Kylian Mbappé comanda Real Madrid, e medalhões já decepcionam: os vencedores e os perdedores do final de semana na Europa

Xabi Alonso afirmou que Kylian Mbappé “parece bem” após a vitória por 3 a 0 sobre o Real Oviedo no domingo — e ele quis dizer isso em todos os sentidos. O técnico do Real revelou que o atacante perdeu quatro quilos durante uma forte crise de gastroenterite no Mundial de Clubes, mas agora está de volta à melhor forma física.

Além disso, Alonso destacou que Mbappé está cada vez mais afinado com a ideia de jogo como referência no ataque merengue.

“Quando conseguimos manter as distâncias certas entre os atacantes, com todos mais próximos, nos encontramos com mais facilidade”, explicou o espanhol. “Kylian foi muito bem hoje, e também no outro dia [contra o Osasuna]. Ainda há ajustes a fazer, mas a sensação é boa.”

Não há dúvidas: já são três gols em duas partidas de LaLiga. Mesmo tão cedo na temporada, poucos apostariam contra o francês de 26 anos conquistar sua segunda Chuteira de Ouro europeia consecutiva.

Nova era no Milan, mas os velhos problemas continuam. Ainda assim, a derrota por 2 a 1, em casa, para o recém-promovido Cremonese, no sábado (23), foi especialmente preocupante.

O Milan até teve a posse de bola e finalizou 24 vezes no San Siro, mas segue com problemas graves em todas as áreas do campo. A atuação apagada de Santiago Giménez reforçou a necessidade urgente de um novo atacante antes do fim da janela, enquanto a chegada de Luka Modric, já aos 39 anos, era previsivelmente insuficiente para compensar a saída de Tijjani Reijnders, peça-chave no meio-campo.

O retorno de Massimiliano Allegri tinha como objetivo principal reforçar a defesa, por conta do seu estilo pragmático, mas o treinador ficou indignado com a incapacidade de seus zagueiros de “sentir o perigo”.

“Precisamos melhorar, porque não podemos levar dois gols por jogo”, disse o ex-Juventus à DAZN Itália. “Felizmente, é apenas a primeira rodada e teremos tempo para corrigir esses detalhes.”

Allegri deve se beneficiar das semanas livres, já que o time não disputará competições europeias, mas isso também significa que não haverá desculpa para repetir a decepcionante oitava colocação do último campeonato.

A verdade é que o Milan precisa de reforços, e de preferência antes da visita a Lecce, na sexta-feira (29), já considerada decisiva.

Harry Kane resumiu bem: o Bayern de Munique fez um “início perfeito” na Bundesliga. Difícil discordar.

Na abertura, uma atuação dominante com goleada por 6 a 0 sobre o RB Leipzig na Allianz Arena. Michael Olise marcou duas vezes, Luis Díaz balançou a rede pelo segundo jogo seguido após decidir a Supercopa da Alemanha, e Kane anotou um hat-trick em apenas 14 minutos.

Além disso, os bávaros comemoraram os tropeços de rivais diretos na briga pelo título, já que Bayer Leverkusen e Borussia Dortmund perderam pontos na rodada inaugural.

A imprensa alemã aponta certa pressão sobre o diretor esportivo Max Eberl, cobrado por reforços depois das saídas na janela. No entanto, Vincent Kompany vem aproveitando ao máximo as estrelas de peso do elenco e, independentemente do que acontecer até o fechamento do mercado, o Bayern já parece muito bem encaminhado para conquistar a Bundesliga novamente.

Com um pouco mais de profundidade no elenco, podem até voltar a ser fortes candidatos à Champions League.

Erik ten Hag falou em “novo começo” no Bayer Leverkusen antes da estreia na Bundesliga contra o Hoffenheim, no sábado (23). O início até foi animador, com o gol de Jarell Quansah logo aos seis minutos.

Mas, a partir daí, o time pouco produziu e acabou derrotado por 2 a 1, em meio a uma torcida ainda abalada com a saída de nomes importantes da histórica temporada retrasada, incluindo Florian Wirtz, Jonathan Tah, Jeremie Frimpong e, principalmente, o técnico Xabi Alonso.

