+18 | Conteúdo Comercial | Aplicam-se termos e condições | Jogue com responsabilidade | Princípios editoriais
Mo Salah let down Liverpool GFX 16:9GOAL

Mohamed Salah brilha com números à la Lionel Messi, mas defesa frágil e falta de um 9 podem frustrar o Liverpool

Durante a temporada de 2014/15 do Barcelona, Lionel Messi marcou e deu assistências em 11 jogos diferentes. Mohamed Salah já conseguiu esse feito 10 vezes na Premier League desta temporada – e ainda nem chegamos ao final de fevereiro.

Também é importante ressaltar que o Rei Egípcio do Liverpool não tem ao seu lado Luis Suárez e Neymar todas as semanas. Na vitória sobre o Aston Villa, na quarta-feira (19), ele terminou o jogo formando o ataque com Darwin Núñez e Luis Díaz. Nesse contexto, o que Salah está fazendo nesta temporada é verdadeiramente extraordinário. Ele está registrando números dignos de Messi, que normalmente garantiriam conquistas coletivas e prêmios individuais.

Messi, vale lembrar, recebeu a Bola de Ouro após liderar o Barça na conquista da tríplice coroa em 2015. No entanto, há um risco real de que as atuações impressionantes de Salah não recebam o reconhecimento que merecem, já que o Liverpool parece instável justamente na reta decisiva da temporada...

Leia as últimas do mercado no WhatsApp! 🟢📱
  • Mohamed Salah of Liverpool celebrates scoringGetty Images

    Máquina de pontuar

    O empate por 2 a 2 do Liverpool com o Aston Villa levantou várias questões incômodas para os visitantes, sendo a principal delas: onde os Reds estariam sem Salah? A resposta é simples: longe do topo da tabela.

    Salah parece estar em uma missão solo para conquistar um segundo título da Premier League para o Liverpool. Arne Slot reconheceu isso em sua coletiva de imprensa pós-jogo em Villa Park, mas fez questão de destacar o trabalho coletivo. "Não é só ele", disse o técnico dos Reds. "Acho que não poderia ter pedido mais de todos os jogadores esta noite, eles trabalharam incrivelmente duro."

    Certamente, não há como questionar o esforço do time, mas Slot também precisa de atuações mais decisivas para acompanhar essa dedicação – porque, no momento, Salah está carregando mais do que a sua parte justa do fardo. Os 24 gols e 15 assistências do egípcio já garantiram 31 pontos ao Liverpool nesta temporada – a maior marca de um jogador em uma única campanha desde Jamie Vardy pelo Leicester City em 2015/16 (32).

    Em termos simples, não há jogador mais impactante na Premier League (ou no mundo) no momento. Estamos literalmente testemunhando a história sendo escrita. Salah lidera tanto o ranking de gols quanto o de assistências na Premier League – algo que não víamos em termos de excelência e produtividade desde o lendário Thierry Henry. Ainda assim, não há garantia de que isso será suficiente para levar o Liverpool ao título.

  • Publicidade
  • Everton FC v Liverpool FC - Premier LeagueGetty Images Sport

    Queda de desempenho

    O time de Arne Slot foi excepcional na primeira metade da temporada. Embora houvesse o reconhecimento de que seus resultados quase perfeitos eram insustentáveis, a maioria do elenco vinha atuando em altíssimo nível. Esse já não é mais o caso.

    Desde o início do ano, houve uma queda inegável e preocupante na intensidade, resultando em um aproveitamento muito abaixo do esperado: o Liverpool venceu apenas metade de seus 14 jogos em 2025 até agora, em todas as competições.

    Claro, há fatores atenuantes. Slot fez uma rotação pesada no confronto da Champions League contra o PSV, que não valia nada, e na partida da quarta rodada da Copa da Inglaterra contra o Plymouth Argyle. No entanto, o fato de ambos os jogos terem terminado em derrota escancarou um problema: certos jogadores simplesmente não podem ser poupados (Salah, Virgil van Dijk, Ryan Gravenberch, entre outros).

    Quando esses titulares ficam de fora, a queda de desempenho é evidente. Isso significa que os principais jogadores precisam estar em campo o tempo todo – algo impossível no futebol moderno. A gestão da carga física se torna essencial para reduzir o risco de lesões, e o duelo contra o Villa foi um exemplo claro dessa necessidade.

  • Aston Villa FC v Liverpool FC - Premier LeagueGetty Images Sport

    Agenda congestionada

    A decisão de Arne Slot de substituir Trent Alexander-Arnold e Diogo Jota pouco depois da marca de uma hora pegou muitos torcedores de surpresa – mas, como explicou depois, ele simplesmente não teve escolha. O técnico queria proteger dois jogadores que haviam acabado de retornar de lesão, especialmente em meio a uma desgastante sequência de cinco jogos do Campeonato Inglês em apenas 15 dias. O problema, claro, é que as mudanças tiveram um impacto negativo no desempenho da equipe.

    Alexander-Arnold, como se ainda fosse preciso lembrar, havia acabado de empatar o jogo para o Liverpool. Já Jota, embora tenha cometido um erro terrível mais cedo na partida, havia dado a assistência para o gol de Salah na abertura do placar. E certamente não há torcedor de futebol no mundo que não acredite que o português teria aproveitado a chance clara de gol que seu substituto, Darwin Núñez, desperdiçou logo após entrar em campo.

