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Neymar e GansoGOAL

Pela primeira vez é Neymar, e não Ganso, quem precisa dar a grande resposta no reencontro das lendas – desta vez com Fluminense e Santos

O brasileiro gosta de boas duplas no mundo do entretenimento. O sertanejo raiz ou até mesmo o tal do universitário não consegue negar. O futebol, então, é recheado de grandes exemplos. Pelé & Garrincha ou Bebeto & Romário são as duas maiores da seleção brasileira – e, por extensão, possivelmente do mundo – e você com certeza vai saber dar os exemplos do seu clube de coração.

Para os santistas, Neymar e Ganso é uma destas duplas. Para o torcedor da seleção brasileira não-santista, chega a doer o fato de não termos visto algo parecido com a camisa canarinho. Nesta terceira rodada de Brasileirão 2025, eles possivelmente irão se reencontrar em lados opostos – e desta vez é Ney, e não PH, quem está mais pressionado a dar uma resposta.

Não é exagero afirmar que Neymar e Ganso tenham formado a última grande dupla sensacional produzida em nossas fronteiras, considerando aquela expectativa (praticamente uma quase-certeza) de vê-los sendo estandartes do futebol brasileiro em sonhadas glórias pela equipe canarinho... Mas – e a essa altura do campeonato vocês já sabem disso! – não aconteceu.

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  • Neymar Ganso SantosGetty Images

    As altas expectativas na origem

    A vitória por 3 a 0 sobre o Mogi Mirim, pelo Campeonato Paulista de 2009, marcou o primeiro gol profissional de Neymar. E também a primeira partida ao lado de Paulo Henrique, seu grande amigo, que naqueles primeiros passos ainda não era chamado pelo apelido aviário. No total, Neymar e Ganso disputaram 144 jogos lado a lado: 78 vitórias, 31 empates e 35 derrotas atuando por Santos (na enorme maioria das vezes) e seleções brasileira principal e olímpica – em menos ocasiões do que qualquer um teria imaginado.

    Os feitos pelo Santos falam por si. Foram seis troféus: um tricampeonato paulista (2010-2011-2012), uma Copa do Brasil (2010) e a terceira Libertadores da história do Peixe (2011). Isso além do bônus em forma de Recopa Sul-Americana em 2012. Simplesmente a época mais importante do clube da Vila Belmiro após os tempos de Pelé.

    Hoje é fácil dizer que Neymar é o grande protagonista, mas nem sempre foi assim. Nos primeiros momentos, não eram poucos os que diziam que Ganso seria melhor jogador – sensação que ganhou o máximo de adesão após a final do Paulistão de 2010, quando o meia se recusou a ser substituído, em cena que, por mais bizarro que pareça, foi vista de forma positiva dentro do contexto do “ele sabia que iria ficar pra decidir e ser importante naqueles minutos finais”.

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  • Brazil v USAGetty Images Sport

    O fim da dupla

    Neymar deixou a Vila Belmiro rumo ao Barcelona em 2013, mas a dupla com Ganso já havia terminado no ano anterior. Brigado com a diretoria santista, o camisa 10 saía de um jeito até então inimaginável. O destino não seria nem mesmo a Europa, mas um rival direto do Santos. Em 2012, enquanto era apresentado pelo São Paulo, Neymar não escondia a tristeza de ver seu amigo (que vinha convivendo com lesões na época) atuando em uma equipe adversária.

    “Fico muito chateado dele ir para outro clube. Será um pouco diferente [enfrentar Ganso], né? Afinal, é uma pessoa com quem passei muitos anos da minha vida. Mas já falei para ele: vou ter de ganhar”, disse na época, entre um tom sério e um final entre risadas. O reencontro aconteceu, e provou ser uma situação rara. Tão rara, que agora em 2025 será apenas a terceira vez que os amigos se enfrentarão como adversários.

  • Ganso por baixo nos reencontros

    Só que muita coisa mudou desde então. No primeiro reencontro, no Campeonato Paulista de 2013, Neymar seguia imparável pelo Santos e decidiu diretamente na vitória por 3 a 1 – fez gol e deu duas assistências. Ganso era quem precisava dar algum tipo de resposta, por estar (havia tempo!) desempenhando abaixo de suas expectativas, mas foi substituído sem ter feito um bom jogo.

