Messi no PSG foi um fiasco total motivado só por dinheiro

Aos olhos do PSG, não é coincidência que só tenham visto algo parecido com a melhor versão de Messi no período que antecedeu a Copa do Mundo de 2022. A sensação predominante é que o clube serviu principalmente como um trampolim, permitindo que o argentino chegasse ao Qatar em ótimas condições físicas.

"A piada é que vimos os jogos dele no Qatar, eu vi seus movimentos, como ele se investiu", disse Jerome Rothen, ex-jogador do PSG, à RMC Sport, depois da eliminação dos franceses nas oitavas de final da Liga dos Campeões. "E eu não me importo com isso, considerando que é a camisa da seleção nacional, uma coisa separada, mas ei, respeite um pouco o clube da capital, aquele que lhe permite manter uma imagem e um salário.

"Somente o PSG poderia lhe dar tudo isso e, obviamente, o PSG caiu aos seus pés porque achava que Messi nos ajudaria a vencer [a Champions League]. Mas ele não nos deu nada!".

Pelo menos nada de fato importante.

O PSG ganhou dois títulos consecutivos da Ligue 1 com Messi, mas, sinceramente, e daí? Basta ver a reação a essas vitórias inevitáveis. Os torcedores ficaram tão revoltados com a derrota na Champions League 2022/23 que não compareceram nas comemorações do título do clube no Parc des Princes. Alguns jogadores acharam que isso era desrespeitoso, mas nenhum deles ousou reclamar este ano após uma nova eliminação.

Eles sabem muito bem que um clube que gasta tanto dinheiro tem de se submeter a padrões mais elevados. O sucesso de uma temporada é determinado pelos resultados da Liga dos Campeões, e o mesmo deve ser dito sobre a transferência de Messi. Houve também inúmeras considerações comerciais, mas, aparentemente, foi por isso que ele foi contratado: para ajudar o PSG a conquistar o primeiro título europeu.

Esse também foi o motivo que ele teve para escolher o PSG. Messi achava que o gigante francês lhe oferecia a melhor chance de ganhar sua quinta Champions League. Na realidade, porém, sua transferência se deveu mais ao fato de ser este ser o único time de elite disposto a atender às suas exigências salariais.

Convenhamos, Messi poderia ter escolhido um clube melhor administrado e mais bem equipado para disputar o principal troféu do futebol de clubes, mas ele seguiu o dinheiro - e os torcedores sabiam disso desde o início. Eles notaram que, na única vez em que ele veio reconhecer o apoio deles após um jogo, foi pressionado a fazer isso por seu bom amigo e companheiro de equipe Neymar.

Algumas das críticas que ele recebeu foram exageradas? Sem dúvida. Alguns torcedores também foram longe demais ao expressar sua insatisfação com Messi e Neymar. No entanto, o argentino nunca chegou perto de investir tanto no PSG quanto eles investiram nele, o que significa que isso sempre pareceu mais uma transação do que uma transferência, que não beneficiou os torcedores de forma alguma.

O PSG obviamente recebeu um impulso significativo em nível comercial. Como o diretor de patrocínio do PSG, Marc Armstrong, disse à GOAL em dezembro de 2021: "Nós realmente sentimos um impacto em todas as nossas áreas de negócios: de patrocínio e merchandising a hospitalidade e venda de ingressos".

"O clube também ganhou 20 milhões de novos assinantes em suas redes sociais na semana de sua chegada. Tivemos a maior taxa de engajamento na história dos anúncios de jogadores", disse Armstrong, entusiasmado.

Esses números impressionantes explicam por que o PSG estava tão interessado em manter Messi por mais uma temporada. Ele era totalmente essencial para uma marca construída com base em jogadores de alto nível. "Messi foi mais um negócio de marketing do que uma contratação esportiva", disse recentemente o torcedor à GOAL. "Ele acabou representando tudo o que odiamos no projeto QSI nos últimos três ou quatro anos."

Recentemente, o ex-jogador da seleção argentina Javier Mascherano criticou os torcedores por "não perceberem que tiveram sorte de ter Leo no time" e que "em vez de aproveitarem, passaram esses dois anos fazendo críticas a ele". E, de certa forma, Messi era o cara errado, no lugar errado e na hora errada. Ele chegou ao Parc des Princes no momento em que os torcedores começavam a compreender plenamente a insensatez da abordagem dos proprietários em relação à formação do elenco.

No final das contas, porém, Messi deve aceitar sua parcela de responsabilidade pelo que Rothen considera, com razão, um "fiasco total" de uma transferência, cuja natureza rídicula foi melhor resumida quando o vencedor da Copa do Mundo foi suspenso por cumprir um compromisso comercial na Arábia Saudita.

Nesse sentido, tem sido um caso moderno, tudo gira em torno de dinheiro do início ao fim e, embora os problemas financeiros do Barcelona possam tê-lo forçado a sair do Camp Nou, ninguém obrigou Messi a se mudar para o PSG.

Foi uma decisão terrível, a pior de sua carreira. Quando ele deixou o Barça, houve lágrimas e homenagens. No Parc des Princes, no sábado, porém, haverá mais vaias do que aplausos.

Depois de dois anos difíceis, a maioria dos torcedores, infelizmente, não estará lá para se despedir de Lionel Messi, estará lá para dizer adeus.