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Miami PSG Club World CupGetty/GOAL

Lionel Messi não teve chances: o abismo financeiro acabou com as chances do Inter Miami contra o PSG

Até o bandeirinha parecia cansado no final. Ele passou o jogo todo correndo pela lateral tentando acompanhar a defesa do Inter Miami, sempre recuando. No minuto 76, uma câmera o flagrou: exausto.

Assim como todo o time de Miami, que foi dominado, superado fisicamente e humilhado. A derrota por 4 a 0 para o PSG, nas oitavas do Mundial de Clubes, foi dolorosa. Prejudica a imagem de Messi, complica a vida de Mascherano como técnico e deixa uma má impressão dos donos Jorge Mas e David Beckham.

A goleada também reforça críticas à MLS, que deve ser alvo de debates nos próximos dias. Afinal, é isso o melhor que a liga pode oferecer?

Mas criticar o Miami apenas pelo placar é ignorar o contexto. O 4 a 0 foi justo. O time foi além dos limites da MLS no torneio e, ao encarar uma potência com mais dinheiro e talento, não havia outro desfecho possível.

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    Uma surra previsível

    O Inter Miami esteve no jogo por, no máximo, cinco minutos. O time começou animado: Suárez se movimentava, Mascherano vibrava à beira do campo e Messi tentava se encontrar. Mas era um duelo entre o campeão europeu e o 11º colocado da nona melhor liga do mundo.

    Mesmo com Messi, o Miami era o azarão — e começou bem. Até o PSG acelerar. João Neves, livre, abriu o placar com um cabeceio simples. Depois disso, veio o colapso.

    Allen saiu machucado. O PSG dominou a posse. Kvaratskhelia bagunçou a defesa do Miami, Weigandt se perdeu em campo, Avilés levou amarelo. Messi quase não encostou na bola.

    O segundo gol saiu aos 39: Busquets foi desarma do na entrada da área e, em oito segundos, o PSG finalizou a jogada. Depois vieram dois gols rápidos: Avilés marcou contra, e Hakimi fez o quarto após rebote.

    No segundo tempo, Luis Enrique poupou jogadores. O Miami teve mais a bola, Messi arriscou alguns lances, Suárez perdeu um gol e a falta de Messi parou na barreira.

    Mas um gol não mudaria nada. O 4 a 0 refletiu bem o jogo: massacre no primeiro tempo, treino no segundo.

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    Contra os números

    O PSG dominou o jogo em todos os aspectos. Teve 67% de posse de bola, deu 685 passes (contra 306 do Miami) e finalizou 19 vezes, enquanto o time de Messi chutou apenas oito. No xG (gols esperados), a vantagem foi de 2,49 a 0,43. A diferença de ritmo também foi gritante: o PSG levava 18 segundos para recuperar a bola; o Miami, 45. Os franceses marcaram quatro vezes no primeiro tempo — mais do que o Miami conseguiu em passes no terço final (três).

    Nada disso deveria surpreender. Os números fora de campo ajudam a explicar: desde 2023, o PSG gastou 445 milhões de dólares em contratações. O Miami, 26 milhões de dólares. Só em salários, os franceses desembolsaram 744 milhões de dólares em 2024 — 17 vezes mais que os 46,8 milhões de dólares gastos pelo clube americano (metade desse valor só com Messi).

    O PSG arrecadou 94 milhões de dólares (R$ 510,4 milhões) pela conquista da Champions e mais 58 milhões de dólares (R$ 314,9 milhões) com o título francês. O campeão do Mundial ainda levará outros 125 milhões de dólares (R$ 678,7 milhões). Já o Miami, sem títulos relevantes, ganhou cerca de 8 milhões de dólares (R$43,4 milhões) com direitos de transmissão da MLS — divididos com toda a liga.

    Enquanto o PSG tem o suporte do fundo soberano do Catar, o Inter Miami é bancado por David Beckham e um empresário do setor de engenharia. E essa diferença ficou evidente em campo.

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    O PSG está em outro nível

    Ter dinheiro é uma coisa. Saber usá-lo bem é outra. Por anos, o PSG desperdiçou fortunas com contratações erradas e elencos mal montados, que falhavam nos momentos decisivos.

