“O mercado brasileiro é o primeiro passo para ir à Europa”, diz Marco Vanzini, agente de jogadores sul-americanos

O futebol brasileiro virou um centro importantíssimo para atletas dos vizinhos sul-americanos. O número de estrangeiros que desembarcam no país está crescendo a cada temporada. Chegar ao Brasil significa um salto na carreira, tanto na parte desportiva, quanto na econômica para os atletas de países como Uruguai, Argentina, Paraguai, entre outros. 

“O mercado brasileiro está crescendo muito, o nível dos clubes é muito alto. Para os jogadores de outros países, seja Uruguai, Argentina, Colombia, Equador, passar pelo futebol brasileiro é muito importante para o crescimento do jogador e fazer uma melhor preparação para ir à Europa”, afirma Marco Vazini, da CAA Stellar, que participou da vinda de atletas como Piquerez, Alan Franco, Fausto Vera, entre outros. 

Marco Vazini é uruguaio e o representante da CAA Stellar na América do Sul, uma agência inglesa com sede em Londres. A empresa trabalha na captação de atletas, além do gerenciamento de carreira. Há um foco grande no mercado sul-americano com o intuito de encontrar novos talentos. 

E é justamente aí que o futebol brasileiro ganha papel importante para Vanzini e a Stellar. 

“Entendendo que para os jogadores sul-americanos o mercado do Brasil, os clubes do Brasil, são uma plataforma ótima para fazer o primeiro passo antes de fazer uma transferência para a Europa. O mercado brasileiro, além de ser um mercado economicamente forte, para os jogadores que estão fora, chegar no Brasil é adaptação a outro nível, um nível fisico mais alto. É o primeiro passo antes de ir para outros mercados na Europa”. 

“A maioria dos clubes no Brasil estão virando SAF, isso faz com que esses clubes tenham uma mentalidade mais empresarial, com investimentos, mas pensando no retorno econômico. Comprar jogadores fora do Brasil, com preços acessíveis e depois fazer revendas a outros mercados e conseguir ter um lucro econômico além de um benefício esportivo. Isso está fazendo com que os clubes estejam mirando fora do Brasil para esse tipo e investimento. Os clubes brasileiros estão olhando fora do Brasil par trazer essas oportunidades de negócios”. 

“Eu joguei no Brasil, no Juventude, foi o meu último clube. Eu aposentei e fiquei morando em Porto Alegre, abri uma empresa, mas virei para outra área, nada a ver com futebol, mas quando morava lá, tive relacionamento com os clubes, os jogadores. Aí deixei a minha antiga empresa e comecei a trabalhar com os jogadores. Fiz a primeira intermediação levando o Loco Abreu ao Botafogo. Foi a primeira transferência que eu fiz. A partir do Loco Abreu no Botafogo começou a minha carreira como representante. Eu joguei com o Loco, então foi mais fácil entrar no mundo da representação, ele me ajudou muito para dar o primeiro passo e começar nesse mundo”. 

“O Uruguai é pequeno, somos 3 milhões de habitantes, é uma surpresa para o mundo do futebol a quantidade de jogadores que estão saindo Uruguai, não há uma explicação lógica para o que acontece, mas posso falar que a personalidade de um jogador uruguaio é muito diferente de qualquer outro. De repente não tem as condições técnicas tops, mas a parte da personalidade, o psicológico é uma garantia para qualquer treinador e por isso acontece dos uruguaios chegarem no brasil, se adaptarem rápido. O jogador uruguaio tem características que nenhum outro país tem”.