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Chapéus transferências Brasil GFXGOAL

Os maiores chapéus dados em contratações na história do futebol brasileiro

A palavra “chapéu” possui dois significados no dicionário futebolês. Dentro de campo, pode ser aquele belo drible -- também conhecido como lençol -- em que o jogador toca a bola por cima do adversário e volta para buscar a esfera na sequência. Fora das quatro linhas, é o termo utilizado quando um clube consegue contratar algum profissional que já estava muito perto, a detalhes, de assinar contrato por outra agremiação.

Assim como um gol, ou até mesmo um troféu levantado, um chapéu é sempre motivo de grandes emoções para torcedores. Sejam estas emoções positivas ou negativas, a depender do vitorioso nesta história. E a intensidade ainda pode aumentar, caso a disputa tenha sido entre grandes rivais. O futebol brasileiro é repleto de exemplos de grandes chapéus aplicados de um clube para o outro. São histórias constantes, e portanto incontáveis. Algumas, entretanto, são inesquecíveis.

A lista abaixo (apresentada em ordem cronológica) pode, evidentemente, ser atualizada, mas em linhas gerais utilizamos alguns critérios. O principal deles está na forma como um atleta deixou um clube para rumar a outro: se este jogador já vinha de desgaste interno grande, e sequer negociava uma extensão de vínculo, ou brigava na justiça para não seguir onde estava, nós não consideramos “chapéus”. Outro critério é não incluir todos os "chapéus", mas os mais marcantes, seja pelo status do jogador envolvido ou pela qualidade da história da negociação.

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  • Socrates CorinthiansGoogle

    Sócrates no Corinthians (1978)

    Sócrates já havia aparecido como um grande destaque do Botafogo de Ribeirão Preto no final da década de 1970. O São Paulo chegou a um acordo para contratá-lo, e começou a organizar suas finanças para efetuar o pagamento da transação.

    Ciente da situação, Vicente Matheus, então presidente do Corinthians, desenhou um elaborado plano para atravessar o Tricolor. O mandatário alvinegro blefou: fingiu interesse no zagueiro Chicão, do São Paulo. Os são-paulinos já pensavam em separar o dinheiro da venda para trazer Sócrates, mas Vicente Matheus só estava ganhando tempo para si.

    Enquanto um dirigente corintiano negociava a falsa vinda de Chicão, Vicente Matheus viajou para Ribeirão Preto e fechou a contratação de Sócrates, que se transformou em um dos maiores ídolos do Corinthians em todos os tempos.

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  • Roberto Dinamite - VascoReprodução

    Roberto Dinamite no Vasco (1980)

    Roberto Dinamite já era um grande ídolo do Vasco. Campeão brasileiro em 1974 e carioca em 1977. A passagem pelo Barcelona, na Espanha, foi muito ruim e o atacante decidiu voltar para o Brasil. Para a surpresa de muitos, assinou um pré-contrato com o... Flamengo! Quando os cruz-maltinos ficaram sabendo da situação, virou questão de honra.

    A diretoria vascaína definiu que Roberto Dinamite não poderia ir para outro clube que não fosse o Vasco. Para o Flamengo, muito menos. Desta forma, enviaram Eurico Miranda para uma viagem relâmpago rumo à Catalunha. Lá, Eurico convenceu Roberto a retornar para São Januário. Dito e feito. Em seu retorno, Roberto Dinamite fez cinco gols sobre o Corinthians e aumentaria, daquele momento até o final de sua carreira, seu legado como maior ídolo na história vascaína.

  • Fernando Macaé, Botafogo 1987Reprodução

    Fernando Macaé no Botafogo (1986)

    Fernando quem? Se você é mais jovem, com certeza está fazendo esta pergunta. Mas o meia-atacante é protagonista de um dos maiores chapéus dados na história do futebol brasileiro – menos pela sua habilidade, e mais pela forma como toda a história aconteceu.

