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Mount Cunha gfxGetty/GOAL

Mason Mount ressurgiu no Manchester United - e essa é a má notícia para Matheus Cunha

Cunha chegou ao United vindo do Wolverhampton por £ 62,5 milhões (R$ 473 milhões) com status de “revolução”, comparado até a Eric Cantona, mas ainda não deslanchou em Old Trafford. Em sete jogos por todas as competições, não marcou gols nem deu assistências. Seu momento mais marcante até agora, aliás, foi negativo: desperdiçou um pênalti na eliminação vexatória para o Grimsby Town, da quarta divisão, na Copa da Liga Inglesa.

A situação é bem diferente para Mount. Depois de duas temporadas marcadas por lesões desde que chegou do Chelsea, o meia inglês parecia prestes a perder espaço com as chegadas de Cunha e Bryan Mbeumo. Ainda mais com Bruno Fernandes inabalável como titular absoluto.

Mas Mount começou a reconquistar seu espaço em silêncio, convencendo Rúben Amorim e tirando a vaga de Cunha na vitória por 2 a 0 sobre o Sunderland, quando foi o destaque da partida. A tendência é que o cenário se repita contra o Liverpool, ainda mais porque Mount chega descansado, fora da última convocação da seleção inglesa, enquanto Cunha voltou exausto após a Data Fifa com o Brasil, que jogou no Japão e na Coreia do Sul.

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  • Brentford v Manchester United - Premier LeagueGetty Images Sport

    Sem gols ou assistências

    Cunha havia marcado 27 gols e dado 13 assistências nas duas últimas temporadas de Premier League pelos Wolves, mas ainda não conseguiu repetir o desempenho no United. Estreou bem contra o Arsenal e teve lampejos contra o Fulham, mas a derrota para o Grimsby, na qual perdeu o pênalti decisivo após uma cobrança displicente, travou sua evolução.

    Na partida seguinte, contra o Burnley, jogou apenas meia hora antes de sentir uma lesão muscular. Amorim atribuiu o problema ao excesso de minutos jogados na Copa da Liga. Mount também se machucou naquele mesmo primeiro tempo, após bons 45 minutos, e o treinador admitiu a preocupação: “Precisamos muito desses caras para sermos realmente competitivos.”

    Ambos ficaram fora da goleada sofrida para o Manchester City e voltaram no banco na vitória sobre o Chelsea. Cunha foi titular na derrota para o Brentford, enquanto Mount entrou só no fim. Mesmo considerando o início irregular do United, com três derrotas nos sete primeiros jogos, o desempenho do brasileiro preocupa: além de não participar de nenhum gol, o time ainda não venceu nenhuma partida em que ele jogou 45 minutos ou mais.

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  • Manchester United v Sunderland - Premier LeagueGetty Images Sport

    Liderando pelo exemplo

    Mount também não vive fase perfeita, mas é quem chega com mais moral. O United busca a primeira vitória em Anfield em dez temporadas, e o inglês surge como a opção mais confiável.

    “Se você é treinador, adoraria tê-lo no seu time”, afirmou o ex-zagueiro Phil Jones à GOAL, via BetMGM. “Quando falamos em líderes, muita gente pensa logo naquele cara que grita, gesticula e beija o escudo. Mas o Mount lidera de outra forma: com exemplo. Ele marca gols, cria chances, dá assistências — mas, acima de tudo, tem uma ética de trabalho incrível. Corre 40 metros pra pressionar, se doa o tempo todo. Ele faz o trabalho sujo.”

    “Eu adorava vê-lo no Chelsea. Quando o United o contratou, pensei: ‘Que baita reforço’. A primeira temporada foi difícil — ele se machucava, voltava, se lesionava de novo, sem conseguir ritmo. Mas agora está reencontrando o bom futebol. Jogou muito contra o Sunderland, marcou um belo gol, ótimo domínio e finalização. Fico feliz por ele, porque sei o quanto sofreu no ano passado. Agora, ele é parte importante do time.”

  • Manchester United v Sunderland - Premier LeagueGetty Images Sport

    "Você confia nele"

    Mount sempre teve a fama de ser o “queridinho dos técnicos”, algo que, curiosamente, virou motivo de crítica. Mas, como lembrou o ex-jogador Rio Ferdinand, “desde quando fazer o que o técnico pede virou algo ruim?”.

    “Você confia nele”, disse Ferdinand. “Pressão, intensidade e dedicação são três fundamentos que ele sempre entrega. Mesmo que esteja mal com a bola, nota 2 de 10, você sabe que vai correr, vai brigar, vai contagiar o time. Como técnico, você quer qualidade, claro, mas também quer ter certeza de que o cara vai se doar. E o Mount é assim.”

    O meia brilhou sob o comando de Frank Lampard, no Derby County e depois no Chelsea, e com Thomas Tuchel, com quem foi campeão da Champions League em 2021 e participou de 21 gols na temporada 2021/22.

    Erik ten Hag também sempre foi fã do jogador. Encantou-se com ele em 2018, quando Mount defendia o Vitesse contra o Ajax. Cinco anos depois, quando o Chelsea o colocou à venda com um ano de contrato restante, o técnico fez questão de convencer o United a superar o Liverpool na disputa. O clube pagou £ 55 milhões, mais £ 5 milhões em bônus (R$ 454 milhões ao todo).

