Não foi como se o rendimento de Dembélé tivesse disparado logo depois de chegar a Paris. Na Ligue 1 2023/24, ele marcou apenas três gols, e sua participação direta em tentos durante a campanha do PSG até as semifinais da Champions League se resumiu também a três contribuições.
Foi apenas neste ano — e é importante frisar, neste ano de 2025, não na temporada inteira — que ele passou a render de forma consistente.
Vale lembrar que tanto ele quanto o PSG só engrenaram na Champions em 22 de janeiro, na virada crucial sobre o Manchester City. Antes daquela noite, Dembélé ainda não tinha balançado as redes e, além disso, havia sido punido: ficou de fora do jogo contra o Arsenal na segunda rodada por motivos disciplinares e depois foi suspenso na sexta rodada, diante do Salzburg, por causa de uma expulsão contra o Bayern duas semanas antes.
Aquele duelo contra o City mudou tudo. A principal razão foi a decisão de Luis Enrique de reposicionar Dembélé como centroavante — algo que Jean-Louis Gasset, técnico do Montpellier, chamou de “a ideia do século”.
O resultado foi espetacular para o PSG: o francês participou diretamente de oito gols na campanha do título inédito da Champions, marcando em estádios icônicos como Anfield e Emirates. Ele também terminou como líder de assistências do time na competição, com seis passes para gol.
Esse desempenho o colocou, com justiça, como um dos favoritos ao prêmio de Melhor do Mundo em 2025 — um troféu que, no fim das contas, sempre foi muito influenciado por números ofensivos. Ludovic Giuly, ex-atacante francês, chegou a dizer no início do ano que Dembélé entraria de vez na briga se conseguisse acrescentar gols ao seu jogo.
Ainda assim, é exagero dizer que ele foi o jogador mais importante do PSG (Vitinha e Hakimi, por exemplo, tiveram impacto mais regular na engrenagem do time de Luis Enrique) e também seria precipitado classificá-lo como “classe mundial” apenas por seis meses de alto nível.
Grandeza de verdade se prova com constância — algo que o próprio Dembélé sabe muito bem.