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Rashford Underserved Transfers GFXGetty/GOAL

Marcus Rashford no Barcelona e o Top 10 de transferências "injustas" do futebol europeu

“Se você pensar onde Marcus Rashford está hoje como jogador profissional, percebe que, quando jovem, você sonha em chegar ao topo, jogar em clubes como o Manchester United. E quando alcança isso, você valoriza. Você não desperdiça a oportunidade dizendo que quer sair. Acho toda essa situação bastante desanimadora”, afirmou a lenda do United, Teddy Sheringham, em entrevista à Sky Bet ao comentar sobre a iminente transferência por empréstimo de Rashford para o Barcelona.

Na visão de Sheringham, a mudança seria injustificável. “Do meu ponto de vista, sair do Manchester United para o Barcelona é um passo que ele não mereceu”, completou. E é difícil discordar, considerando as duas últimas temporadas do atacante nos Red Devils: apenas 11 gols marcados em 48 jogos da Premier League, episódios de indisciplina e, por fim, a perda da vaga entre os titulares após a chegada de Ruben Amorim. Isso culminou em seu empréstimo ao Aston Villa em janeiro — uma tentativa de recomeço para um jogador cada vez mais inconsistente.

No Villa Park, Rashford até reencontrou o sorriso. Contribuiu para a campanha que levou o time de Unai Emery às quartas de final da Champions League e ao sexto lugar na Premier League. Ainda assim, balançou as redes apenas quatro vezes. Sem convencer, viu o clube optar por não exercer a cláusula de compra de £40 milhões (R$ 280 milhões). A verdade é que, após um início de carreira promissor, Rashford se tornou um jogador problemático — supervalorizado, alto custo e sem a mentalidade necessária para atingir o mais alto nível.

O Barcelona, porém, enxerga diferente. Para os atuais campeões espanhóis, Rashford é a peça final do quebra-cabeça rumo à glória na Champions League 2025/26. Ele deve formar uma linha de ataque estelar ao lado de Lamine Yamal, Robert Lewandowski e Raphinha.

Parece que Rashford é o homem mais sortudo do futebol. Mas será que ele está prestes a protagonizar a transferência mais "injusta" da história? A GOAL listou os 10 principais candidatos a esse título indesejado.

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  • Fellaini MoyesGetty

    10Marouane Fellaini (Everton para Manchester United, €32 milhões)

    David Moyes tentou, famosamente, contratar Gareth Bale e Cesc Fàbregas após ter sido pessoalmente escolhido por Sir Alex Ferguson para assumir o comando técnico do Manchester United em 2013. No entanto, acabou se contentando com Marouane Fellaini — o volante belga de 1,93m, mais conhecido por seu característico penteado afro do que propriamente por sua técnica apurada. Fellaini havia sido um jogador útil e confiável no Everton sob o comando de Moyes, mas sua contratação pelos então campeões da Premier League foi considerada arriscada, dada sua limitação técnica e estilo de jogo pouco refinado.

    E os temores se concretizaram. Em sua primeira temporada, marcada por atuações apagadas, Fellaini foi frequentemente vaiado pela torcida, enquanto o United teve um desempenho decepcionante e terminou fora do G-6. Moyes foi demitido após apenas oito meses no cargo.

    Surpreendentemente, Fellaini permaneceu em Old Trafford por mais cinco temporadas. Durante esse período, conquistou títulos como a Copa da Inglaterra, a Europa League e a Copa da Liga Inglesa, além de se tornar um dos homens de confiança de José Mourinho, que valorizava sua força física e presença aérea. Mesmo assim, nunca se firmou como titular absoluto. Em janeiro de 2019, o United o negociou com o Shandong Taishan, da Superliga Chinesa, por apenas £10,5 milhões.

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  • FBL-ENG-FACUP-LIVERPOOL-MANUTDAFP

    9Andy Carroll (Newcastle para Liverpool, €43 milhões)

    A torcida do Liverpool reagiu com incredulidade quando Andy Carroll foi anunciado como o substituto de Fernando Torres, após a polêmica saída do atacante espanhol para o Chelsea em janeiro de 2011. Para fechar a contratação, os Reds quebraram o recorde de transferências do clube — uma decisão vista como precipitada, já que Carroll havia se destacado como o camisa 9 do Newcastle por apenas meia temporada.