“Estou obviamente decepcionado”, disse Ten Hag. “Foi um jogo de poucas chances e o Hoffenheim foi mais eficiente. Não chegamos ao terço final do campo tantas vezes quanto deveríamos. Temos muito trabalho pela frente, o que já era esperado.”

De fato, o treinador tem razão: o Leverkusen precisa de tempo para se adaptar às muitas mudanças. Mas o holandês também precisa urgentemente de uma resposta positiva contra o Werder Bremen no sábado. Afinal, parte da torcida já duvidava se o contestado ex-técnico do Manchester United era realmente o nome certo para comandar a reconstrução.

A campanha da Copa Ouro da CONCACAF neste meio de ano não correu nada bem para o técnico Jesse Marsch, já que o Canadá, seu time, foi eliminado nas quartas de final pela Guatemala. No entanto, as atuações impressionantes de alguns jogadores canadenses no fim de semana deram ao técnico norte-americano muitos motivos para estar otimista de olho na Copa do Mundo do ano que vem.

Na Espanha, Tajon Buchanan marcou três vezes na goleada do Villarreal por 5 a 0 sobre o Girona, no Estádio de la Cerámica. Com isso, o versátil atacante se tornou apenas o segundo canadense da história a anotar um hat-trick em uma das cinco principais ligas europeias.

Enquanto isso, na Inglaterra, Jonathan David brilhou em sua estreia pelo Chelsea, balançando as redes duas vezes no empate eletrizante por 3 a 3 com o Brighton em Stamford Bridge.

Se o Canadá quiser causar impacto no Mundial de 2026, precisará de Buchanan e David em sua melhor forma, e esse fim de semana foi encorajador nesse sentido.

Marcus Rashford e Trent Alexander-Arnold agora têm plena consciência de quão difícil será para eles se tornarem titulares em Barcelona e Real Madrid, respectivamente.

Para ser justo com Rashford, ele já tinha uma boa noção do desafio que enfrentaria ao assinar com o Barça, que provavelmente possui o melhor ataque do futebol mundial. O atacante do Manchester United, emprestado ao clube catalão, sabia perfeitamente que garantir uma transferência definitiva dependeria de aproveitar cada chance recebida. Infelizmente, ele não conseguiu fazer isso no sábado.

Escalado como titular pela ponta esquerda contra o Levante, Rashford foi substituído no intervalo, com o time perdendo por 2 a 0. O inglês não foi o único a jogar mal, e na verdade, completou os 40 passes que tentou e ainda criou algumas oportunidades, mas seu poder de finalização foi quase inexistente (0,03 xG). Além disso, o Barcelona passou a render bem mais quando Raphinha retornou ao seu lado natural, após Dani Olmo entrar no lugar de Rashford.

O empate veio com gols de Pedri e Ferran Torres, que justificou a confiança de Hansi Flick como substituto de Lewandowski, lesionado, marcando pela segunda vez consecutiva, antes de Unai Elgezabal, zagueiro do Levante, marcar contra já nos acréscimos.

Alexander-Arnold, por sua vez, só foi acionado aos 42 minutos do segundo tempo da vitória por 3 a 0 do Real sobre o Oviedo, no domingo (24). O ex-lateral do Liverpool não foi o único nome de peso a começar no banco no Estádio Carlos Tartiere, já que Xabi Alonso também deixou Vinícius Júnior fora do time inicial. No entanto, enquanto o brasileiro entrou no segundo tempo e mostrou toda sua qualidade com um gol e uma assistência, Arnold tocou na bola apenas uma vez.

A grande diferença é que o status de Vinícius como titular absoluto no Santiago Bernabéu segue indiscutível. Já Alexander-Arnold ainda precisa provar que pode ser uma opção melhor que Dani Carvajal, recuperado de lesão, algo que muitos parecem ter ignorado quando o inglês assinou com o Real. Aliás, pode-se dizer que o lateral enfrenta até mais pressão que Rashford nesta temporada: enquanto o atacante só precisa mostrar que pode ser útil como reserva no Barça, Arnold se colocou na obrigação de atuar em nível de candidato a Bola de Ouro, disputando posição justamente com o jogador que terminou em quarto lugar na última votação.

