engoliram a comparação direta com o maior rival.

Tudo parecia bem encaminhado quando Cristiano Ronaldo colocou o Manchester United em vantagem aos 22 minutos em Old Trafford. Mas a festa durou pouco: antes da meia hora, Fernando Torres empatou. Depois, Steven Gerrard, Fábio Aurélio e Andrea Dossena completaram a virada — e a humilhação — garantindo ao Liverpool uma vitória por 4 a 1 dentro da casa do rival.

Naquela temporada, os Reds venceram o United duas vezes na Premier League e mantiveram a pressão na disputa pelo título. No entanto, quem acabou rindo por último foram os Red Devils, que terminaram quatro pontos à frente e levantaram a taça mais uma vez.

O primeiro jogo de Erik ten Hag na fase de grupos da Liga dos Campeões em Old Trafford tinha tudo para ser uma grande noite, mas virou um pesadelo. Rasmus Højlund colocou o Manchester United em vantagem duas vezes, mas em ambas a defesa entregou de forma absurda — e André Onana teve uma atuação desastrosa. No segundo tempo, o goleiro errou feio ao dar a bola de presente para Dries Mertens, lance que acabou resultando em pênalti cometido por Casemiro, que ainda foi expulso.

Mauro Icardi desperdiçou a cobrança, mas poucos minutos depois se redimiu e marcou o gol da vitória do Galatasaray. Centenas de torcedores turcos, posicionados no setor mandante, comemoraram como nunca, afinal, foi a primeira vitória do clube em solo inglês depois de 11 tentativas. A defesa caótica do United tornou tudo possível e a derrota acabou custando caro: o time terminou na lanterna do grupo.

O Manchester United vinha de três jogos invicto na Espanha em 2022/23, mas sucumbiu ao “fator Sevilla” na Liga Europa. No barulhento Ramón Sánchez Pizjuán, pelas quartas de final e com o placar agregado em 2 a 2, os espanhóis atropelaram os Red Devils com uma pressão sufocante — enquanto David de Gea teve talvez sua pior atuação com a camisa do United.

Logo no início, uma bola arriscada do goleiro para Harry Maguire terminou nos pés de Youssef En-Nesyri, herói marroquino da Copa do Mundo, que abriu o placar. O segundo veio com De Gea completamente mal posicionado. Mas o pior ainda estava por vir: ao tentar dominar um lançamento longo, o goleiro espanhol falhou de forma bizarra e entregou a bola justamente para En-Nesyri, que fechou a goleada por 3 a 0.

O Sevilla seguiu firme e acabou conquistando a Liga Europa pela sétima vez em sua história, ampliando o recorde. Curiosamente, eles não estavam em seu melhor momento: o time brigava contra o rebaixamento em La Liga e já estava no seu terceiro técnico na temporada. Ainda assim, o United foi incapaz de competir.

Para ser justo com Erik ten Hag, o Manchester United foi a campo contra o Crystal Palace extremamente defasado. No banco de reservas, cinco garotos sem experiência e dois goleiros. Na defesa, um lateral-direito improvisado na esquerda e a 14ª dupla de zaga diferente da temporada — formada por um volante e um zagueiro de 36 anos que, no verão anterior, treinava com o time sub-21. Para piorar, Bruno Fernandes ficou de fora por lesão pela primeira vez na carreira.

Mesmo com tantas limitações, a atuação foi indefensável: erros básicos resultaram no pior desempenho da temporada e no segundo pior da era Ten Hag. O time levou o primeiro gol a partir de um simples arremesso lateral, deixou um buraco enorme no meio-campo no segundo e ainda viu Casemiro coroar a noite desastrosa ao entregar a bola para Michael Olise marcar o quarto. Depois do jogo, Jamie Carragher foi direto: sugeriu que o brasileiro deixasse o United para não “se envergonhar ainda mais”, dizendo: “Saia do futebol antes que o futebol saia de você”.

Foi a derrota mais pesada do United em 2023/24 e ainda rendeu um recorde indesejado: 13 derrotas na Premier League em uma única temporada. Mas, para muitos, foi o preço da insistência de Ten Hag em manter um estilo de jogo aberto mesmo com um elenco recheado de veteranos.

O United teve a chance de se redimir da goleada sofrida em Old Trafford, em outubro de 2011, quando enfrentou o rival da cidade na antepenúltima rodada da Premier League. Mas as coisas não saíram como planejado, já que o time de Roberto Mancini foi quem abriu o placar.

Depois de um escanteio cobrado por David Silva, o zagueiro Vincent Kompany subiu mais alto que todo mundo e testou firme, sem chances para De Gea. O gol incendiou o estádio e garantiu a vitória do City, que ficou a um passo de conquistar o primeiro título inglês desde 1968.

A era de Erik ten Hag no Manchester United não poderia ter começado de forma pior. Logo na estreia da Premier League, o time perdeu em casa por 2 a 1 para o Brighton. Seis dias depois, veio o vexame: o United foi atropelado pelo Brentford.

Com apenas 20 minutos de jogo, os Bees já venciam por 2 a 0. Antes do intervalo, Ben Mee e Bryan Mbeumo ampliaram e transformaram a partida em goleada. A pressão sobre Ten Hag foi imediata. No entanto, o United conseguiu reagir na rodada seguinte, vencendo o clássico contra o Liverpool por 2 a 1 em Old Trafford.