    Mas isso mudou no último verão europeu. Luis Enrique, técnico da equipe, até disse estar aliviado com a saída de Mbappé — assim, pôde montar um time de verdade. E o clube, enfim, foi inteligente: investiu em jogadores jovens e talentosos, formando uma equipe coesa, intensa e muito bem treinada.

    Quando a temporada começou mal e a eliminação precoce na Champions parecia possível, o PSG não hesitou: pagou 70 milhões de euros (R$ 436 milhões) para trazer o melhor jogador da Série A — só para reforçar ainda mais o elenco. Um luxo que ninguém mais no futebol, muito menos um time da MLS, pode se dar.

    Curiosamente, o time nem tem um astro absoluto. Dembélé mal jogou neste torneio. Kvaratskhelia encanta, mas mantém um perfil discreto. Désiré Doué, de 20 anos, foi destaque na final da Champions e já chama atenção do Real Madrid.

    O PSG goleou a Inter de Milão por 5 a 0 na final da Champions League — o árbitro nem adicionou acréscimos no segundo tempo, de tão desequilibrada que foi a partida. Depois, passou pelo Atlético de Madrid e agora atropelou o Inter Miami.

  • Botafogo PSG CWCGetty

    Botafogo, um time sem vaidade

    À primeira vista, a vitória do Botafogo por 1 a 0 sobre o PSG pode parecer surpreendente. Afinal, o time francês vinha de goleadas sobre gigantes europeus. Isso até levanta a pergunta: se o Botafogo venceu, por que o Inter Miami não poderia?

    A resposta exige mais profundidade. Comparar os dois times é ignorar o contexto. O Botafogo é o atual campeão da Libertadores, tem uma base sólida e disputa uma liga mais forte que a MLS. É uma equipe mais preparada e com histórico de conquistas recentes. Igor Jesus, por exemplo, já atuou pela seleção brasileira.

    Além disso, o Botafogo entrou em campo com um plano claro: defender com garra e aproveitar as oportunidades. Foram 15 faltas cometidas, um gol em lance desviado e uma linha defensiva praticamente com seis jogadores. Foi um clássico “jogo de resistência” — e funcionou.

    O Inter Miami, por outro lado, entrou com uma postura mais ousada, talvez por ter Messi em campo. Tentou enfrentar o PSG de igual para igual e acabou sendo atropelado. Faltou intensidade física, algo essencial contra um time jovem e veloz como o francês.

    No fim, o Botafogo venceu por estratégia e humildade. O Miami, por empolgação e estilo, pagou o preço.

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    MLS e o que vem a seguir?

    No fim do jogo, houve abraços. Mascherano e Luis Enrique, velhos conhecidos, se cumprimentaram. O treinador espanhol conhece bem Messi, Suárez, Busquets e Jordi Alba — que já disse que ele é o melhor técnico que teve. Até Messi, competitivo como sempre, pareceu aceitar a derrota: minutos depois, apareceu sorrindo ao lado de Dembélé no túnel.

    Essa cena resume bem a situação. O Inter Miami entrou como azarão, praticamente como convidado especial entre os gigantes do futebol. E por mais que Messi ainda brilhe, ele tem 38 anos e não consegue carregar o time nas costas contra adversários tão fortes como o PSG.

    Mesmo assim, o Miami merece reconhecimento. Foi o único time da MLS a vencer um jogo neste Mundial de Clubes, superou um grupo difícil e fez boas partidas contra Palmeiras e Porto. Dentro do que se esperava, foi além.

    Mas a dura verdade é que o lugar da MLS no futebol mundial está claro. Se o melhor representante da liga sai "bem na foto" mesmo perdendo de 4 a 0, isso já diz muito. O Miami mostrou vontade, mas ainda está longe de competir em igualdade com a elite europeia.

    Agora, o debate deve continuar: como a MLS pode evoluir? Fala-se em rever o teto salarial e flexibilizar os gastos. Por enquanto, o máximo que a liga tem a oferecer são derrotas dignas — mas ainda assim, derrotas.

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