Poucos questionaram a escolha do Tottenham ao nomear Thomas Frank como sucessor de Ange Postecoglou. Na verdade, a maioria acreditava que já era hora de o dinamarquês receber a chance de comandar um clube do “Big Six”, após anos de bom trabalho no Brentford.

Nem o torcedor mais otimista dos Spurs, porém, poderia imaginar o início tão promissor. Campeão da Europa League com o Brentford, Frank quase conquistou seu primeiro título já na estreia, quando o Tottenham esteve a segundos de derrotar o PSG na Supercopa da UEFA. Depois, venceu com tranquilidade o Burnley na abertura da Premier League, mas foi o triunfo no sábado, diante do Manchester City, que confirmou a impressão de que o time pode competir novamente com a elite do futebol inglês e europeu.

No Etihad Stadium, os Spurs foram excepcionais: a pressão sufocou a equipe de Guardiola, enquanto Cristian Romero e Micky van de Ven anularam Haaland. No meio, João Palhinha, Pape Matar Sarr e Rodrigo Bentancur se destacaram, e a escolha de Frank por Richarlison como titular no ataque, em vez de Dominic Solanke, também vem dando resultado, com o brasileiro sendo eleito o craque da partida deste sábado ao dar duas assistências.

Frank se juntou a José Mourinho e Antonio Conte como os únicos técnicos a vencer Guardiola fora de casa com dois clubes diferentes. É verdade que derrotar o City não é novidade para o Tottenham, mas esse resultado foi um verdadeiro recado de quem terminou a última Premier League em 17º lugar.

Depois de uma semana frustrante no mercado de transferências, os Spurs mostraram que precisam ser levados a sério dentro de campo, e isso se deve, em grande parte, ao impacto imediato do novo treinador.

Apesar de suas façanhas históricas pelo Burnley na temporada passada e de seus heróicos desempenhos pela seleção sub-21 da Inglaterra na conquista da Euro de 2023, James Trafford ainda tem muito a provar no mais alto nível. Ele acabou sendo barrado antes do fim de uma campanha de estreia na elite marcada por erros com o Burnley em 2023/24 e, embora o Manchester City tenha pago inicialmente £27 milhões (R$204 milhões) para trazer de volta sua antiga joia da base ao Etihad nesta janela, Trafford ainda precisa mostrar que pertence à elite.

A atuação de sábado contra o Tottenham, então, não ajudou em nada. Talvez seja duro dizer que ele poderia ter feito mais no gol de Brennan Johnson, mesmo que o chute tenha ido em direção ao goleiro, mas o segundo gol, pouco antes do intervalo, foi claramente sua culpa: ao tentar um passe arriscado nos pés de Nico González, na entrada da área do City, acabou sendo interceptado por Pape Matar Sarr, e a jogada terminou com João Palhinha balançando as redes. Trafford também teve sorte de não ser expulso ao se precipitar fora da área em uma dividida com Mohammed Kudus, após um lançamento em profundidade. No geral, sua exibição transmitiu a imagem de um jogador de 22 anos nervoso, no melhor dos casos, e completamente perdido, no pior, justo em sua estreia diante da torcida como titular de um candidato ao título de Pep Guardiola.

A decisão de Guardiola em escalar Trafford em vez do recuperado Ederson sugeriu que o jovem teria a chance de se firmar como o número 1 ao longo da temporada, talvez até reivindicando uma vaga de titular pela Inglaterra antes da Copa do Mundo do meio do ano. Mas depois do que mostrou no sábado, tudo o que Trafford pode ter conseguido foi acelerar a possível chegada de Gianluigi Donnarumma ao Manchester, e se condenar a uma temporada inteira no banco.

Qual era mesmo o motivo do pânico?... A quantidade de manchetes e debates em torno da estreia de Viktor Gyokeres pelo Arsenal em Old Trafford pareceu exagerada, mesmo que ele não tenha brilhado na rodada de abertura. E embora o sueco ainda vá enfrentar desafios maiores do que furar a defesa do Leeds, seu faro de gol ficou evidente para todos em sua estreia competitiva no Emirates, no sábado (23).

