Os times e títulos de Lisca como treinador

Após deixar o Santos, Lisca foi anunciado pouco depois como técnico do Avaí e a missão era clara: tentar tirar o clube da parte de baixo da tabela no Brasileirão. Mas em sete partidas, a equipe somou apenas uma vitória (na estreia do técnico, contra o Atlético-MG) e perdeu em outras seis oportunidades. Aproveitamento total de 14,2%.

Lisca chegou ao Santos ainda em meio às polêmicas envolvendo a sua saída do Sport Recife. Visivelmente animado em sua chegada, o treinador brincou com a alta rotatividade de treinadores no futebol brasileiro.

“Nós não somos a Europa, em que o Klopp fica cinco anos para ganhar um título. Me deixa aqui cinco anos. Se tu me deixar aqui cinco anos, isso aqui vai voar, véio. Mas sei que não vou ficar cinco anos (...) Tenho certeza de que vou sair do Santos, não sei quando, então pretendo aproveitar ao máximo possível” disse o então novo técnico em sua primeira entrevista coletiva.

Lisca só não poderia imaginar que a despedida seria tão rápida. Apesar de o presidente santista Andrés Rueda ter dito que já até pensava em um 2023 com o treinador, a situação mudou após derrotas seguidas para Goiás e Ceará no Brasileirão.

Lisca treinou o Santos em oito partidas. Foram apenas duas vitórias, três empates e três derrotas. Um aproveitamento de 37.5%, com sete gols marcados e oito sofridos.

A passagem de Lisca pela Ilha do Retiro foi rápida, intensa e cheia de polêmicas. O treinador foi anunciado pelo Sport no final de junho e chegou ao Leão cheio de energia e promessas: “Espero ficar aqui um bom tempo, no mínimo até o final desse ano, e se Deus quiser poder permanecer aqui e fazer um grande trabalho”, disse em sua chegada. No entanto, Lisca treinou o Rubro-Negro em apenas quatro jogos.

Depois que foi noticiado o interesse do Santos em seu trabalho, o clima mudou bastante entre Lisca e Sport. O clube pernambucano criticou a postura do técnico, a torcida também fez questão de manifestar a raiva e decepção com a escolha de Lisca, que por seu lado defendeu-se das acusações. Em meio aos desentendimentos, a certeza é de que a história de Lisca no Sport foi curta e... doida.

Nos quatro jogos em que esteve à frente do Sport, Lisca obteve uma vitória e empatou em três ocasiões.

A passagem de Lisca por São Januário também ficou marcada por decepções e polêmicas. O técnico estava perto de fechar com o Botafogo em 2021, mas acabou indo para o Vasco e trouxe consigo um grande ânimo para ajudar o Cruz-maltino a conseguir o acesso da Série B para a primeira divisão. Mas nada deu certo em sua passagem por São Januário.

Em 12 jogos, o Vasco de Lisca venceu quatro e perdeu sete, empatando uma outra vez. O aproveitamento de apenas 36% não o sustentou e o treinador pediu demissão. Posteriormente, Lisca negou que tenha tido problemas com jogadores vascaínos em sua curta estadia no clube.

A passagem pelo Coelho representou o último grande momento de Lisca, em termos de resultados, no futebol brasileiro. O técnico chegou ao América em 2020 e ficou até a metade de 2021. Neste tempo, conseguiu recolocar o clube mineiro na elite do futebol através de uma segunda colocação na Série B de 2020 e, naquele mesmo ano, conseguiu chegar – pela primeira vez na história do clube – nas semifinais da Copa do Brasil, deixando pelo caminho clubes como Corinthians e Internacional.

Pelo América-MG o retrospecto de Lisca foi: 64 jogos, 31 vitórias, 20 empates e 13 derrotas. Um aproveitamento de 58.8%.