    O segundo reencontro demonstrou ainda mais o abismo que passou a separar ambos. Em 2016, Neymar já havia se estabelecido como um astro do futebol mundial, craque do Barcelona e melhor brasileiro de sua geração. Ganso, por outro lado, havia chegado ao Sevilla fazia pouco tempo e, para falar a verdade, já parecia até muito dentro do que ele vinha jogando.

    A ida para a Espanha, naquele momento, parecia também uma tentativa desesperada de marcar um “joguei na Europa” em sua cartelinha particular. Paulo Henrique seguia correndo atrás para mostrar que ainda poderia ser o que um dia ele havia sido, por mais que seu estilo de jogo já parecesse completamente anacrônico para o veloz futebol praticado no Velho Continente – sem muito espaço para camisas 10 clássicos como o paraense.

    Do banco de reservas, Ganso viu Neymar dar o passe para Lionel Messi abrir o placar. Quando entrou no gramado do estádio Ramón Sánchez Pijzuan, o placar final de 2 a 1 já estava escrito. Paulo Henrique não chegou a completar nem 30 jogos pela equipe andaluz, em 2018, quando parecia adentrar de vez no ostracismo ao virar jogador do Amiens, da França. Um ano depois, veio o Fluminense. O clube carioca parecia estar rasgando dinheiro, mas o futebol sempre nos dá lições de vida.

  • Fluminense v Boca Juniors - Copa CONMEBOL Libertadores 2023 FinalGetty Images Sport

    A resposta de Ganso

    As temporadas de 2022 e 2023 saltam aos olhos. Em seu quarto ano pelo Tricolor das Laranjeiras, Ganso conseguiu ter a sequência de jogos que não tinha desde seus melhores momentos pelo São Paulo. Fez da bola sua tinta e das pausas e passes seu papel. E dos títulos, um novo grande argumento. Foi bicampeão carioca (2022-2023), mas o ponto alto foi ter reconquistado a Libertadores da América – sem deixar de coletar também a Recopa Sul-Americana.

  • Uruguay v Brazil  - FIFA World Cup 2026 QualifierGetty Images Sport

    As desventuras de Neymar

    Enquanto isso, Neymar viu sua carreira congelar. Já no Al Hilal em 2023, sofreu a lesão que o tirou de campo por cerca de um ano. Voltou a jogar profissionalmente apenas em fevereiro deste 2025, já em seu retorno ao Santos. Fez sete partidas na atual temporada, sendo a última há cerca de um mês. Foi desfalque novamente por causa de problemas físicos e voltou a ser notícia por causa de polêmicas extracampo.

  • Neymar Santos 2025Getty

    Neymar precisar dar a resposta

    Ganso jogou menos ainda na atual temporada. Seu primeiro jogo foi na última semana, contra o Red Bull Bragantino, pelo Brasileirão. O motivo da ausência foi uma operação no coração, para tratar de uma miocardite. A expectativa é de vermos, além de um Fluminense e Santos no Maracanã, um novo reencontro entre Ganso e Neymar.

    Mas neste terceiro reencontro, desta vez é Ganso quem não precisa dar respostas. Apesar de não ter sido o astro de Real Madrids ou Barcelonas ou Chelseas da vida, Paulo Henrique conseguiu dar a volta por cima para reconquistar o respeito como o craque que é. Sua história como jogador parece estar em seus últimos capítulos. Seleção brasileira não passa de um sonho distante para PH.

    Neymar ainda trabalha para se colocar como futura opção da seleção brasileira pensando na Copa do Mundo de 2026. Uma última chance. Se não conseguiu ser o herdeiro de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo no trono do futebol, o que vai dizer se sua carreira foi decepcionante ou não, em relação às altas expectativas, serão seus feitos com a seleção brasileira. Até lá, entretanto, ele precisa voltar a jogar bola... coisa que seu amigo PH já conseguiu fazer.