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Mais do que Trent Alexander-Arnold, o Real Madrid precisa comprar novos defensores para evitar novos vexames em El Clásico

No tumultuado empate por 2 a 2 entre Liverpool e Manchester United na semana passada, era inevitável questionar se o Real Madrid estaria repensando a possível contratação de Trent Alexander-Arnold. O lateral direito foi amplamente criticado após ser superado por Diogo Dalot em Anfield.

Já na desequilibrada Supercopa da Espanha, realizada na Arábia Saudita, talvez Alexander-Arnold também tenha se perguntado se unir-se a um time com tantos problemas defensivos seria realmente a melhor escolha para sua carreira.

O Real Madrid, sem dúvidas, adoraria garantir a chegada do internacional inglês antes do fechamento da janela de transferências. Afinal, qualquer alternativa na lateral direita seria uma evolução em relação à fragilidade representada por Lucas Vázquez, que teve uma atuação desastrosa na humilhante derrota por 5 a 2 contra o Barcelona.

No entanto, Alexander-Arnold dificilmente seria a solução imediata para os diversos problemas estruturais e profundamente enraizados do Real Madrid. O mais preocupante é que Carlo Ancelotti parece tão distante de resolvê-los quanto estava na última vez em que os merengues foram superados pelo Barcelona.

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  • Real Madrid CF v Real Betis - LaLiga EA SportsGetty Images Sport

    Ausência de Kroos e zagueiros importantes

    Após a humilhante derrota por 4 a 0 sofrida pelo Real Madrid no primeiro Clássico da temporada, em outubro, grande parte das discussões pós-jogo inevitavelmente giraram em torno de Kylian Mbappé e sua incapacidade de cronometrar uma corrida. No entanto, Carlo Ancelotti estava ciente de que os problemas da equipe iam muito além do atacante francês, que, sem surpresa, começa a mostrar sua qualidade.

    A chegada, talvez desnecessária, de Mbappé obrigou o técnico italiano a alterar a formação de um ataque que já havia conquistado dois títulos, reduzindo as oportunidades para Rodrygo e empurrando Jude Bellingham para um papel mais recuado no meio-campo — pelo menos temporariamente. Ainda assim, os problemas do Real Madrid não se limitavam ao ataque; a equipe claramente carecia de controle no meio-campo e de solidez defensiva.

    A aposentadoria precoce de Toni Kroos, que ainda estava no auge de suas habilidades, privou o Real Madrid de um armador incomparável, capaz de ditar o ritmo de qualquer partida. Para piorar, lesões no ligamento cruzado anterior devastaram a defesa merengue, com Éder Militão e Dani Carvajal somando-se à longa ausência de David Alaba, deixando as laterais vulneráveis.

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  • Real Madrid v FC Barcelona: Spanish Super CupGetty Images Sport

    'Falta-nos solidez na defesa'

    Embora a dura derrota para o Barcelona no Bernabéu tenha sido a primeira do Real Madrid na Liga nesta temporada, não foi surpresa que tenha sido seguida por uma chocante derrota por 3 a 1, também em casa, contra uma equipe mediana do Milan.

    "Não vimos a reação esperada, e os mesmos problemas desde o Clássico permanecem", admitiu Carlo Ancelotti à Sky Sport Itália após o confronto da Champions League contra um de seus antigos clubes. "Falta solidez na defesa, estamos frequentemente desequilibrados nos contra-ataques. Precisamos corrigir isso, ser mais sólidos e recuperar a bola a qualquer custo para não permanecermos tão vulneráveis."

    "Temos motivos para nos preocupar, porque esta equipe tem um enorme potencial, mas não está conseguindo demonstrá-lo. Precisamos voltar ao básico, porque é isso que está faltando aqui. Quando não há solidez defensiva, os jogos podem se complicar a qualquer momento. Recentemente, conseguimos nos recuperar em algumas dessas situações, mas isso não é sustentável."

  • FBL-KSA-ESP-REAL MADRID-MALLORCAAFP

    Perdendo o controle sobre dois títulos

    Carlo Ancelotti teve conversas francas com o elenco e afirmou em 8 de novembro: "Achamos que encontramos a solução, mas, obviamente, isso é apenas uma teoria. Agora, precisamos colocá-la em prática."

    Os resultados iniciais foram promissores, com o Real Madrid mantendo três partidas consecutivas sem sofrer gols na LaLiga. No entanto, sempre que enfrentam adversários mais fortes nos últimos três meses, os merengues têm enfrentado grandes dificuldades.

    O time foi completamente dominado em Anfield por um Liverpool que tem sido seu algoz nos últimos anos. O placar de 2 a 0 até lisonjeou os visitantes. Além disso, na Liga, conquistaram apenas um ponto em partidas contra Atlético de Madrid, Barcelona e Athletic Club até agora nesta temporada.

    Mesmo na vitória por 3 a 2 sobre a Atalanta, em um confronto vital pela Champions, os atuais campeões contaram com a sorte para sair de Bérgamo com os três pontos. Momentos de brilhantismo individual de jogadores como Mbappé e Bellingham foram cruciais para superar a equipe de Gian Piero Gasperini, que teria empatado a partida merecidamente se não fosse por finalizações erradas nos minutos finais.

    Embora o Real Madrid deva avançar tranquilamente para a fase eliminatória (seus dois últimos jogos da fase de grupos são contra Red Bull Salzburg e Brest), é difícil imaginar o time mantendo seus títulos europeu ou espanhol em sua forma e condição atuais.

