É importante contextualizar que o rápido salto de Williams-Barnett não se deve apenas ao seu talento, mas também ao clube que o Tottenham está tentando se tornar. Além de nomes como Harry Kane e Ledley King, os jogadores formados em casa mais prestigiados dos Spurs nos últimos anos foram Harry Winks, Oliver Skipp e Japhet Tanganga. O clube está muito atrás de seus rivais do “Big Six” quando se trata de promover talentos da base ao time principal, embora isso tenha começado a mudar com a aproximação mais consistente entre academia e elenco profissional — algo evidenciado pelas contratações de adolescentes como Lucas Bergvall, Archie Gray, Luka Vuskovic e Mason Melia.
Ao iniciar 2025/26 sob o comando de Thomas Frank — que passou grande parte de sua vida adulta trabalhando com categorias de base — o Spurs deixou claro que desejava criar um caminho mais estruturado entre a formação e o primeiro time. Não por acaso, o técnico dinamarquês tem sido frequentemente questionado sobre seus planos para integrar os melhores prospectos às suas escalações.
“É preciso equilíbrio entre jogar e se desenvolver em um ambiente que o desafie o suficiente, mas que não seja excessivamente difícil”, disse Frank, um dia antes de dar a Williams-Barnett sua primeira chance. “Haverá momentos em que ele será pressionado com mais intensidade, e isso pode ser difícil de lidar fisicamente ou em termos de ritmo. A questão é encontrar esse equilíbrio.”
Aos 87 minutos da vitória por 3 a 0 sobre o Doncaster Rovers, pela Carabao Cup, em setembro, Williams-Barnett substituiu Mathys Tel e tornou-se o 900º jogador a atuar pela equipe principal masculina do Tottenham — com apenas seis atletas mais jovens que ele a vestir a camisa branca pela primeira vez.
“Estou nas nuvens. Estrear pelo meu clube de infância… é surreal”, disse um ofegante Williams-Barnett após o jogo. Frank, por sua vez, celebrou o momento, afirmando em coletiva: “É sempre um prazer fazer parte da estreia de um jovem jogador. Estou feliz por isso. Acho que, nos últimos anos, o foco no desenvolvimento de talentos e nas categorias de base ao redor do mundo aumentou muito, então o número de jogadores de qualidade é maior — e surgem cada vez mais jovens. Mas uma coisa é estrear aos 16 anos; a mais importante é o que vem depois. Como Luca e outros vão evoluir? É muito difícil continuar, progredir e, enfim, se firmar como jogador realmente regular do primeiro time. Mas o primeiro passo é extremamente importante.”
Desde então, Williams-Barnett continuou a viajar com o elenco principal e a ser relacionado para o banco, embora tenha atuado apenas pelo sub-21 em competições domésticas e pelo sub-19 na Uefa Youth League. Ao todo, soma oito gols e sete assistências em 11 jogos somando as duas categorias — incluindo um hat-trick em apenas 39 minutos na vitória por 6 a 3 sobre o Leicester City.