  • Aston Villa FC v Liverpool FC - Premier LeagueGetty Images Sport

    O problema do centroavante

    A forma de Darwin Núñez – e o impacto mental relacionado – é um grande problema para o Liverpool. Considerando que Jota não pode ser visto como um jogador fisicamente confiável e precisa ser gerenciado com cautela mesmo quando está disponível, Slot realmente precisava contar com Núñez para se tornar, no mínimo, uma alternativa decente na função de centroavante.

    No entanto, o uruguaio regrediu de forma alarmante em sua terceira (e possivelmente última) temporada em Anfield. Sua única contribuição decisiva na Premier League desde novembro foram os dois gols contra o Brentford, no dia 18 de janeiro.

    Ainda mais preocupante é o impacto psicológico de seu erro grotesco contra o Aston Villa. A falha parece ter abalado completamente sua confiança, e ele teve uma das piores atuações já vistas de um substituto do Liverpool, errando em praticamente todos os aspectos do jogo. Na prática, os Reds jogaram com 10 homens nos últimos 20 minutos.

    "Eu posso aceitar qualquer erro, especialmente de um jogador que marcou dois gols muito importantes contra o Brentford", disse Slot na quinta-feira (20). "Mas o que foi mais difícil para mim aceitar foi sua postura depois daquela chance perdida. E por 'postura', quero dizer que isso afetou demais sua cabeça, e ele não foi o habitual Darwin, que trabalha duro e ajuda o time. Acho que ele ficou muito desapontado após perder aquela oportunidade."

  • Liverpool FC v LOSC Lille - UEFA Champions League 2024/25 League Phase MD7Getty Images Sport

    Siga o exemplo de Endo

    No dia seguinte ao empate, Darwin Núñez foi às redes sociais para declarar sua intenção de continuar lutando pela equipe. Pelo menos, isso é um sinal encorajador, já que o Liverpool não pode se dar ao luxo de carregar passageiros nesta fase decisiva da temporada. Como Arne Slot destacou antes da visita ao Etihad para enfrentar o Manchester City no domingo (23), os Reds precisam que cada jogador adote uma mentalidade semelhante à de Wataru Endo nos próximos meses.

    "Ele simplesmente continua, segue em frente, e sempre que precisamos dele, ele está pronto", disse o ex-treinador do Feyenoord sobre o meio-campista japonês. "E isso não é fácil, porque não há muitos jogadores capazes de fazer isso."

    Salah certamente compartilha dessa mentalidade e, felizmente para o Liverpool, não dá sinais de desaceleração. No entanto, sua frustração tem se tornado cada vez mais evidente nas últimas semanas.

    O egípcio parecia tão desolado no apito final em Villa Park quanto ficou após o empate por 2 a 2 com o Everton, em Goodison Park, sete dias antes – outra partida em que marcou e deu assistência. Em ambas as ocasiões, o Liverpool não conseguiu segurar a vantagem proporcionada por seu craque, e a falta de solidez defensiva se tornou uma preocupação para os torcedores.

  • Aston Villa FC v Liverpool FC - Premier LeagueGetty Images Sport

    Deficiências defensivas dos Reds retornam

    Desde que venceu o Manchester City por 2 a 0 em Anfield, no início de dezembro, com uma atuação como poucas vistas desde então, o Liverpool conseguiu apenas três jogos sem sofrer gols em 13 partidas. Os Reds estão lidando com as mesmas fragilidades defensivas que comprometeram a tentativa de título na temporada passada.

    Os problemas no meio-campo são evidentes, com a equipe de Arne Slot perdendo o controle das partidas. A estratégia desde o início da temporada tem sido sufocar os adversários ao máximo, mantendo a posse de bola. No entanto, é o Liverpool que agora parece desgastado e apático, reflexo de um calendário exaustivo – e dar importância à Copa da Liga Inglesa pode acabar sendo um erro custoso pela terceira vez em quatro anos.

    Ainda assim, a fragilidade defensiva é inegável. A equipe tem cedido gols com facilidade, mesmo sob pouca pressão. O Aston Villa, por exemplo, finalizou apenas três vezes no primeiro tempo na última quarta-feira (19) – e marcou em duas delas. A incapacidade do Liverpool de lidar com bolas paradas é alarmante, e o tempo e o espaço que os jogadores do Villa tiveram no gol de Ollie Watkins foram simplesmente chocantes.

    Apesar disso, os Reds ainda estão em uma posição forte. Mesmo tendo um jogo a mais, seguem oito pontos à frente de um concorrente direto ao título que sequer tem um atacante de referência. Além disso, uma vitória sobre o City no domingo (23) poderia transformar completamente o ambiente do time antes de mais um duelo decisivo, contra o Newcastle, em Anfield, na quarta-feira (26).

    No entanto, o Liverpool não pode continuar dependendo exclusivamente de Salah para vencer. O histórico de momentos de herói do egípcio não foi suficiente em Goodison Park. Nem em Villa Park. E não será o suficiente no Etihad Stadium, a menos que essa missão solitária volte a se tornar um esforço coletivo.