  • Aymeric LAPORTE-spain-20241015(C)Getty Images

    Necessidade urgente

    O retorno iminente de David Alaba à equipe principal é, sem dúvida, um grande reforço para Carlo Ancelotti. A qualidade, versatilidade e liderança do austríaco foram amplamente sentidas em sua ausência. No entanto, aos 32 anos e após mais de um ano fora de ação, ainda é incerto quanto tempo levará para ele recuperar seu melhor ritmo.

    Não é difícil entender por que muitos comentaristas e torcedores pediram que o Real Madrid contratasse um zagueiro jovem durante a janela de transferências de verão europeu. A ida de Leny Yoro, do Lille, para o Manchester United, em vez de Santiago Bernabéu, foi um golpe significativo.

    Vitor Reis também foi fortemente considerado, mas o jovem brasileiro agora parece estar a caminho do Manchester City, que enfrenta suas próprias carências defensivas nos últimos meses. Em uma abordagem de curto prazo, Aymeric Laporte chegou a ser apontado como uma possível solução. No entanto, de acordo com os relatos mais recentes da Espanha, o Al Nassr está relutante em liberar o jogador de 30 anos nesta janela de inverno.

    Além disso, embora haja um reconhecimento no Bernabéu da necessidade de reforçar a defesa, fontes indicam que novas contratações em janeiro são improváveis devido às dificuldades habituais de encontrar opções com bom custo-benefício no mercado de meio de temporada.

  • FBL-KSA-ESP-REAL MADRID-BARCELONAAFP

    Sob pressão

    Carlo Ancelotti se encontra em uma posição delicada, especialmente porque parece não confiar totalmente em Raúl Asencio, apesar de o jovem de 21 anos ter demonstrado muito potencial em uma sequência de partidas durante novembro e dezembro. Algo precisa mudar, no entanto, porque, como ficou evidente novamente em Jeddah, usar Aurélien Tchouaméni como zagueiro contra adversários fortes é um acidente anunciado — e o mesmo pode ser dito de Lucas Vázquez na lateral direita.

    Após a derrota na Supercopa para o Barcelona, Ancelotti se recusou a criticar jogadores individualmente, ressaltando que apenas Kylian Mbappé teve um "bom jogo" em Jeddah.

    "Não vou citar nomes aqui", afirmou o técnico dos merengues aos repórteres. "Não fomos bem desde o primeiro minuto e não desempenhamos como deveríamos. Para vencer jogos assim, é preciso defender bem. O Barcelona mereceu a vitória porque defendeu melhor do que nós.

    "Foi um problema coletivo. Não defendemos bem na defesa ou no meio-campo. O time não estava compacto, e precisamos voltar a defender melhor porque, no momento, não estamos bem. Mas não vou apontar o dedo para ninguém."

    Essa abordagem é provavelmente prudente, considerando que muitos acreditam que Ancelotti também carrega uma parcela significativa da culpa pela regressão do Real Madrid nesta temporada.

  • Valencia CF v Real Madrid CF - La Liga EA SportsGetty Images Sport

    Nenhuma lição aprendida

    A decisão de Carlo Ancelotti de escalar todas as suas estrelas ofensivas contra o Barcelona revelou-se imprudente. A inclusão de Mbappé, Bellingham, Vinícius e Rodrygo deixou Federico Valverde e Eduardo Camavinga sobrecarregados. Camavinga, em particular, sofreu no que foi, provavelmente, sua pior atuação com a camisa do Real Madrid.

    Do lado defensivo, Ferland Mendy não foi muito melhor que Lucas Vázquez na lateral oposta, enquanto o confiável Antonio Rüdiger exibiu frustração ao reagir agressivamente a jogadores como Lamine Yamal. Nessas condições, adicionar nomes ofensivos como Alexander-Arnold ou Alphonso Davies em janeiro resolveria dificilmente os problemas estruturais da equipe — mesmo que tais transferências fossem viáveis, o que parece improvável no momento.

    Embora a chegada de um lateral direito adequado pudesse liberar Valverde de ocupar uma posição que não é a sua, Alexander-Arnold é mais conhecido por suas qualidades ofensivas do que defensivas. Adversários continuariam explorando as fragilidades pela esquerda, mesmo se o Liverpool fosse persuadido a liberar seu astro em meio à disputa pelo título da Premier League.

    O verdadeiro problema está no centro da equipe. Ancelotti precisa, acima de tudo, de um zagueiro central dominante e de um meio-campista capaz de restaurar a ordem. Até agora, nem Tchouaméni nem Camavinga demonstraram estar prontos para essa responsabilidade.

    Dada a situação atual, a melhor solução para Ancelotti pode ser sacrificar um de seus atacantes para reforçar o meio-campo, oferecendo maior proteção a uma defesa visivelmente frágil. Luka Modric reconheceu que a derrota para o Barcelona, apesar de embaraçosa, não ocorreu em um jogo mais significativo. No entanto, a performance desastrosa na Arábia Saudita não pode ser ignorada.

    Apesar das alegações de uma "revisão clara" após o primeiro El Clásico, Ancelotti e sua equipe parecem não ter aprendido as lições necessárias. Se não agirem rapidamente, mais derrotas humilhantes estão à vista, e qualquer grande equipe europeia se sentirá confiante em explorar um meio-campo tão vulnerável.

    Para Alexander-Arnold, esperar antes de considerar uma transferência para o Real Madrid seria prudente. Sem o fortalecimento do setor defensivo central, o lateral inglês enfrentaria mais exposição no Bernabéu do que jamais enfrentou em Anfield.