    No entanto, Ten Hag pouco pôde aproveitá-lo: o inglês fez apenas cinco jogos como titular na Premier League na primeira temporada e oito na segunda, por conta das lesões. Agora, finalmente recuperado, Mount parece pronto para justificar o investimento e, por consequência, empurrar Matheus Cunha para o banco.

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  • Manchester City FC v Manchester United FC - Premier LeagueGetty Images Sport

    "Ele quer isso mais do que tudo"

    Rúben Amorim ficou impressionado com a determinação de Mason Mount em dar a volta por cima no Manchester United desde que assumiu o cargo deixado por Ten Hag. “Mason Mount… preciso dizer que amo esse garoto”, afirmou o técnico em novembro. “Você olha nos olhos dele e vê que ele quer isso mais do que tudo. E isso, para mim, é o mais importante. Sei que ele sofreu com lesões e ficou muito tempo fora, mas agora está tentando se manter em forma. Esperamos que continue assim, para mostrar todo o talento que já mostrou no Chelsea.”

    Menos de um mês após o início da era Amorim, porém, Mount sofreu uma nova lesão contra o Manchester City, em dezembro, e só voltou aos gramados em abril. O meia voltou com tudo: marcou dois gols no jogo de volta da semifinal da Europa League, contra o Athletic Bilbao, e garantiu vaga como titular na final diante do Tottenham, no lugar de Alejandro Garnacho.

    A escolha acabou saindo pela culatra. Após a derrota por 1 a 0, Amorim foi duramente questionado sobre a decisão. Na entrevista coletiva, criticou Garnacho, o que enfureceu o argentino e levou àquela polêmica entrevista à TV espanhola que acabou culminando em sua saída do clube. Ainda assim, o episódio não mudou a opinião de Amorim sobre Mount. Depois da vitória sobre o Sunderland, o técnico voltou a elogiá-lo: “Ele sabe defender muito bem, é muito inteligente e ataca muito bem também.”

  • Fulham v Manchester United - Premier LeagueGetty Images Sport

    Energia e experiência

    Talvez preocupado em reforçar que não é o “queridinho do técnico”, Mount explicou que o entrosamento com Amorim vem do fato de já ter atuado em um sistema parecido sob o comando de Thomas Tuchel.

    “Acho que tenho experiência em jogar em uma formação similar à que ele gosta, já fiz isso no passado”, afirmou o meia. “Então, entender os papéis e o que ele quer do time é algo que faz sentido para mim, porque já vivi isso antes. Todos os jogadores entendem agora, mas, no começo, era algo em que ele podia se apoiar em mim, porque eu conhecia bem as posições.

    “Eu me vejo como alguém que traz muita energia para o time, que inicia a pressão e, às vezes, funciona como um catalisador no ataque. É algo em que sempre foco, ajudar meus companheiros e realmente trazer essa energia.”

    Após a vitória sobre o Sunderland, Mount também deixou claro que o elenco “apoia 100% o treinador” e que as críticas externas ao sistema de Amorim não interferem no grupo. “Para nós, o foco é fazer o que o técnico pede, tanto nos treinos quanto nos jogos. É nisso que estamos concentrados.”

  • Manchester United v Burnley - Premier LeagueGetty Images Sport

    Cunha sentindo o peso

    A versatilidade é algo que Mount e Matheus Cunha têm em comum. O brasileiro, aliás, comentou nesta semana que ainda existe confusão sobre sua posição ideal.

    “Uma grande característica do Ancelotti é conseguir extrair o melhor de cada jogador. Eu vim muito para Seleção com esse estereótipo de camisa 9. Eu jogo toda a minha base de meia e, quando viro profissional, encontro esse mundo do 4-3-3. Parece que você tem que se adaptar: ou joga de centroavante ou joga de ponta ou de oito. Mataram a posição de meia e você tem que se adaptar. Mas vejo isso com bons olhos, que me agregaram experiência, muito mais posições e ainda mais em campeonatos de tiro curto com a camisa da Seleção. Ter jogador versátil ajuda muito para qualquer treinador”, declarou Cunha à Globo.

    Mesmo assim, o United não contratou Cunha por sua versatilidade, e sim por sua capacidade comprovada de marcar gols regularmente na Premier League. Seria alguém pronto para o ritmo da liga, diferente de outros reforços caros que ainda precisaram se adaptar, como Jadon Sancho, Antony e Rasmus Hojlund.

    Até agora, porém, Cunha não manteve a mesma eficiência e ainda não conseguiu marcar nem dar assistências. Apesar disso, afirmou viver “um momento pessoal espetacular” e se disse “privilegiado por vestir a camisa da maior seleção do mundo e de um dos maiores clubes do mundo”.

    Mas quanto mais o jejum se prolonga, mais o brasileiro sente o peso de que falou. Como disse Phil Jones à GOAL, “a camisa do United é pesada”. Mount também sabe disso, mas, no momento, ela lhe cai muito melhor que em Cunha. Por isso, o inglês segue em vantagem para começar como titular em Anfield.

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