Legado de Megan Rapinoe em Copas segue eterno apesar de final com "piada ruim"

Rapinoe não queria que demorasse. Ela não queria que sua equipe lidasse com especulações, perguntas ou incertezas. Então, em vez disso, ela simplesmente saiu e disse isso. Ela está se aposentando.

O anúncio veio por meio do US Soccer, que divulgou um longo comunicado elogiando as realizações de Rapinoe. Campeã da Copa do Mundo, vencedora da Bola de Ouro, ícone LGBTQIA+, a lista não parava.

E é basicamente isso que Rapinoe queria evitar: arrastar todo esse processo sem parar. Ela sabia que viriam perguntas sobre seu futuro. Ela sabia que, se não respondesse, suas companheiras também seriam questionadas. Então, para voltar o foco para a Copa do Mundo, ela se adiantou.

A zagueira Kelley O'Hara começou bem forte, para seu crédito. Ela elogiou Rapinoe e o que ela significa para os Estados Unidos. No final, porém, as forças de O'Hara estavam diminuindo um pouco. A voz começou a falhar um pouco quando as lágrimas começaram a fluir. Do lado de fora, parecia que, naquele momento, começou a atingi-la.

"É difícil colocar em palavras, honestamente. Eu sei que o mundo vê a Megan Rapinoe que o mundo vê, mas podemos vê-la de perto e pessoalmente. A Pinoe que o mundo vê é uma pessoa incrível e humana, e isso é ela também. Ela traz senso de humor e leveza, mas intensidade e empatia", disse O'Hara.

Esse sentimento foi amplamente repetido por Alex Morgan, companheira de equipe de Rapinoe em quatro Copas do Mundo.

“Ela tem sido uma defensora desta equipe. Ela tem sido a espinha dorsal desta equipe”, disse Morgan. “Seja lutando pela igualdade salarial, defendendo comunidades marginalizadas, ela é alguém que vai defender isso quando nem sempre é uma opinião popular... Ela é fiel a si mesma. Isso desde o começo quando a conheci até agora. Ela diz o que pensa, ela quer dizer o que diz. Você tem que amá-la por isso.

Dada a idade dela, não é exatamente um segredo ou surpresa, mas Rapinoe desacelerou. Ela não é a força dominante que já foi, e houve um tempo em que parecia que ela nem faria parte da preparação para esta Copa do Mundo.

Rapinoe foi uma das várias campeãs da Copa do Mundo excluídas pelo técnico Vlatko Andonovski em partes deste ciclo, pois ele procurava facilitar a transição para a juventude. Toda a velha guarda foi notificada, mesmo que houvesse um plano para trazê-las de volta mais tarde.

"Eu fico tipo, 'Você só pode estar brincando comigo'", disse Rapinoe depois que sua Copa do Mundo chegou ao fim. "Vou perder um pênalti? Quero dizer, honestamente, não consigo me lembrar da última vez que perdi."

Era isso, seu último chute na bola na Copa do Mundo. Com o duelo dos Estados Unidos contra a Suécia na disputa de pênaltis, Rapinoe estava entre as três estrelas dos EUA a perder. Ela não errava há anos, mas os deuses do futebol não se importam com esse tipo de estatística.

“Isso é como uma piada de mau gosto para mim pessoalmente”, disse ela à FOX após o jogo. “É uma comédia de humor negro que perdi um pênalti. Este é o equilíbrio para o lado bonito do jogo.”

A falha culminou em uma Copa do Mundo difícil para ela, que nunca foi capaz de impactar o jogo por seu papel como reserva. Ela não conseguiu marcar um gol ou dar uma assistência em três partidas, já que a veterana de 38 anos parecia estar fora de ritmo.

Ela não teve seu adeus de conto de fadas e, para ser justo, poucos o fazem, mas mesmo sem esse final perfeito, o legado de Rapinoe está seguro.

Seu cabelo em constante evolução será lembrado para sempre, assim como seus grandes momentos sob os holofotes. E essa pose! Quem poderia esquecer a pose? Tornou-se uma das imagens mais icônicas do futebol feminino, um momento decisivo para uma jogadora que define o esporte.

E isso é só dentro de campo. Sua luta pelos outros talvez seja seu legado mais importante. Ela tem sido uma defensora dos direitos civis, igualdade de gênero, questões LGBTQIA+ e muitas outras. É por isso que muitos esperam que o trabalho da vida de Rapinoe realmente comece nos próximos anos. Talvez o futebol a estivesse impedindo de fazer algo ainda maior.

Foi o futebol, porém, que lhe deu a plataforma para se tornar um ícone. E, este ano, ela se despede desse esporte. Seu caminho começou quando criança com a esperança de jogar pela seleção nacional e terminará com sua partida como uma figura que realizou muito mais do que apenas isso. Ela queria ser uma atleta profissional, mas em vez disso se tornou um símbolo.