    As dúvidas rapidamente se mostraram justificadas. Carroll marcou apenas seis gols em 44 jogos da Premier League com a camisa do Liverpool. Embora tivesse presença física, seu faro de gol era inconsistente, e ele enfrentava dificuldades para se manter saudável, o que impediu qualquer sequência de boas atuações.

    Com a chegada de Brendan Rodgers ao comando técnico em junho de 2012, ficou claro que Carroll não se encaixava no estilo de jogo proposto, baseado em posse de bola e movimentação. Após 18 meses frustrantes em Anfield, o atacante foi negociado com o West Ham.

  • Juventus v Torino FC - Serie AGetty Images Sport

    8Nicklas Bendtner (Arsenal para Juventus, empréstimo)

    O futuro de Nicklas Bendtner já parecia incerto após um empréstimo decepcionante ao Sunderland na temporada 2011/12, quando marcou apenas oito gols. O Arsenal, àquela altura, já havia perdido a paciência com a irregularidade e os problemas extracampo do atacante dinamarquês. Ainda assim, isso não impediu a recém-coroada campeã da Serie A, a Juventus, de surpreender a todos ao contratá-lo na janela de verão europeu de 2012 — uma das decisões mais inesperadas daquele mercado.

    Mas o que poderia parecer um golpe de mestre se transformou rapidamente em um erro. Antonio Conte só deu a Bendtner sua primeira titularidade em outubro, e o atacante se lesionou gravemente logo em sua segunda partida, cerca de dois meses depois. Para piorar, em março, foi preso por dirigir alcoolizado.

    O retorno aos gramados aconteceu apenas na última rodada da temporada, quando entrou no segundo tempo da derrota por 3 a 2 para a Sampdoria — partida que azedou a celebração do segundo título consecutivo da Velha Senhora. Com um pulso quebrado e nenhum gol marcado em 11 aparições, Bendtner voltou ao Arsenal sem deixar qualquer marca em Turim. É justo dizer que essa transferência foi uma completa perda de tempo para todas as partes envolvidas.

  • FBL-EUR-C3-MAN UTD-LASKAFP

    7Odion Ighalo (Shanghai Shenhua para Manchester United, empréstimo)

    O Manchester United estava tão desesperado por um novo atacante após a lesão de Marcus Rashford na janela de transferências de inverno europeu de 2020 que passou a considerar diversas opções emergenciais — entre elas, até a recontratação do ex-jogador da base Josh King, então no Bournemouth. Quando a negociação por King fracassou, o clube optou por uma solução ainda mais inesperada: trouxe Odion Ighalo, ex-Watford, por empréstimo do Shanghai Shenhua até o fim da temporada.

    É verdade que Ighalo teve bons momentos na Premier League com a camisa do Watford e vinha de uma boa campanha com a Nigéria na Copa Africana de Nações de 2019, quando foi artilheiro com cinco gols. Ainda assim, sua contratação representou um claro movimento de pânico por parte dos Red Devils. Ighalo não tinha experiência em alto nível e, desde o início, ficou evidente que o então técnico Ole Gunnar Solskjaer não depositava plena confiança nele.

    O nigeriano fez apenas oito jogos entre fevereiro e maio, mas marcou quatro gols — o suficiente para convencer o United a estender seu empréstimo por mais seis meses, decisão que causou ainda mais surpresa. O cenário ficou ainda mais incoerente com a chegada de Edinson Cavani em outubro: Ighalo teve apenas nove minutos em campo na Premier League durante a primeira metade da temporada 2020/21, antes de retornar à China.