A segunda passagem de Lisca pelo Ceará ficou marcada por uma grande escapada do rebaixamento em 2018. O técnico conseguiu tirar o Vozão do Z4 e garantiu, com uma rodada de antecedência, a permanência dos alvinegros na elite. O feito teve grande comemoração na última rodada, com Lisca fazendo jus à fama de “doido” e até mesmo subindo no ônibus do time para interagir com as comemorações da torcida.

Lisca foi demitido do Ceará em 2019, depois de perder o título estadual para o Fortaleza. Nesta sua segunda passagem pelo Vozão, foram 54 jogos: 20 vitórias, 20 empates e 14 derrotas.

O que aconteceu no Criciúma foi, de certa maneira, parecida com o que aconteceria anos depois no Sport. Lisca chegou à equipe, mas disputou apenas quatro jogos antes de pedir demissão. Foram uma vitória, um empate e duas derrotas pelo Campeonato Catarinense.

“A equipe não rendeu dentro do esperado e o Criciúma necessita de resultados. Ficamos longe disso. Como treinador, tenho que assumir isso. É um projeto de longo prazo, mas o meu é vencer”, disse Lisca na ocasião.

Lisca chegou ao Guarani com um desafio: evitar o rebaixamento do Guarani para a terceira divisão tendo apenas 10 jogos para isso. No final das contas, conseguiu: foram duas vitórias, quatro empates e quatro derrotas. Quando ficou confirmado que a queda não aconteceria, Lisca comemorou ao lado da torcida do Bugre. No entanto, não seguiu no clube para a temporada seguinte.

No Paraná Lisca teve passagem curta e com polêmicas. Foram apenas oito jogos, com quatro vitórias, três empates e uma derrota. A sua saída, contudo, foi motivada por um episódio que ganhou o rótulo de “um dia de fúria” e que teria envolvido até mesmo uma briga física de Lisca com um membro do staff do Paraná. Depois de livrar o Guarani do rebaixamento na Série B, mais tarde naquele mesmo ano, o técnico relembrou o ocorrido no tricolor e criticou alguns dirigentes paranistas.

“O que fizeram comigo no Paraná foi muita sacanagem. Seis caras que não valem o que comem, me sacanearam pessoal e profissionalmente. Mas o Guarani me abriu as portas. Queria agradecer o presidente, que não acreditou em um monte de mentira que falaram de mim”, disse em 2017.

Com histórico longo de trabalho na base colorada, Lisca foi a carta de desespero do Internacional na tentativa de se livrar do rebaixamento à Série B em 2016. Mas em apenas três jogos, o objetivo não foi alcançado. A passagem relâmpago de Lisca pelo time profissional do Inter terminou com uma vitória, um empate e uma derrota.

A passagem de Lisca pelo JEC foi rápida e sem resultados bons. Em 12 jogos, foram três vitórias, quatro empates e cinco derrotas. A demissão foi sacramentada após derrota para o Vasco, que deixou o Joinville na penúltima posição da Série B de 2016 na ocasião.

A primeira passagem de Lisca pelo Ceará chamou atenção pela relação construída entre técnico e torcida, mas também por alguns resultados interessantes logo no início. Em 2015, Lisca ajudou a livrar o Vozão do rebaixamento na Série B mas foi demitido no ano seguinte por resultados abaixo do esperado no estadual – um roteiro que iria se repetir em sua segunda passagem pelo clube, anos mais tarde.

Em sua primeira passagem pelo Ceará, Lisca dirigiu o time em 28 jogos. Conseguiu 18 vitórias, cinco empates e cinco derrotas.

Lisca também já treinou os seguintes times: Ulbra (2001), Brasil de Pelotas (2007), Juventude (2008), Porto Alegre (2009-2010), Luverdense (2010-2011), Caxias (2010-2011), Novo Hamburgo (2012), Juventude (2012-2013), Sampaio Correa (2014), Náutico (2014-2015).

Em relação a categorias de base, teve diferentes passagens pelas categorias inferiores do Internacional, além de trabalhos por Fluminense, São Paulo e Grêmio.

Lisca ainda não conquistou um grande título de relevância no futebol nacional.