Jurgen Klopp x Pep Guardiola e as maiores rivalidades de técnicos da Premier League

Allardyce nunca iria rivalizar com Wenger quando se tratava de troféus, mas ele certamente gostava de levar a melhor sobre o francês. O Bolton foi uma grande pedra no sapato do Arsenal na corrida pelo título de 2002/03, quando voltaram de dois gols atrás para empatar em um dramático empate em 2 a 2. E Allardyce conseguiu outro grande resultado contra o Arsenal enquanto estava no comando do Blackburn, uma vitória por 2 a 1 em 2010 que efetivamente tirou os Gunners da disputa d.,aquele título.

"Eu gostava de vencer o Arsenal mais do que qualquer outro quando estava no comando do Bolton. Arsène Wenger nos odiava", escreveu Allardyce, em sua autobiografia. "Empatávamos ou vencíamos com mais frequência do que o esperado, e Wenger não conseguia lidar com isso. Houve uma vez que ele se recusou a apertar minha mão em Highbury porque conseguimos um empate. Eu o vi rasgando a gravata e jogando-a no chão de raiva. Ele leva tudo muito pessoalmente e tem um ar de arrogância."

Mourinho e Guardiola foram contemporâneos no Barcelona, mas se tornaram adversários amargos como treinadores. Eles se enfrentaram pela primeira vez em uma inesquecível semifinal da Liga dos Campeões entre Inter e Barça, e a rivalidade se tornou ainda mais intensa quando Mourinho assumiu o comando do Real Madrid. O incidente mais escandaloso foi quando o português cutucou o assistente de Guardiola, Tito Vilanova, no olho durante um El Clásico cheio de tensões, em 2011.

Mais faíscas eram esperadas quando Guardiola se tornou treinador do City, em 2016, e Mourinho foi nomeado técnico do United. No entanto, a verdade é que a rivalidade nunca realmente pegou fogo, pois o City conquistou o título da Premier League, terminando com 100 pontos. O United até conseugiu colocar água no chopp do City quando, em um possível jogo do título, saiu perdendo por 2 a 0, mas acabou vencendo por 3 a 2 no Etihad Stadium, mas foi uma rara vitória em uma era de domínio da metade azul de Manchester.

Mancini foi a primeira contratação de alto perfil do City após Sheikh Mansour assumir o clube, e ele não demorou a irritar Ferguson. O United superou o City em seus primeiros encontros, mas a maré começou a virar quando os Blues venceram uma semifinal da Copa da Inglaterra em 2011, no estádio de Wembley, seguido pela vitória sobre o United na disputa pelo título da Premier League em 2012. O triunfo por 1 a 0 sobre os Red Devils em abril foi fundamental para esse triunfo, e Ferguson e Mancini entraram em conflito à beira do campo durante o jogo, precisando ser separados pelos árbitros.

Quando o United recuperou de forma enfática o título, na temporada seguinte, Mancini acusou outras equipes de não darem tudo de si contra o time de Ferguson. O escocês, naturalmente, não concordou, acusando o italiano de falar "absolutas besteiras".

Conte e Mourinho são frequentemente comparados devido às suas abordagens reativas às táticas e suas personalidades explosivas. No entanto, apesar de suas semelhanças, eles não se dão bem. O antagonismo começou quando o Chelsea de Conte derrotou por 4 a 0 um Manchester United de Mourinho em 2016, e o português acusou seu colega de "nos humilhar" com suas celebrações à flor da pele.

Conte então irritou Mourinho ao dizer que não queria que seu Chelsea tivesse 'uma temporada à la Mourinho' depois de vencer o título da Premier League de 2017, referindo-se ao fato de que os Blues caíram consideravelmente de nível após o título em 2015. Mourinho respondeu dizendo: "Não vou perder meu cabelo por causa de Antonio Conte", uma referência não tão sutil ao fato de que o italiano havia feito um transplante capilar.

Mourinho aumentou a pressão ao falar posteriormente sobre o suposto envolvimento de Conte em um escândalo de manipulação de resultados na Itália, levando o treinador a descrevê-lo como "um homenzinho".

A primeira verdadeira rivalidade entre técnicos da Premier League. O Manchester United estava determinado a recuperar o caneco depois de perdê-lo ao Blackburn Rovers, mas era o Newcastle de Keegan que estava perto de conquistar seu primeiro título da liga em 69 anos. Os Magpies haviam liderado a tabela por 12 pontos no início da temporada, mas se viram atrás dos Red Devils indo para os últimos jogos da temporada.

