Como forma de homenagem à passagem de Luis Fernando Veríssimo, selecionamos algumas delas. Seria impossível fazer uma coletânea com tudo o que LFV já escreveu sobre futebol, mas se você quiser ler (vale a pena) é só buscar livros como “Time dos Sonhos”, escrito por ele.
A respeito do seu Internacional, Luis Fernando sintetizou bem o sentimento de amor que tinha pelo Colorado: “Eu nunca tinha visto um vermelho assim antes, e nos sessenta anos seguintes nunca o vi da mesma maneira outra vez. Um vermelho só reproduzível na memória. Um vermelho inaugural, inédito, como o de um rio de lava no começo do mundo. E o meu coração se deixou levar…”
Ao comparar torcedores de futebol a uma eterna criança, no já citado livro, Luis Fernando Veríssimo escreveu um de seus muitos golaços em forma de texto: “Só o futebol permite que você sinta aos 60 anos exatamente o que sentia aos 6. Todas as outras paixões infantis ou ficam sérias ou desaparecem, mas não há uma maneira adulta de ser apaixonado por futebol. Adulto seria largar a paixão e deixar para trás essas criancices: a devoção a um clube e às suas cores como se fosse a nossa outra nação, o desconsolo ou a fúria assassina quando o time perde, a exultação guerreira com a vitória. Você pode racionalizar a paixão, fazer teses sobre a bola, observações sociológicas sobre a massa ou poesia sobre o passe, mas é sempre fingimento. É só camuflagem. Dentro do mais teórico e distante analista e do mais engravatado cartola aproveitador existe um guri pulando na arquibancada.”
Se possível, leia Luis Fernando Veríssimo. O escritor, infelizmente, se foi. Mas sua obra é para sempre.