  • Marcus Rashford Barcelona GFXGetty/GOAL

    6Marcus Rashford (Manchester United para Barcelona, empréstimo)

    Rashford viveu sua melhor temporada com a camisa do Manchester United em 2022/23. Foram 30 gols em todas as competições — um feito inédito na carreira — que ajudaram os Red Devils a conquistarem a Copa da Liga inglesa e garantirem o terceiro lugar na Premier League. O desempenho o levou a assinar um novo contrato de cinco anos, com salário de £325 mil por semana. Na ocasião, ele prometeu apaixonadamente aos torcedores: “Como torcedor do United durante toda a minha vida, sei a responsabilidade que vem com representar este emblema e sinto os altos e baixos tanto quanto qualquer um. Posso garantir que vou dar tudo para ajudar o time a alcançar o nível que somos capazes.”

    Quebrar essa promessa de forma tão clara, após receber tamanha demonstração de confiança, é algo difícil de perdoar. Rashford decepcionou justamente quando o United mais precisava: em uma campanha desastrosa em 2023/24 sob o comando de Erik ten Hag — minimamente amenizada pelo título da Copa da Inglaterra. E quando a situação piorou na temporada seguinte, o atacante foi além: passou a pressionar publicamente por uma saída, traindo o clube que o revelou.

    Não importa que ele tenha mostrado lampejos do velho Rashford durante seu empréstimo ao Aston Villa. A verdade é que, historicamente, ele costuma se esconder nos momentos mais difíceis. Agora, sob o comando de Hansi Flick, o camisa 10 inglês tenta um recomeço no Barcelona. Mas o técnico alemão pode acabar se arrependendo de apostar em um jogador que, mais de uma vez, falhou quando a pressão aumentou.

  • BraithwaiteGetty Images

    5Martin Braithwaite (Espanyol para Barcelona, €18 milhões)

    O Barcelona recebeu permissão para realizar uma contratação de emergência fora da janela de transferências após Ousmane Dembélé ser diagnosticado com uma lesão grave em fevereiro de 2020, que o afastaria por pelo menos seis meses. No entanto, as regras da La Liga estipulavam que o substituto precisaria ser um agente livre ou já estar atuando no futebol espanhol — o que limitou drasticamente as opções do clube.

    Mesmo com esse cenário, ninguém esperava que o Barça optasse por Martin Braithwaite — um nome que causou espanto. O atacante dinamarquês, à época no modesto Leganés, havia marcado apenas oito gols em 27 partidas desde sua chegada definitiva ao clube, que lutava contra o rebaixamento. Ainda assim, o Barcelona desembolsou uma quantia considerável para contratá-lo. E, nos dois anos e meio seguintes, Braithwaite pouco justificou o investimento.

    Embora tenha conquistado uma Copa do Rei ao lado de Lionel Messi e companhia, o atacante marcou apenas 10 gols em 58 jogos, a maioria vindo do banco de reservas. Ficou evidente que Braithwaite estava muito aquém do nível exigido no Camp Nou. Em 2022, sem surpresa, o clube rescindiu seu contrato para abrir espaço para novos reforços.

  • Tottenham Hotspur v Manchester United - Premier LeagueGetty Images Sport

    4Wout Weghorst (Burnley para Manchester United, empréstimo)

    O Manchester United mostrou que não aprendeu nada com a experiência frustrante de Odion Ighalo ao contratar Wout Weghorst por empréstimo do Burnley em janeiro de 2023. O holandês foi escolhido para substituir ninguém menos que Cristiano Ronaldo, apesar de ter marcado apenas dois gols na Premier League pelos Clarets antes de serem rebaixados para a Championship na temporada anterior.

    Weghorst até havia recuperado o faro de gol durante um breve empréstimo ao Besiktas, mas isso ocorreu na modesta Liga turca. Parecia claro para todos — menos para Erik ten Hag — que ele não tinha nível para liderar o ataque do United. Ainda assim, o técnico insistiu em mantê-lo como titular por 18 partidas consecutivas, mesmo com o desempenho previsivelmente abaixo do esperado: apenas dois gols com a camisa vermelha.

    Ninguém questionava o comprometimento e a entrega de Weghorst em campo. Mas a falta de qualidade técnica e o instinto goleador limitado impediram qualquer chance de permanência em Old Trafford ao fim do empréstimo.