Dias depois de Kai Havertz, seu principal concorrente pela camisa 9, sofrer uma lesão no joelho, e minutos após a confirmação da chegada de Eberechi Eze, mais um criador de jogadas para servi-lo, o reforço de £64 milhões (R$494 milhões) vindo do Sporting abriu sua conta no clube com um golaço individual: correu em velocidade após lançamento, cortou da esquerda para dentro e finalizou cruzado no canto do goleiro Lucas Perri. No fim, ainda deixou sua marca pela segunda vez, convertendo pênalti nos acréscimos.

Assim, em um dia de emoções mistas no Emirates, incluindo a chegada de Eze e a estreia da joia de 15 anos Max Dowman contrastando com as lesões de Bukayo Saka e Martin Odegaard, foi o novo camisa 14 que silenciou os críticos, pelo menos por agora.

Depois de uma semana em que a torcida do Manchester United mal conseguiu conter a empolgação com a boa atuação da equipe na derrota por 1 a 0 para o Arsenal na estreia da Premier League, os Red Devils voltaram à realidade no domingo (24). Infelizmente para eles, o mesmo não pode ser dito da bola que Bruno Fernandes isolou nos céus de Londres em seu pênalti perdido contra o Fulham...

A cobrança desastrosa do capitão foi apenas uma das várias chances desperdiçadas pelo time de Rúben Amorim em Craven Cottage, antes de finalmente abrir o placar no segundo tempo. Mas velhos problemas voltaram a assombrar a equipe: buracos no meio-campo, falhas defensivas e pouca efetividade no ataque. Tudo isso resultou em mais dois pontos desperdiçados. Bruno não apenas desperdiçou a melhor oportunidade da partida, como também deixou Emile Smith Rowe entrar livre na área para empatar, confirmando mais uma atuação abaixo da média do português no início da temporada.

As chegadas de Matheus Cunha e Bryan Mbeumo, somadas ao desejo de Amorim de escalar Mason Mount, forçaram Fernandes a jogar mais recuado neste começo de 2025/26, e ele ainda está se adaptando à nova função, menos livre do que de costume. Responsável por impulsionar as melhores fases do United nos últimos cinco anos, o camisa 8 precisará reagir rápido para não virar alvo de críticas mais fortes, especialmente porque hoje ele é quem mantém o jovem favorito da torcida, Kobbie Mainoo, no banco. O jogo em casa contra o Burnley, no próximo sábado (30), parece ser o cenário ideal para que o português comece a reencontrar o caminho.

É impressionante como uma vitória pode mudar o clima em um clube. O Marselha mergulhou novamente no caos após a derrota por 1 a 0 para o Rennes na semana passada, resultado que provocou uma briga no vestiário entre Adrien Rabiot e Jonathan Rowe, comparada pelo técnico Roberto De Zerbi a uma “confusão de pub inglês”.

Com isso, o italiano apoiou a decisão da diretoria de colocar ambos na lista de transferências. Rowe já foi para o Bologna, da Serie A, enquanto Rabiot segue no Velodrome. No entanto, a goleada por 5 a 2 sobre o Paris FC, no sábado (23), mudou o tom: De Zerbi acenou com uma reaproximação e até deixou aberta a possibilidade de reintegrar o meio-campista francês.

“Mesmo que ele tenha cometido um erro”, disse o treinador, “sempre existe a chance de corrigir as coisas”. Ainda não se sabe se o presidente Pablo Longoria voltará atrás na decisão de vender Rabiot, já que havia usado palavras fortes para descrever o incidente, enquanto o jogador também segue insatisfeito com o tratamento recebido.

De qualquer forma, a vitória convincente diante do Paris FC, com direito a dois gols do veterano Pierre-Emerick Aubameyang, devolveu otimismo, se não ordem, ao Velodrome. Assim, quem foi perdedor na semana passada aparece como vencedor nesta.