    Destaque no time do Bangu, que vinha fazendo boas temporadas a nível nacional, Fernando chegou em sua casa para contar aos familiares que seria jogador do Flamengo. A contratação já havia sido anunciada, em frente às câmeras de TV, ao lado de dirigentes rubro-negros. Mas antes de assinar o contrato com o Fla, Fernando teve uma surpresa: Emil Pinheiro, então presidente do Botafogo e um dos bicheiros mais conhecidos do Rio de Janeiro, tocou a campainha de sua casa. Trazendo flores para a esposa de Fernando, o dirigente alvinegro ofereceu o triplo que o Flamengo e acabou contratando o jogador.

    Na chamada do Globo Esporte daquele final de 1986, Léo Batista anunciava a situação da seguinte forma: “Bateu já um recorde: em um só dia, foi jogador de três clubes diferentes”.

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  • Bebeto e Neto, Vasco x Corinthians 1990Reprodução

    Bebeto no Vasco (1989)

    A transferência de Bebeto do Flamengo para o Vasco é, provavelmente, a mais polêmica na história do futebol brasileiro. O baiano já era ídolo rubro-negro, um dos principais jogadores do país, e negociava a renovação de seu contrato na Gávea. Foi quando o Vasco entrou na jogada, apresentando valores impressionantes para a época, e contratou o atacante – que seria peça importante no time campeão brasileiro daquele ano de 1989.

  • Carlos Alberto Dias, Botafogo 1990Divulgação/Botafogo

    Carlos Alberto Dias no Botafogo (1990)

    Déja-vu? Em 1990, uma situação muito parecida com aquela de Fernando Macaé voltou a envolver Botafogo e Flamengo. Os rubro-negros já tinham tudo acertado com o meia Carlos Alberto Dias, que até então jogava no Coritiba. Os flamenguistas, inclusive, tinham mandado passagem de avião para o jogador... mas quem apareceu no meio do aeroporto pare lhe receber? Emil Pinheiro. Carlos Alberto desceu no aeroporto do Rio de Janeiro e de lá seguiu direto para assinar contrato com o Botafogo.

  • Muller São Paulo 1993Reprodução

    Muller no São Paulo (1996)

    Revelado pelo São Paulo e ídolo tricolor, Muller jogava no Palmeiras em 1996 e já negociava a renovação com os alviverdes, uma vez que o seu contrato acabava justamente antes das finais da Copa do Brasil daquele ano. Mas o São Paulo entrou na jogada para repatriar o atacante, que desfalcou os palmeirenses naquela decisão nacional contra o Cruzeiro – que seria vencida pela equipe mineira.

  • Túlio Maravilha, Sport Recife e Santa Cruz 2001Reprodução

    Tulio Maravilha no Santa Cruz (2001)

    Depois de ter acertado com o Sport, Túlio Maravilha desembarcou no aeroporto do Recife na madrugada e viu uma multidão de torcedores rubro-negros lhe esperando. Vestido com a camisa do Leão, o atacante até brincou, dizendo que havia mudado seu nome de Túlio Maravilha para Túlio Mara-ilha (em referência à Ilha do Retiro, estádio do Sport).

    Mas ainda faltava uma pequena pendência financeira para a assinatura de contrato, e quem resolveu a parada foi o Santa Cruz, que atravessou o rival para fechar contrato com o artilheiro. Dias depois, a cena se repetiu: Túlio chegando ao aeroporto do Recife, mas desta vez com a camisa do Santinha e inventando um novo apelido: “Túlio Marasanta... espero”, afirmou.

  • Richarlyson, São PauloGetty Images

    Richarlyson no São Paulo (2005)

    Destaque da base do Santo André, onde havia sido campeão da Copinha em 2003, o meio-campista Richarlyson estava em litígio com a equipe do ABC paulista e apenas alguns detalhes lhe separavam de ser anunciado pelo Palmeiras em 2005. Até mesmo os exames médicos haviam sido realizados.

    No final das contas, contudo, o São Paulo atravessou a negociação e acabou contratando o volante, que foi peça importante em três títulos brasileiros (2006, 2007 e 2008) além de ter feito parte da equipe campeã mundial em 2005.

