+18 | Conteúdo Comercial | Aplicam-se termos e condições | Jogue com responsabilidade | Princípios editoriais
Madrid improvementsGetty

Passar Trent Alexander-Arnold para o meio-campo, resolver o dilema Vinícius Junior-Kylian Mbappé e os problemas que Xabi Alonso precisa resolver no Real Madrid

Não há como negar: o Real Madrid foi muito mal na vitória por 1 a 0 sobre o Osasuna na estreia do Campeonato Espanhol. Os torcedores que buscavam sinais de evolução, ou esperavam se encantar com novas ideias táticas, saíram em grande parte desapontados. Não houve nada de marcante, nenhum sistema reluzente, nem uma forma inovadora de jogar.

Em vez disso, o time voltou a repetir velhos padrões. Vinicius Junior e Kylian Mbappé divergiram em campo. O meio-campo mostrou desequilíbrio. A equipe, por vezes, pareceu vulnerável aos contra-ataques. Se o Real realmente quer brigar pelo título, vai precisar apresentar atuações muito mais convincentes.

A boa notícia é que ainda estamos no início da temporada. Xabi Alonso tem muito a corrigir, mas também conta com bastante material para trabalhar. Além disso, a qualidade do elenco, somada à fragilidade relativa de LaLiga, permite que o time siga sendo carregado por lampejos de talento individual. Ainda assim, isso não será suficiente por muito tempo.

Mesmo que tenha tempo, o novo treinador terá que construir algo mais coeso do ponto de vista tático. A GOAL aponta as principais mudanças que Alonso precisa promover se quiser conquistar títulos de peso nesta temporada...

📱Veja a GOAL direto no Whatsapp, de graça! 🟢
  • Kylian Mbappe Real MadridGetty Images

    Resolver o dilema Vinícius Júnior-Kylian Mbappé

    Quantas vezes já vimos essa história? Não é impossível encaixar Vinícius e Mbappé juntos, mas há uma grande dificuldade. O problema vem muito mais da falta de disposição de ambos em ceder.

    Vini insiste em jogar colado à linha lateral para cortar para dentro. Mbappé tem um apego quase emocional à ponta esquerda. Nenhum dos dois mostra real vontade de se adaptar.

    Mbappé raramente ataca a área. Vini não amplia muito o repertório. O campo encolhe, os espaços desaparecem. Até os melhores do mundo sofrem quando são cercados por três defensores.

    Talvez o que precise ceder mais seja Mbappé. Nenhum dos dois é um centroavante nato, e provavelmente nunca serão de elite nessa função. Mas é o francês quem precisa tentar, especialmente se o Real quiser jogar com um trio de ataque.

    O que está claro é que a situação não pode se arrastar por muito mais tempo. Alonso tem um quebra-cabeça complicado em mãos.

  • Publicidade
  • Carvajal(C)Getty Images

    Reviver Carvajal

    Tudo passa pelo equilíbrio. O Real carece de fôlego no ataque e está um tanto desequilibrado no meio. Alonso certamente vai experimentar diferentes formações ao longo das próximas semanas e meses.

    Mas isso significa que ele precisa de solidez em posições-chave. Uma delas é a lateral direita, e até mesmo um Carvajal voltando de uma séria lesão no joelho é mais confiável do que a maioria das opções disponíveis.

    O espanhol chegou a ser candidato externo à Bola de Ouro há apenas 12 meses e, ao longo da carreira, tem um histórico de lesões relativamente controlado. Sim, já passou dos 30, mas ainda tem bastante futebol para oferecer.

    O mais importante para este Real, porém, é o que vai além do campo. A velha guarda praticamente deixou o clube. Carvajal ainda sabe o que significa liderar e vestir a camisa merengue.

    Em muitos lugares isso pode soar como um clichê. No Santiago Bernabéu, diante de uma torcida exigente, significa tudo. O Real simplesmente precisa dele em campo.

  • Real Madrid CF v CA Osasuna - LaLiga EA SportsGetty Images Sport

    ...e considerar a ideia de Trent no meio-campo

    Pode desviar o olhar agora, Gareth Southgate...

    A volta de Carvajal à titularidade implicaria na saída de outro jogador. E aí entra a questão de Alexander-Arnold. Há tempos existe a teoria de que ele acabaria se tornando meio-campista. Pelo conjunto de habilidades, faz sentido. O inglês talvez seja o melhor passador do futebol mundial e tem todas as características desejadas para um armador central.

    Southgate testou essa ideia na seleção inglesa com resultados mistos. Alexander-Arnold foi excelente quando o jogo se desenrolava em ritmo mais lento, com tempo para distribuir passes. Mas em partidas mais caóticas, que exigiam disciplina tática, teve dificuldades.

    Ainda assim, com Carvajal assumindo a lateral, pode ter chegado a hora de retomar o experimento de “Trent no meio”, agora no Santiago Bernabéu.

  • Real Madrid CF v CA Osasuna - LaLiga EA SportsGetty Images Sport

    Deixe Franco Mastantuono se adaptar

    Uma das vantagens de estar em LaLiga é que o Real pode se dar ao luxo de usar parte da temporada para testar jovens talentos, especialmente no Bernabéu. A estreia preguiçosa mostrou que o time consegue vencer mesmo sem jogar bem, o que abre espaço para caras novas.

    É aí que entra Franco Mastantuono. Em poucos minutos, o ex-River Plate mostrou estar pronto para o desafio. Já estreou pela seleção argentina e deve ganhar mais espaço no processo de renovação da Albiceleste após Messi.

    Sua maior virtude talvez seja a versatilidade. Embora seja um meia ofensivo, pode atuar em várias funções. Na estreia da temporada, foi utilizado pela direita, mostrando energia incansável: pressionou saídas de bola, fechou linhas de passe, perseguiu adversários e quase marcou em seu primeiro jogo, não fosse uma boa defesa do goleiro rival.

    Não se sabe ainda se tem fôlego para ser titular absoluto, mas certamente já merece mais minutos.

  • Real Madrid CF v CA Osasuna - LaLiga EA SportsGetty Images Sport

    Controlar as críticas

    As câmeras são exaustivas. Essa, na verdade, é a essência de ser treinador do Real Madrid: controlar o barulho em torno do clube. O time mais midiático do mundo sempre gera cobranças, seja da torcida, da imprensa ou de Florentino Pérez. Assumir o cargo é aceitar que haverá vaias, questionamentos e desconfiança imediata.

    Alonso conhece bem esse ambiente. Viveu isso como jogador. O Real pode ser um lugar maravilhoso quando tudo vai bem. Mas, quando as coisas desandam, poucas funções são tão tóxicas no futebol mundial.

    Neste momento, o clube vive tensão. Pela primeira vez em muito tempo, não é considerado favorito nas grandes competições. As dúvidas vão aumentar com o tempo, virão tropeços, talvez derrotas inesperadas.

    O desafio de Alonso é encontrar seu sistema, manter os princípios e seguir firme. Custe o que custar.