  • FBL-FRA-LIGUE1-PARIS-TOULOUSEAFP

    3Eric Maxim Choupo-Moting (Stoke City para Paris Saint-Germain, sem custos)

    A primeira e única temporada de Eric Maxim Choupo-Moting na Premier League foi um verdadeiro desastre. Contratado pelo Schalke em 2017, esperava-se que o atacante camaronês fosse a principal fonte de gols do Stoke City após as saídas de Marko Arnautovic e Bojan Krkic. No entanto, ele marcou apenas cinco vezes na temporada de estreia, enquanto os Potters retornavam à segunda divisão do futebol inglês pela primeira vez em uma década.

    O Stoke então decidiu rescindir o contrato de Choupo-Moting, já que o jogador buscava uma transferência em vez de permanecer no Championship. Numa reviravolta surpreendente, o Paris Saint-Germain atendeu ao pedido do atacante, assinando com ele um contrato de dois anos. Foi, sem dúvida, um alinhamento de estrelas para Choupo-Moting, que foi resgatado do Stoke por seu ex-treinador no Mainz, Thomas Tuchel, numa fase em que poderia facilmente ter caído no esquecimento.

    Nos dois anos seguintes, porém, Choupo-Moting fez pouco para justificar a aposta do PSG. Marcou apenas nove gols e protagonizou um dos piores erros da história recente do clube em uma partida da Ligue 1 contra o Strasbourg. Ainda assim, ele conseguiu se reerguer após deixar o Parque dos ríncipes como agente livre em 2020, quando se juntou ao Bayern de Munique.

  • AC Milan v Frosinone Calcio - Serie AGetty Images Sport

    2Fabio Borini (Sunderland para Milan, empréstimo)

    O Milan investiu pesado no verão europeu de 2017 para garantir o retorno à Champions League, trazendo nomes como Leonardo Bonucci, André Silva, Hakan Çalhanoğlu e Franck Kessié. Porém, sobrancelhas foram erguidas quando o clube também contratou Fabio Borini por empréstimo do Sunderland, com obrigação de compra fixada em £5,2 milhões.

    Borini, famoso por ter marcado apenas três gols em uma passagem frustrante de três anos pelo Liverpool, havia anotado apenas dois gols em 26 jogos da Premier League pelo Sunderland na temporada 2016/17, quando o clube foi rebaixado para o Championship. O atacante italiano era considerado um dos maiores fracassos da primeira divisão inglesa, e sua chegada ao San Siro foi vista como mais um sinal do declínio do Milan.

    Surpreendentemente, Borini foi utilizado como lateral durante sua temporada de estreia e acumulou impressionantes dez participações em gols pelos Rossoneri. Ainda assim, seus minutos em campo caíram drasticamente sob o comando de Gennaro Gattuso em 2018/19. O ex-jogador do Liverpool acabou se tornando a peça secundária que a maioria esperava, e o Milan encerrou sua passagem ao negociá-lo com o Hellas Verona em janeiro de 2020.

  • Real Madrid's French midfielder Julien FAFP

    1Julien Faubert (West Ham para Real Madrid, empréstimo)

    A contratação de Julien Faubert pelo Real Madrid sempre seria a número 1 nesta lista. Pelo absurdo da situação, é difícil imaginar transferência mais ridícula do que o empréstimo do francês ao Santiago Bernabéu, vindo do West Ham, em janeiro de 2009.

    Faubert sofreu uma lesão no tendão de aquiles que o afastou durante quase toda a sua temporada de estreia no West Ham. No meio do seu segundo ano, quando estava indo e vindo do time titular, o Real Madrid fez contato. Do nada, o francês recebeu a oportunidade de sua vida — mas falhou de forma espetacular em aproveitá-la.

    Ele jogou apenas duas vezes pelo clube, aparentou estar dormindo no banco durante uma partida e ainda faltou a um treino ao pensar, erroneamente, que tinha folga naquele dia. O Real tinha uma opção de compra de €1,5 milhão no contrato de empréstimo, mas abriu mão desse valor modesto ao perceber que ele não tinha nenhum motivo para estar em um dos maiores clubes do mundo.