  • Thiago NevesGetty Images

    Thiago Neves no Fluminense (2008)

    Habilidoso meia-atacante revelado pelo Paraná, Thiago Neves estava emprestado para o Fluminense em 2007 quando assinou pré-contrato para defender o Palmeiras no ano seguinte. O Alviverde inclusive já havia feito pagamentos para o atleta, que no final das contas decidiu assinar contrato permanente com o Tricolor das Laranjeiras. Em entrevista recente ao canal Desimpedidos, Thiago garante que chegou a devolver ao Palmeiras o dinheiro que havia recebido.

  • Ronaldo Corinthians 2008/09 08 03 2019Ag.Corinthians/Divulgação

    Ronaldo no Corinthians (2009)

    O ano era 2008, e tudo indicava que Ronaldo enfim realizaria o sonho de vestir profissionalmente a camisa do seu time de infância. O Fenômeno, inclusive, já estava treinando nas dependências do Flamengo.

    “Eu fiquei quatro meses treinando na Gávea, treinando com o time principal do Flamengo. Não fazia coletivo, mas fazia tudo. Eu tinha certeza absoluta que eu iria jogar lá”, lembrou R9 em entrevista ao Flow. Mas a direção rubro-negra foi deixando o tempo passar, sem tomar uma ação mais forte, e quem se aproveitou da situação foi o Corinthians.

    O então presidente do Timão, Andrés Sanchez, não titubeou para contratar Ronaldo. Em pouco mais de dois anos com a camisa alvinegra, o Fenômeno virou ídolo da torcida. Aquela sua primeira temporada, em 2009, ficou marcada por atuações decisivas e os títulos paulista e da Copa do Brasil.

  • Ronaldinho Flamengo 2011Getty Images

    Ronaldinho no Flamengo (2010/11)

    Em baixa no Milan, e longe da forma apresentado pouco antes pelo Barcelona, Ronaldinho Gaúcho decidiu voltar ao Brasil no final de 2010. A passagem do ano teve longas disputas entre Flamengo, Palmeiras e Grêmio para saber quem ficaria com o Dentuço.

    Um leilão de proporções constrangedoras se estabeleceu. O Palmeiras foi o primeiro a desistir da jogada. Confiando que R10 tomaria sua decisão também baseado no coração, o Grêmio, clube que revelou Ronaldinho para o mundo, chegou a armar uma festa em seu estádio para receber o então ídolo. O Estádio Olímpico já estava até com as caixas de som para embalar a grande festa de retorno... mas Ronaldinho acabou fechando com o Flamengo – onde jogou por duas temporadas.

  • Martinuccio, Fluminense 2011Nelson Perez/Fluminense

    Martinuccio no Fluminense (2011)

    Principal jogador na campanha do vice-campeonato do Peñarol na Libertadores de 2011, o argentino Alejandro Martinuccio já havia assinado um pré-contrato com o Palmeiras quando, de repente, apareceu com a camisa do Fluminense apresentado como reforço. A situação, inclusive, gerou um imbróglio judicial entre os clubes que durou anos. Em campo, o meia-atacante jamais conseguiu repetir as atuações vistas naqueles tempos de Peñarol.

  • Anselmo, apresentação Ceará 2013Divulgação/Ceará

    Anselmo no Ceará (2013)

    Anselmo estava no futebol chinês e já havia apalavrado com o Fortaleza a sua chegada para 2013, mas acabou vestindo a camisa do Ceará no ano seguinte.

  • Wellington Silva, treino do Fluminense em 2015 Nelson Perez/Fluminense

    Wellington Silva no Fluminense (2013)

    Wellington Silva negociava a renovação de seu contrato com o Flamengo, em 2012, mas o Fluminense entrou na jogada com uma proposta maior e convenceu o lateral-direito a trocar de lado.

