Getty ImagesMario Balotelli lembra ataques dos tabloides nos tempos de Manchester City e revela motivo da icônica mensagem "Por que sempre eu?" em camiseta
Balotelli sobre o City, a pressão da mídia e o "Why always me?"
O atacante italiano chegou ao City vindo da Inter de Milão, como uma das maiores promessas de sua geração. No entanto, sua fama de jogador-problema e as atuações irregulares o transformaram em alvo fácil dos tabloides ingleses. Depois de uma série de episódios fora de campo, incluindo um incêndio em sua casa, supostamente causado por fogos de artifício acesos no banheiro, Balotelli marcou um dos gols na histórica vitória por 6 a 1 sobre o Manchester United, em outubro de 2011, e comemorou exibindo uma camisa com a frase “Why always me?”, em resposta às inúmeras manchetes sobre seu comportamento.
Durante sua passagem pelo Etihad Stadium, entre 2010 e 2013, Balotelli marcou 30 gols em 80 jogos e conquistou o título da Premier League, com destaque para a assistência decisiva que deu a Sergio Agüero no gol que selou o título em maio de 2012.
Em entrevista à La Gazzetta dello Sport, o atacante afirmou que aquele período caótico na Inglaterra teve grande impacto em sua vida.
“Minha experiência na Inter fez parte do meu amadurecimento, mas acho que foi na Inglaterra que mais me formei como pessoa”, disse. “Foi a primeira vez que fiquei sozinho, sem minha família por perto, e eu não estava acostumado a isso. Essa fase te molda, para o bem ou para o mal, porque você comete erros e precisa sair deles por conta própria. O ‘Why always me?’ surgiu antes do jogo, numa conversa com um funcionário do clube. Eu era o centro das atenções por causa dos meus problemas, e aquela comemoração foi um desabafo. Os tabloides ingleses passaram dos limites comigo.”
"Um pé no saco" – Balotelli sobre Ibrahimovic e Mancini
O atacante também falou sobre sua relação com figuras importantes da carreira, descrevendo Zlatan Ibrahimovic como “um pé no saco, mas ele só incomoda quem ama”. E completou: “Ele queria que eu desse o meu melhor em todos os jogos e treinamentos.”
Balotelli elogiou os irmãos Kolo e Yaya Touré, que o “acolheram” no Manchester City, e destacou Roberto Mancini e Cesare Prandelli como os técnicos que mais o compreenderam. “Joguei muito com o Mancini. Com o Prandelli, na seleção, também tive ótimos momentos. Ele me tratou do jeito certo, me deu liberdade dentro e fora de campo, mas sempre com limites, ninguém é Maradona. Passei mais tempo com o Mancini, então o conheço muito bem.”
Arrependimentos pela carreira na seleção e desejo de um último jogo
Com 14 gols em 36 partidas pela seleção italiana, Balotelli lamentou a forma como sua trajetória pela Azzurra terminou e revelou o sonho de uma despedida em campo. “A seleção é um ponto fundamental para mim... Eu tinha orgulho de representar a Itália, e isso é algo de que sinto falta”, afirmou.
O atacante também levantou uma hipótese sobre o motivo de não ter sido mais convocado, insinuando que fatores políticos poderiam estar envolvidos. “Por que não quiseram mais me convocar? Nem eu sei o motivo real. Posso imaginar... Será falta de afinidade com a Juventus? Talvez.”
AFPO futuro do ex-atacante do City
Após deixar o Genoa no fim da última temporada, Balotelli segue sem clube, mas treina sozinho para manter a forma. Ele revelou ter recusado propostas do exterior na esperança de permanecer jogando na Itália. “Recebi ofertas de fora e disse não, porque, no meu coração, ainda tinha esperança de jogar novamente na Itália”, contou. “Por enquanto, essa proposta não chegou, e estou num momento em que preciso decidir se assino com um time estrangeiro ou se tiro um tempo para pensar até janeiro.”



