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Onde o Flamengo de 2025 já ganha do time histórico treinado por Jorge Jesus em 2019

Desobedecer a Filipe Luís não deve ser coisa fácil. Não foi para Gabigol, no final do ano passado, ao esticar a corda da relação o máximo possível – e tendo como resultado a sua saída do clube. Não foi para Pedro, que chegou a ser barrado do time titular do Flamengo, até decidir seguir a cartilha do técnico para, meses depois, voltar a ser decisivo com gols marcados.

Desobedecer a Filipe Luís não deve ser coisa fácil, mas aqui vamos nós. Logo após ter eliminado o Internacional nas oitavas de final da Libertadores 2025, com superioridade muito maior do que os “apenas” 3 a 0 no placar agregado sugerem, o treinador do Flamengo, que também disputa firme o título do Brasileirão, foi perguntado sobre a possibilidade de igualar o feito de Jorge Jesus em 2019, de ser campeão nacional e continental. E, como se ainda estivesse na lateral-esquerda, tratou de fazer um desarme. Ou ao menos tentar.

“Nunca me comparem com ele. Nunca façam isso, ele é muito, muito mais treinador do que eu ainda. Tem muito mais títulos, história. E eu estou começando a minha. Não cometam esse erro comigo porque não é justo comparar um cara com a grandeza dele com um cara como eu que está só começando”, disse.

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  • FBL-BRA-FLAMENGO-PALMEIRASAFP

    O encanto voltou?

    Filipe está “só começando”, mas não é um começo banal como seu pedido dá a entender. Em seus primeiros meses como técnico, fez o que o experiente Tite não havia feito: instantaneamente melhorou o futebol do time de 2024 e conquistou o título da Copa do Brasil. Agora, com um elenco absolutamente recheado de grandes opções em todos os setores, é o favorito a conquistar Libertadores e também quer o Brasileirão.

    O Rubro-Negro voltou a encantar como nenhuma outra versão pós-2019 havia feito. Ter estipulado a maior goleada da história do Campeonato Brasileiro de pontos corridos, um 8 a 0 sobre o Vitória, deixou isso em evidência. E os triunfos recentes sobre Botafogo (3 a 0) e Palmeiras (3 a 2), no duelo entre os líderes do Brasileirão, reforçam ainda mais esta impressão. Filipe pode não gostar, pode achar que este tipo de conversinha pode atrapalhar o foco de seus comandados, mas já é impossível não comparar este seu Flamengo com aquele de 2019 – do qual ele também fez parte.

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  • Palmeiras v Flamengo - Brasileirao Series A 2019Getty Images Sport

    Os titulares de 2019

    Comparar não quer dizer adivinhar o que este Flamengo vai fazer. Mas é possível afirmar que o Rubro-Negro de 2025 é bem melhor nas possibilidades que suas peças oferecem. O time de 2019, contudo, seguirá maior na história até que alguma outra versão flamenguista faça tanto quanto – e é bom deixar isso claro.

    Dentro das mais felizes lembranças de muitos rubro-negros, está a escalação ideal daquela equipe comandada por Jorge Jesus: Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luís; Willian Arão; Gerson, Everton Ribeiro e Arrascaeta; Bruno Henrique e Gabigol.

    Este onze inicial entrou em campo menos do que se imagina. É um dos efeitos que legados tão grandes trazem. Foram oito partidas: 3 a 0 no Palmeiras, 1 a 0 no Santos e 3 a 1 sobre o Internacional pelo Brasileirão; 1 a 1 e 5 a 0 contra o Grêmio, nas semifinais da Libertadores, além da vitória por 2 a 1 sobre o River Plate, na final, e a derrota por 1 a 0 contra o Liverpool no Mundial de Clubes/Copa Intercontinental daquele ano.

  • FBL-BRA-FLAMENGO-PALMEIRASAFP

    O elenco de 2025

    Nos 8 a 0 sobre o Vitória, o Flamengo foi a campo com: Agustín Rossi; Guillermo Varela, Léo Ortiz, Léo Pereira e Alex Sandro; Jorginho, Saúl; Gonzalo Plata, Arrascaeta, Samuel Lino; Pedro. Na vitória sobre o Palmeiras, no Maracanã, a escalação teve Emerson Royal na lateral-direita, Pulgar no lugar de Saúl e Luiz Araújo ao invés de Plata. Nome por nome, à exceção óbvia do remanescente Arrascaeta, o time de 2019 é muito melhor. A diferença está justamente no elenco.

    Contra o time baiano, com o Fla já tendo garantido a vitória, ainda entraram em campo: Luiz Araújo, Jorge Carrascal, Bruno Henrique e Nico De La Cruz – Matías Viña já havia substituído um lesionado Alex Sandro, na lateral-esquerda, ainda no primeiro tempo. Dias antes, na maiúscula e tranquila vitória sobre o Inter, na Libertadores, Pedro saiu do banco para o lugar de Bruno Henrique, Ayrton Lucas substituiu Alex Sandro na lateral, Everton Cebolinha também foi para campo, assim como o jovem promissor Wallace Yan.

    Na vitória por 3 a 2 sobre o Palmeiras, que deixou a disputa pelo título brasileiro no limite, Filipe Luís lançou Danilo, Carrascal, Saúl, Plata e Bruno Henrique durante o jogo. São opções de muita qualidade. Quem é reserva no Flamengo, em sua grande maioria, hoje seria titular até em times que disputam títulos contra o próprio Flamengo.

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  • Botafogo v Flamengo - Brasileirao 2025Getty Images Sport

    O churrasco e a churrascaria

    Em 2019 o Flamengo também tinha boas alternativas, mas as melhores talvez fossem Reinier (hoje no Atlético-MG após estadia sem sucesso na Europa, mas que naquela época era o jovem prodígio da base), Rodinei (reserva de Rafinha na lateral-direita, mas bastante contestado até fazer sucesso apenas anos depois) e Renê (opção para Filipe Luís na lateral-esquerda). 

    Jorge Jesus buscava tanto usar apenas o seu time ideal que, ao justificar a falta de rotação no elenco, cunhou, naquele ano, a frase sobre “colocar toda a carne no assador”.

    Fosse o futebol um churrasco, o de 2019 teria um sabor único e mais difícil de ser igualado. Agora em 2025, a diferença é que Filipe Luís parece ter uma churrascaria inteira para planejar qual peça é a melhor para o prato que ele precisa entregar no dia.

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