  • Alan Kardec São Paulo Fluminense Brasileirão 29062016Alexandre Schneider/Getty Images

    Alan Kardec no São Paulo (2014)

    Alan Kardec estava em sua segunda temporada no Palmeiras, emprestado pelo Benfica, e já havia se estabelecido como um dos principais nomes da equipe alviverde. O atacante negociava um acordo para permanecer com a camisa palmeirense, mas em menos de um mês estava vestindo a camisa do São Paulo. Para acirrar ainda mais os ânimos, o então presidente são-paulino, Carlos Miguel Aidar, ainda disse que o rival “havia se apequenado”.

  • Henrique Dourado Palmeiras apresentação 01082019Cesar Greco/Ag. Palmeiras

    Henrique Ceifador no Palmeiras 2014

    Uma espécie de consequência da novela envolvendo Alan Kardec, Henrique Dourado (que ganharia o apelido de “Ceifador” pela forma como comemorava seus gols) chegou ao Palmeiras depois de ter rompido um acordo já encaminhado com o Flamengo. Anos depois, o atacante até vestiria a camisa rubro-negra.

    “Eu tinha outras opções, seis clubes interessados no meu futebol. O Flamengo era um deles. Quando meu empresário me deu as duas opções de acordo, optei pelo Palmeiras pelo trabalho realizado aqui, pelos jogadores, comissão. Sou de São Paulo. Tive a oportunidade de jogar duas vezes contra e vi força da torcida, que empurra time do primeiro ao último minuto. Esses fatores me fizeram vir para o Palmeiras”, disse Henrique em sua apresentação no Palmeiras em 2014.

  • Apresentação de Dudu no Palmeiras, em 2015Cesar Greco/Palmeiras

    Dudu no Palmeiras (2015)

    Um dos chapéus mais lembrados dos últimos anos foi do Palmeiras sobre os rivais São Paulo e Corinthians para contratar Dudu. Em 2015, o meia-atacante, que estava emprestado ao Grêmio pelo Dínamo de Kiev, vinha sendo disputado arduamente por tricolores e alvinegros. Mas após 12 horas de negociação, o Palmeiras surpreendeu: furou a fila e em janeiro daquele ano anunciou a contratação do jogador.

    A chegada de Dudu também provou ser um antes-e-depois na vida moderna do Palmeiras. O camisa 7 se transformou em um dos maiores ídolos da história alviverde, acumulando jogos decisivos e uma longa lista de gols, assistências e especialmente títulos conquistados. Ou seja: vem dando alegria aos palmeirenses desde sua chegada até os dias atuais.

  • Henrique Almeida Gremio 05022016Lucas Uebel/Grêmio FBPA/Divulgação

    Henrique Almeida no Grêmio (2016)

    Henrique Almeida pertencia ao Botafogo, e estava emprestado para o Coritiba quando o Internacional começou negociações para contratá-lo em 2016. Quando a situação estava quase definida com os colorados, o Grêmio entrou na jogada e acabou ficando com o atacante.

  • Silvio Romero, Fortaleza x Campinense, Copa do Nordeste 2023Mateus Lotif/Fortaleza EC

    Silvio Romero no Fortaleza (2022)

    Jogador do Independiente, Silvio Romero estava em negociações adiantadas para vestir a camisa do Ceará em 2022. Mas o Fortaleza entrou na jogada para ficar com o atacante argentino, e deixou o rival alvinegro de mãos vazias.

  • Luis Henrique Botafogo, 2023Vitor Silva/Botafogo

    Luis Henrique no Botafogo (2022)

    O Flamengo tinha um acordo para trazer o jovem Luis Henrique, atacante do Olympique de Marseille, mas o Botafogo acabou entrando forte na jogada para repatriar o jogador. Revelado pelo Alvinegro, Luis alternou momentos bons e ruins e deixou o Botafogo no final de 2023.

  • Caio Paulista, apresentação Palmeiras 2024Divulgação/Palmeiras

    Caio Paulista no Palmeiras (2024)

    Lateral-esquerdo titular do São Paulo na vitoriosa campanha de 2023, Caio Paulista estava emprestado pelo Fluminense até o final de 2023. O Tricolor negociava para ficar com o defensor em definitivo, mas o Palmeiras atravessou a negociação e acabou contratando o jovem.

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