Novo técnico, mesmo Chelsea de sempre? Por que os Blues não devem se desesperar por começo fraco com Mauricio Pochettino

Era inevitável que levaria algum tempo para o Chelsea se encaixar no início desta temporada, em meio às mudanças sem precedentes desta janela de transferências. Houve sinais de ânimo no empate em 1 a 1 com o Liverpool, com quase tudo fluindo por meio do brilhante Enzo Fernandez.

No entanto, à medida que o argentino se esforçava contra o West Ham, qualquer coerência entre seus companheiros de equipe parecia se desfazer. Enquanto Raheem Sterling brilhava, houve quebras calamitosas na comunicação na defesa para os três gols sofridos, enquanto Nicolas Jackson estava isolado na frente. O tempo deve curar todas as feridas, e está claro que o treinador ainda não definiu sua escalação mais forte - especialmente após a chegada de Moises Caicedo por £115 milhões (R$ 609 milhões) vindo do Brighton.

Óbvio, não há garantia de que jogar dinheiro no problema seja a solução. O Chelsea aprendeu isso da maneira difícil na última temporada.

"Eu não acho que você deva colocar a culpa em tudo na sorte, com certeza. Acho que podemos dar uma olhada e ver o que podemos fazer melhor. Obviamente, estou aqui há algumas semanas, então não tenho todas as respostas. Mas claramente, queremos sempre tentar melhorar e essa é uma área em que provavelmente podemos melhorar."

Essas foram as palavras do ex-técnico do Chelsea, Graham Potter, em outubro de 2022, quando questionado sobre o preocupante histórico de condições físicas do clube recentemente. Avançando dez meses e a situação é praticamente a mesma, senão pior.

Reece James, Christopher Nkunku, Benoit Badiashile, Trevoh Chalobah, Wesley Fofana, Armando Broja, Marcus Bettinelli e, mais recentemente, Carney Chukwuemeka, todos se encontram na mesa de tratamento com a temporada 2023-24 em seus primeiros passos. Ter oito jogadores lesionados é sem dúvida equivalente a uma crise, e Pochettino e seus preparadores físicos enfrentam um grande desafio em evitar lesões evitáveis no futuro.

A incapacidade do Chelsea de criar oportunidades e marcar gols tornou-se infame na temporada passada. De fato, os Blues ficaram em 15º lugar na Premier League em gols marcados ao longo de 2022-23; uma estatística condenatória. A derrota por 3 a 1 no London Stadium, sem dúvida, acendeu o sinal de alerta para os torcedores que assistiram ao Chelsea lutar na frente do gol regularmente na última temporada.

Em contrapartida, os Blues criaram aberturas à vontade contra um Liverpool ofensivo que tinha brechas no meio-campo e uma defesa vazada no primeiro dia, embora tenham sido traídos por finalizações desleixadas. Essa criatividade não foi vista contra um West Ham mais defensivo.

Falando após o jogo, Pochettino disse: "Times como nós precisam encontrar o equilíbrio certo. Deveríamos ter vencido o jogo no primeiro tempo. Encontrar espaço para criar chances claras (é difícil), mas no geral é esse tipo de jogo que é difícil de explicar. Você teve a posse de bola, criou e talvez tenha sido o time melhor, mas no final você perde."

Apesar de todo o dinheiro gasto, talvez não seja surpreendente que ainda estejam em busca de um jogador criativo que possa atuar como camisa 10 ou pelas alas.

Para entender quão enraizado é esse problema quando se trata de cultivar uma mentalidade vencedora, vale a pena observar que o Chelsea venceu apenas um de seus últimos 14 jogos na Premier League (5E e 8D), e está sem vitórias em seis jogos desde uma vitória por 3 a 1 contra o Bournemouth em maio (3E e 3D).

Felizmente, a lista de jogos tem sido gentil com os Blues, com partidas contra times que lutarão contra o rebaixamento, como Luton Town, Nottingham Forest e Bournemouth, além de um jogo em casa na Carabao Cup contra o AFC Wimbledon. Além disso, o Aston Villa representará um desafio sério, mas vitórias serão esperadas contra Fulham e Burnley.

As coisas ficam muito mais difíceis no final de outubro, mas Pochettino verá as semanas anteriores como absolutamente cruciais para construir a confiança, somar pontos na tabela e extrair essa impiedade vencedora de seus jogadores.

Em meio a todas as incertezas, uma coisa que é absolutamente clara é que ainda é muito cedo para os torcedores do Chelsea - e de fato para os proprietários - entrarem em pânico e temerem uma repetição do desastre da temporada passada. Melhorar equipes com desempenho aquém do esperado é a área de especialização do Pochettino, mas problemas iniciais eram inevitáveis após a reviravolta sem precedentes do verão, com novos rostos em todo o elenco e, é claro, no banco de reservas.

Dadas as preocupações iniciais com lesões, a hierarquia do clube parece certamente tomar medidas no que resta da janela de transferências - tanto em termos de contratações quanto na conclusão da extraordinária limpeza das estrelas indesejadas.

Isso é algo que os coproprietários Todd Boehly e Behdad Eghbali já implementaram, e eles devem aceitar que iniciaram um processo que o Pochettino deve ser capaz de conduzir até o final. Os resultados não serão instantâneos.

A lista de jogos oferece esperança, e com um elenco estabilizado e uma ideia clara de sua melhor formação, os resultados do trabalho do técnico argentino devem se tornar evidentes para todos verem. Uma vez que esses jogadores-chave tenham se recuperado das lesões, o Chelsea pode ser um animal completamente diferente.