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Arsenal shouldn't panic GFXGOAL

Nada de pânico! Arsenal ainda é o melhor time do Campeonato Inglês, apesar das derrapadas: mas se não for campeão, Mikel Arteta tem que sair

Os favoritos ao título da Premier League no início desta campanha eram os atuais campeões, os Reds, que gastaram mais de £ 400 milhões em novas contratações como Alexander Isak e Florian Wirtz durante a última janela de transferências. O Arsenal também abriu a carteira, gastando cerca de £ 250 milhões, embora isso tenha sido em grande parte para reforços de elenco em vez de novos titulares exuberantes.

Neste fim de 2025, a conclusão é que a equipe de Arteta é, atualmente, a melhor da Inglaterra. Se não a mais completa, é a mais confiável. Mas certamente ajudou a falta de um desafiante competitivo na tabela.

Mas esse cenário mudou novamente. Após o tropeço mais recente, o Arsenal está agora apenas dois pontos à frente do Manchester City na tabela, e três do Aston Villa, que triunfou no sábado. A sensação é de que temos, sim, uma disputa pelo título, e embora os Gunners ainda estejam no caminho para terminar na liderança, eles não podem se dar ao luxo de serem puxados de volta para uma briga que, por semanas, parecia não estar mais no horizonte.

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  • FBL-ENG-PR-ASTON VILLA-ARSENALAFP

    Queda de desempenho

    A goleada por 4 a 1 sobre o rival do norte de Londres, o Tottenham, no dia 23 de novembro, levou a temporada do Arsenal a um novo patamar. Eberechi Eze, contratado na última janela e arrancado das mãos do próprio Spurs nos minutos finais do mercado, marcou um hat-trick que deixou os Gunners seis pontos à frente do vice-líder Chelsea, justamente o próximo adversário na Premier League, em Stamford Bridge. Dias depois, a vitória por 3 a 1 sobre o Bayern de Munique na Champions praticamente carimbou o status da equipe como a melhor da Europa no momento.

    Só que toda a energia colocada nesses grandes jogos quase certamente cobrou seu preço nas três partidas seguintes, começando contra o Chelsea de Enzo Maresca. Os Blues dominaram o início do confronto no oeste de Londres, em um roteiro parecido com o atropelo sobre o Barcelona dias antes, até a expulsão de Moisés Caicedo dar a impressão de que as coisas mudariam. Mesmo assim, Trevoh Chalobah colocou os donos da casa em vantagem com uma cabeçada depois do intervalo, e apenas Mikel Merino apareceu para salvar um ponto para o Arsenal. Mesmo com um jogador a mais durante boa parte do duelo, os Gunners finalizaram apenas oito vezes, contra 11 do Chelsea.

    O time de Arteta voltou a vencer na quarta-feira seguinte, fazendo 2 a 0 no Brentford, em casa, mas precisou suar cada metro do campo diante da equipe aguerrida de Keith Andrews. A semana terminou com um baque pesado: gol sofrido aos 49 do segundo tempo no Villa Park, encerrando uma sequência de 18 jogos de invencibilidade em todas as competições. Foi a segunda vez, nos últimos três compromissos fora de casa, que o Arsenal levou gol nos acréscimos, algo que já havia acontecido no 2 a 2 contra o Sunderland, em novembro.

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  • Manchester City FC v Wolverhampton Wanderers FC - Premier LeagueGetty Images Sport

    Aviso "emocional"

    Antes da derrota para o Aston Villa, Jamie Carragher escreveu um artigo no Daily Telegraph no qual afirmou que existe um “perigo de o Arsenal querer demais”. Ele elogiou Arteta por ter construído um time “pronto” para finalmente conquistar o título, mas destacou que o técnico precisa evoluir na parte de “gestão emocional” se quiser encerrar a espera de 22 anos por um título do Campeonato Inglês.

    “Nos últimos dois anos, havia a sensação de que os jogadores, a comissão técnica e até a torcida do Arsenal tinham o hábito de gastar energia emocional demais, e muito cedo”, escreveu Carragher. “Com frequência, parece que a disputa pelo título começa em agosto, e qualquer tropeço é encarado como fatal para as chances de chegar aos 90 pontos.”

    “Quando grandes vitórias acontecem, as comemorações com jogadores experientes no centro [do campo] costumam parecer as de times que acabaram de selar um triunfo decisivo na corrida pelo título. E todas elas se mostraram prematuras. Não se trata de ser a ‘polícia da celebração’, apontando o dedo para quem quer curtir o momento. A torcida tem mais é que aproveitar cada três pontos como os mais importantes até aqui. Mas jogadores e comissão técnica precisam manter a cabeça no lugar e já pensar na partida seguinte.”