A passagem de Louis van Gaal pelo United começou cheia de expectativas depois de uma pré-temporada dos sonhos, mas tudo desmoronou quando a temporada oficial começou. O time perdeu o primeiro jogo da Premier League em casa para o Swansea e depois empatou com o Sunderland.

A situação piorou ainda mais na estreia da Copa da Liga Inglesa, contra o MK Dons — equipe criada e relocada de forma polêmica às custas do Wimbledon.

Com um jovem Dele Alli comandando o meio-campo e o futuro ídolo cult Will Grigg fazendo gols no ataque, o time da terceira divisão humilhou completamente o United, deixando claro que Van Gaal tinha um desafio gigantesco pela frente. Ao menos o técnico podia se consolar dizendo que escalou um time fraco, com estreantes como Saidy Janko e Reece James, que nunca mais jogaram pelo clube.

Tudo começou bem. Aos dois minutos, Bruno Fernandes colocou o time de Ole Gunnar Solskjaer na frente, 1 a 0, contra o Tottenham de José Mourinho em Old Trafford.

Mas a vantagem durou pouco. Tanguy Ndombele empatou quase imediatamente e, três minutos depois, Son Heung-min virou o placar para os visitantes. Antes dos 30 minutos, Anthony Martial foi expulso, e a partida virou um verdadeiro passeio do Spurs: Son e Harry Kane ainda marcaram mais dois gols cada, e Serge Aurier também balançou a rede. No fim, o Tottenham voltou para o norte de Londres com três pontos e um sorriso enorme no rosto.

Enfrentar um time em boa fase, três divisões abaixo, na segunda rodada da Carabao Cup, não deveria ter sido um problema para a equipe de Ruben Amorim, mesmo após um início ruim na Premier League. Mas foi exatamente isso que aconteceu, evidenciando as falhas do United no começo da temporada 2025/26.

Amorim não escalou sua equipe titular, mas isso não justifica o verdadeiro banho de futebol que os 20 vezes campeões da Inglaterra tomaram do Grimsby Town, que abriram 2 a 0 ainda no primeiro tempo — ajudado por dois erros grotescos de André Onana, em sua primeira partida da temporada.

O Grimsby ainda teve dois gols anulados antes do United reagir, com um gol de Bryan Mbeumo e um cabeceio tardio de Harry Maguire. Mas chegar à disputa de pênaltis não trouxe segurança, especialmente com Onana no gol. O goleiro camaronês só conseguiu defender uma das 13 cobranças, enquanto Matheus Cunha e Mbeumo desperdiçaram suas chances. O resultado foi a eliminação mais precoce do United na Carabao Cup em 11 anos e um dos resultados mais humilhantes da história do clube.

O United começou a temporada 2021/22 de forma respeitável, mas tudo desmoronou rapidamente: derrota para o Aston Villa, empate com o Everton e uma derrota por 4 a 2 para o Leicester City. A sequência ruim piorou ainda mais no final de outubro, quando o Liverpool visitou Old Trafford.

Em apenas cinco minutos, Naby Keita abriu o placar para os visitantes, e Diogo Jota logo ampliou para 2 a 0. Mohamed Salah ainda completou um hat-trick, dando aos Reds uma vantagem de cinco gols antes dos 50 minutos de jogo.

Enquanto o Liverpool brigava pelo título da Premier League — perdido por apenas um ponto para o Manchester City —, esse resultado marcou o início do fim para Ole Gunnar Solskjaer no United. O time não conseguiu se recuperar nem após a demissão do treinador norueguês no mês seguinte.

No fim, a temporada 2011/12 teve uma disputa de título eletrizante, que terminou com um dos momentos mais memoráveis da história da Premier League. Mas para os torcedores do Manchester United, também trouxe lembranças aterrorizantes.

Os campeões da temporada anterior começaram a campanha com oito jogos de invencibilidade, até que tudo desmoronou com a humilhante derrota por 6 a 1 em casa para o Manchester City. Mario Balotelli abriu o placar aos 22 minutos e celebrou com a famosa camisa “Why Always Me?”, enquanto as chances do United de reagir foram por água abaixo quando Jonny Evans foi expulso.

Balotelli marcou o segundo gol aos 60 minutos, e o City ainda marcou mais quatro vezes nos últimos 30 minutos, com Darren Fletcher anotando apenas um gol de consolação para os donos da casa. A derrota foi especialmente dolorosa, já que o City acabou conquistando o título da Premier League no saldo de gols.

O United teve um desempenho decente nos primeiros 40 minutos da visita a Anfield, mas desmoronou de forma espetacular quando Cody Gakpo abriu o placar pouco antes do intervalo. Darwin Núñez ampliou logo aos dois minutos do segundo tempo, e Gakpo ainda marcou o terceiro com um toque delicado.

Mohamed Salah fez dois gols e se tornou o maior artilheiro do Liverpool na Premier League, enquanto Núñez anotou seu segundo e Roberto Firmino fechou a conta, completando a maior derrota do United na história da liga.