Melhores amigos no Bayern de Munique e padrinhos de casamento — mas há uma coisa que Joshua Kimmich guarda contra seu amigo Serge Gnabry há 14 anos

Kimmich e Gnabry compartilham muito mais do que o amor pelo futebol. Quando Kimmich se casou com Lina, em 2022, escolheu o amigo como padrinho. Durante o discurso no casamento, o meio-campista brincou:

“É uma honra ter você como meu padrinho hoje. A gente imagina que, quando faz esse convite, a pessoa responderia: ‘Você não tem outro?’”

Gnabry explicou depois que sua reação — um tanto curiosa — foi apenas fruto do susto com o convite: “Ele me pegou de surpresa, eu simplesmente disse isso no reflexo. Não foi nada negativo”, contou, acrescentando com bom humor: “Foi o meu primeiro casamento.”

A amizade entre os dois começou cedo. Kimmich e Gnabry se conheceram aos 12 anos, quando jogavam juntos nas categorias de base do VfB Stuttgart. Em 2011, foram campeões alemães sub-17 lado a lado. Foi ali que o elo entre o cerebral meio-campista e o veloz ponta começou a se fortalecer — uma amizade que perdura até hoje.

“Você tem muitos colegas com quem se dá bem enquanto joga, mas verdadeiros amigos são raros”, contou Kimmich em um documentário da ZDF. “No nosso caso, é importante saber que talvez eu tenha encontrado um amigo para a vida toda.”

No entanto, a relação entre eles foi colocada à prova bem cedo — por um episódio que, até hoje, ainda rende discussões entre os dois.

Isso aconteceu em 2011, quando o então jovem de 16 anos Serge Gnabry, poucas semanas após o título com o time sub-17 do Stuttgart, deixou o clube e seguiu para a Inglaterra, em busca de novos desafios no Arsenal.

“Você nos virou as costas naquela época”, brincou Kimmich no documentário, enquanto jogava um tabuleiro com o amigo.

“Eu tinha que fazer isso. E você também foi embora”, respondeu Gnabry, lembrando a falta de perspectiva que enfrentava nos Schwaben — e relembrando, com um sorriso, a transferência de Kimmich para o RB Leipzig dois anos depois.

Os caminhos dos dois se separaram por um tempo, e a conexão que antes parecia inabalável começou a enfraquecer. “Tínhamos grupos de amigos diferentes”, recordou Kimmich. O contato ficou raro, limitado a convocações para seleções de base ou encontros como adversários na Bundesliga.

Até que o destino os reuniu novamente, quando Gnabry chegou de forma definitiva ao Bayern de Munique — e a amizade entre os dois voltou a florescer.

Foi em 2018 que os caminhos de carreira dos dois amigos de juventude voltaram a se cruzar em Munique, no Bayern.

Enquanto Kimmich se consolidou de vez como peça indiscutível no time — tendo renovado seu contrato em março até 2029 —, Gnabry, por sua vez, deixou de ser visto como um potencial negociável e voltou a se firmar como titular importante. Sob o comando de Vincent Kompany, ele reencontrou sua melhor forma.

Ainda não se sabe se ambos encerrarão suas carreiras em Munique, mas uma coisa é certa: eles não pretendem colocar a amizade à prova novamente, como aconteceu nos tempos de Stuttgart.

“Nunca se sabe para onde nossos caminhos vão nos levar. Mas estamos em um nível em que nunca vamos nos perder de vista — nem dentro nem fora de campo”, destacou Kimmich. “Como padrinho, afinal, tenho minhas responsabilidades.”