    “A alternativa pode drenar energia cedo demais — algo de que o Arsenal vem sendo acusado nos últimos três anos. Eles só precisam continuar fazendo o trabalho deles, sem se empolgar demais com uma vitória ou se abalar demais com um tropeço. Este deveria ser o momento deles.”

    Se Carragher tivesse escrito esse texto depois da visita do Arsenal ao Villa Park, quase certamente teria mencionado a reação dos jogadores ao gol de Emiliano Buendía, já nos últimos segundos. Um mar de atletas dos Gunners desabou no gramado, incrédulos e frustrados, enquanto David Raya rastejava pela pequena área como uma criança fazendo birra. Pode ser que isso não signifique nada em maio, quando o campeonato tem seu campeão definido. Mas, se o Arsenal terminar mais uma temporada sem taça, essa cena certamente será revisitada como o ponto em que o emocional da equipe começou a desmoronar.

  • Sunderland v Arsenal - Premier LeagueGetty Images Sport

    Crise de lesões

    O Arsenal enfrenta, pela segunda temporada consecutiva, uma enxurrada de lesões. Em cenários assim, quase nunca é simples determinar quem deve ser responsabilizado, embora os mais pessimistas normalmente apontem o dedo para a gestão e a comissão técnica por uma suposta falta de rotação. Ainda assim, é possível que tudo se resuma a mero azar.

    Independentemente da explicação, o clube montou um elenco muito mais preparado para atravessar uma crise de lesões do que aquele de 2024/25, quando o time perdeu rendimento e terminou o Campeonato Inglês com apenas 74 pontos. A diferença é que, desta vez, o impacto mais significativo foi justamente no setor mais importante.

    Os zagueiros titulares, Gabriel Magalhães e William Saliba, perderam as partidas recentes e dificilmente voltarão a atuar juntos antes de janeiro. Para piorar, o novo reserva, Cristhian Mosquera, também foi diagnosticado com um problema no tornozelo que o tirará dos gramados por mais de um mês. Diante disso, Mikel Arteta precisou improvisar com o lateral-direito Jurrien Timber e o lateral-esquerdo Piero Hincapié formando a dupla de defesa central no Villa Park. Como era de se esperar, a parceria mostrou-se instável e incapaz de oferecer o mesmo nível de solidez dos titulares.

    Além disso, a troca constante de jogadores com pequenas lesões semana após semana vem prejudicando o equilíbrio da equipe recentemente. O elogio ao Arsenal é que, mesmo com tantos contratempos, houve qualidade suficiente para evitar derrotas por tanto tempo.

  • Arsenal v Brentford - Premier LeagueGetty Images Sport

    Razões para manter a calma

    Além dos nomes de maior destaque no departamento médico, Kai Havertz praticamente não atuou nesta temporada devido a um problema no joelho, enquanto Viktor Gyökeres e Noni Madueke só recentemente recuperaram a plena forma física. Ainda assim, o Arsenal quase não sentiu a ausência de Bukayo Saka e Martin Ødegaard quando ambos ficaram afastados por algumas semanas, e Arteta sequer teve a oportunidade de utilizar todo o elenco à disposição ao mesmo tempo. Sob esse ponto de vista, o melhor pode estar por vir para uma equipe que passou três meses inteiros sem perder.

    Se, como alertou Carragher, o Arsenal conseguir se reorganizar mentalmente e preservar energia nesse aspecto, estará pronto para emendar outra longa sequência positiva assim que os lesionados retornarem.

    Após a derrota para o Aston Villa, Arteta manteve o otimismo ao analisar o momento: “Tudo o que eles [os jogadores] colocaram nas últimas duas semanas, os resultados que conseguimos, as atuações, e perder dessa maneira é algo que mexe emocionalmente. Dá a sensação de que tudo o que foi feito não valeu a pena. Mas valeu, porque vamos aprender novamente com o que aconteceu hoje e isso vai nos tornar um time melhor.

    “Estamos com cinco meses de competição e, até agora, conseguimos lidar com as dificuldades. Mas teremos que provar que podemos fazer isso de novo e de novo pelos próximos seis meses — esse é o nível. Se alguém acha que estaríamos nesse momento dez pontos à frente, está vivendo em outro mundo.”

  • FBL-ENG-PR-ASTON VILLA-MAN CITYAFP

    Novos rivais pelo título?