E Ferguson havia entrado na cabeça de Keegan ao declarar que alguns adversários estavam facilitando para o Newcastle. E, após uma vitória difícil sobre o Leeds, Keegan soltou o verbo contra seu rival. "Você pode dizer a ele: estamos lutando ainda por este título", disse ele. "Honestamente, vou adorar se vencermos. Adorar".

No entanto, Fergie foi quem venceu a batalha dos jogos mentais e conquistou seu terceiro título. Keegan deixou o Newcastle no ano seguinte, embora a rivalidade tenha sido renovada quando ele assumiu o Manchester City, em 2001.

Benítez e Ferguson raramente concordavam, e o ressentimento entre os dois atingiu o ponto máximo quando o Liverpool estava seriamente lutando com o United pelo título da temporada 2008/09.

As falas de Benítez de que Ferguson passava muito tempo falando sobre árbitros e tentando influenciar decisões levaram a uma coletiva de imprensa inesquecível, quando o espanhol apresentou uma série de 'fatos' para ilustrar como o United estava se beneficiando de decisões favoráveis.

O discurso foi instantaneamente comparado ao desabafo do "eu vou adorar" de Keegan e interpretado como um sinal de que Ferguson estava entrando na cabeça de Benítez. O resultado foi o mesmo que com Keegan, com o United superando o Liverpool e coroado campeão.

Mourinho e Benitez começaram sua guerra verbal em 2005, por causa de uma decisão controversa do bandeirinha durante uma semifinal da Liga dos Campeões entre Liverpool e Chelsea, com Mourinho se recusando a aceitar que sua equipe sendo eliminada.

A dupla continuou a rivalidade tanto na Premier League quanto na Liga dos Campeões e rapidamente se tornou pessoal. "Se ela cuidar da dieta do marido, não terá tempo para falar sobre mim", disse Mourinho, sobre a esposa de Benítez, depois do espanhol afirmar que foi chamado para "limpar as bagunças de Mourinho" em clubes anteriores.

Wenger havia levado o Arsenal ao título da Premier League em uma temporada histórica invicta em 2004, mas logo surgiu um pretendente ao seu trono, alguém mais chamativo, barulhento e que representava tudo o que o francês não gostava.

Wenger criticava a capacidade do Chelsea de contratar qualquer jogador que desejassem, e o Arsenal logo se tornou vítima da nova riqueza dos Blues quando Ashley Cole deixou os Gunners rumo ao Stamford Bridge. Mourinho adorava provocar Wenger, chamando-o famosamente de "especialista em fracassos" durante seu segundo período com o Chelsea, em 2014.

Quando Guardiola soube que Klopp estava deixando o cargo no final da temporada, seu primeiro pensamento foi que teria uma noite de sono melhor, pois reconheceu que os dias antes de enfrentar seu antigo adversário eram "quase um pesadelo". As estatísticas o apoiam. Klopp venceu Guardiola 12 vezes, sendo o único treinador que enfrentou o catalão em quatro ou mais ocasiões e venceu mais jogos do que perdeu.

Mas Guardiola superou Klopp em troféus, com 16 conquistas contra 8 do alemão. E seu City superou o Liverpool duas vezes na disputa pelo título da Premier League por apenas um ponto. O último capítulo dessa rivalidade histórica aconteceu no dramático empate em 1 a 1 no Anfield, que pode ter sérias implicações na disputa pelo título, da maneira como tinha que ocorrer: com muita emoção e tensão.

As equipes de Guardiola e Klopp podem jogar um futebol mais emocionante e ganhar mais pontos do que qualquer outra equipe na Premier League, mas quando se trata de tensão e ódio mútuo, nenhuma rivalidade pode se comparar à de Ferguson e Wenger.

Ferguson quase que instantaneamente não simpatizou com Wenger, que ganhou admiração por suas novas ideias sobre nutrição e táticas. E seus sentimentos de desprezo só cresceram quando o Arsenal destronou o United e conquistou o título da Premier League em 1998. Os Red Devils vingaram essa derrota ao vencerem a tríplice coroa em 1999 e eliminarem os Gunners em uma clássica semifinal da FA Cup. Mas os comandados de Wenger desfrutaram de uma vitória simbólica quando recuperaram o título em 2002, no próprio Old Trafford.

A batalha entre Ferguson e Wenger atingiu o ápice em 2004, quando Cesc Fábregas jogou uma fatia de pizza de forma cômica em Ferguson em um incidente que ficou conhecido como A Batalha do Buffet, depois que o United encerrou a invencibilidade de 49 jogos do Arsenal de forma controversa.