"Você é uma m****!" - Jurgen Klopp segue linha de Renato Gaúcho ao explicar por que demitiu técnico do Red Bull Leipzig

Rose venceu 72 de seus 125 jogos no comando do Leipzig, conquistou a Copa da Alemanha e a Supercopa, além de ter levado o clube duas vezes à Champions League. Porém, acabou demitido após uma sequência de apenas três vitórias em 11 partidas em todas as competições. Na tentativa desesperada de frear a queda, o Leipzig recorreu ao auxiliar de confiança do Chelsea, Zsolt Low, que assumiu até o fim da temporada 2024/25. Mas a aposta fracassou. O treinador húngaro não conseguiu mudar o rumo do time, que acumulou derrotas e viu o moral despencar. Ao término da campanha, o Leipzig não só ficou fora da Champions como também perdeu a chance de disputar qualquer competição europeia em 2025/26.

Klopp admitiu que a decisão de demitir Rose foi complicada. Em entrevista ao The Athletic, disse: “Não é nada bom. Nunca será meu hobby. Mas são coisas que você precisa fazer. O que eu quero é contratar técnicos pelos motivos certos. E, quando chega a hora de encerrar o trabalho, que também seja pelos motivos certos, e não pela pressão da mídia.”

O ex-treinador do Liverpool falou sobre o desejo de criar estabilidade, mas reconheceu que o futebol moderno não permite isso.

“Quero trazer isso (estabilidade); mais confiança, atravessar os momentos difíceis”, completou. “Se você está convencido, está convencido. O mundo hoje é assim: ‘Meu Deus, você é ótimo!’. Depois, é: ‘Ah não! Você é uma m…’. Não existe mais meio-termo. E, na vida real, quase sempre existe o cinza.”

Renato Gaúcho, ex-técnico do Fluminense, pediu demissão do clube das Laranjeiras após eliminação para o Lanús nas quartas de final da Copa Sul-Americana, mesmo chegando às semifinais do Mundial de Clubes e da Copa do Brasil. Apesar do bom aproveitamento na passagem e dos resultados nas copas, os "gênios da internet" pesaram para a decisão do treinador, fazendo jus ao pensamento de Klopp de um dia estar "ótimo" e no outro "uma m...".

Na coletiva após a partida, Renato declarou: "Eu nem deveria estar falando isso com vocês, quem vai se manifestar é o presidente. Mas essas perguntas todas, de alguns gênios da internet, muita gente vai atrás desses gênios. Eu acabei, antes de vir para cá, de pedir demissão para o presidente. Então a partir de agora, vai estar outro cara aqui, vocês vão fazer as mesmas perguntas para ele, e eu quero ver as respostas que ele vai dar. Quero ver se ele vai colocar o time que o torcedor quer ou o time da cabeça dele."

Ele foi xingado pela torcida ao final do jogo e, em desabafo, tocou no mesmo assunto de Klopp em relação à pressão da mídia: "Hoje em dia no futebol nada mais me surpreende. Dentro e fora de campo. Justamente devido às redes sociais. Todo mundo é treinador, todo mundo pega a rede social, opina. Algumas pessoas vão atrás da pessoa que não entende nada. Não são todas, mas muitos da rede social não entendem nada de futebol. E aí quem paga o pato é o treinador, quem paga o pato é o jogador. O que a gente vai fazer?

Eu dei uma entrevista há uns dois meses e estou repetindo: acabou o futebol, acabou por causa das redes sociais. Tanto para o jogador quanto para o treinador. Hoje em dia é uma guerra de críticas. Quando ganha tem alguns elogios, quando perde ninguém é bom, todo mundo é ruim", finalizou.

O Leipzig não demorou a encontrar seu novo comandante. Ole Werner chegou em 24 de junho, aos 37 anos, visto como uma das grandes promessas da nova geração de técnicos alemães, assinando contrato até 2027. Ele deixou o Werder Bremen antes do fim do vínculo, que iria até 2026, após construir uma reputação de treinador objetivo e com grande leitura tática. Levou o Bremen de volta à Bundesliga já em 2021 e depois garantiu posições de 13º, 9º e 8º lugar. Mais importante, fechou a temporada 2024/25 com uma sequência invicta de oito jogos, incluindo um empate por 0 a 0 justamente contra o Leipzig.

Para quem duvidava se Werner estava pronto para dar o salto na carreira, a resposta veio rápido. O Leipzig começou a nova campanha em alta sob o comando do jovem treinador, somando quatro vitórias nas cinco primeiras rodadas da Bundesliga. Agora, porém, vem o primeiro grande teste: neste fim de semana, o time encara o Borussia Dortmund, em um duelo que mostrará se o bom início é sustentado por bases sólidas ou apenas fruto do embalo inicial.