    O Aston Villa reencontrou seu melhor nível depois de começar a temporada 2025/26 de forma terrível. A equipe abriu a Premier League com cinco jogos sem vencer, marcando apenas um gol nesse período. Desde então, ganhou nove de dez partidas e subiu para o terceiro lugar na tabela, agora apenas três pontos atrás do Arsenal.

    Questionado no sábado se ele acredita que o time de Unai Emery está na briga pelo título, Arteta respondeu: “Está, sim. Quando você olha para onde eles estão, para a forma como jogam, para os grandes adversários que já venceram — especialmente em casa —, dá para ver que todo mundo ainda vai enfrentar todo mundo. Neste momento, eles estão onde estão e nós também estamos lá em cima.”

    O Manchester City, por sua vez, só não venceu o Arsenal no Emirates, em setembro, por causa de uma cavadinha sensacional de Gabriel Martinelli. Depois de algumas atuações irregulares, o atual campeão parece ter colocado a casa em ordem. Se no início da temporada dependia quase exclusivamente dos gols de Erling Haaland, agora outros nomes como Phil Foden, Jérémy Doku e Rayan Cherki também assumiram responsabilidade. Assim como os Gunners, os Citizens aguardam o retorno de uma peça fundamental: Rodri, vencedor da Bola de Ouro de 2024.

    O jogo do City neste fim de semana aconteceu logo após a derrota do Arsenal, e Josko Gvardiol disse aos jornalistas, após a vitória contra o Sunderland, que a equipe ainda não está atuando no seu máximo.

    “Lembro que, na minha primeira temporada, nós estávamos no topo brigando pela Premier League, e você vai jogar fora contra o Fulham, qualquer adversário… você precisa ganhar. Se perde ou deixa pontos pelo caminho, já era”, afirmou o croata. “Antes de mais nada, eles [Arsenal] têm um bom time. E não são só eles. O Aston Villa está bem, o Chelsea está bem. Duas semanas atrás o Sunderland também estava lá em cima. Não vai ser fácil e a temporada é longa.

    “Nem chegamos à metade ainda. Tem muito jogo pela frente. Estamos dois pontos atrás, estamos chegando mais perto. Precisamos construir isso como fizemos nos últimos dois ou três meses. Vamos ver no fim. Cada jogo é importante e precisamos vencer todos. São três pontos enormes e agora é focar na quarta-feira [contra o Real Madrid].”

  • Arsenal v Brentford - Premier LeagueGetty Images Sport

    Parando a queda

    A atenção do Arsenal se volta novamente para a Champions League na quarta-feira, com uma viagem para enfrentar o Club Brugge. Já no fim de semana, o time retorna à Premier League diante do lanterna, Wolverhampton. Esse cenário oferece a Arteta a oportunidade perfeita para descansar e rodar alguns jogadores que já estão na chamada “zona vermelha” fisicamente — caso contrário, ele corre o risco de voltar a ser alvo de críticas sobre uma suposta má gestão do elenco.

    No papel, os Gunners têm a chance ideal de silenciar os críticos recentes e retomar o embalo. Mas, se falharem, comentários como os de Carragher só encontrarão espaço para crescer. A próxima sequência será tanto um teste mental quanto físico.

    Em seu podcast, Gary Neville afirmou que o Arsenal já deixou um período “duro” para trás e deve reencontrar o seu ritmo: “Esse jogo fora contra o Villa é daqueles que você pode perder. Eu não estaria nem um pouco preocupado se fosse o Arsenal. Você vai perder uma partida ou outra, é inevitável, mas também vai ganhar muitas. Eles podem olhar e ver o Manchester City ali, dois pontos atrás, mas foi uma semana difícil para o Arsenal. Você poderia dizer que foi a semana mais dura da temporada, com Chelsea fora, Brentford em casa e Villa fora.”

    “O City também vai passar por semanas assim ao longo da temporada. Não acho que seja hora de pânico, mas certamente eles vão sentir a respiração de Pep Guardiola e do Manchester City no cangote. E o City estará pensando: ‘Se conseguirmos ficar tão perto até abril ou maio, vamos ver do que eles são feitos’. É isso que o City precisa fazer: permanecer ali, colado, testando-os em uma corrida de título real novamente.”

    “O período de Natal é importante. Há muitos pontos em disputa. Dezembro é um mês enorme, com mais jogos da Premier League do que qualquer outro. O City deve se sentir encorajado, mas ainda acho que o Arsenal é o favorito — não tanto quanto eu achava há uma semana, mas ainda assim favorito.”

    O destino do Arsenal segue em suas próprias mãos. Agora é uma questão de lidar com a expectativa e finalmente entregar. Eles não podem sequer considerar a ideia de que esta temporada termine com mais frustração.

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