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Julian Alvarez GFXGoal

Julián Álvarez errou ao trocar o Manchester City pelo Atlético de Madrid? Argentino tem deixado a desejar

Julián Álvarez foi a aquisição mais relevante do mercado rojiblanco, um reforço que animou a torcida colchonera a voltar a disputar o título espanhol com Real Madrid e Barcelona.

No entanto, após onze jogos pelo Atlético de Madrid, ainda não se viu sua melhor versão, e a expectativa continua.

Os primeiros sinais de impaciência se dissiparam com o gol da vitória marcado contra o Celta de Vigo, mas ainda se espera mais de Julián como artilheiro e de Simeone como treinador para potencializar suas qualidades.

  • Julian Alvarez Man City 2023-24Getty

    Na sombra de Haaland

    Desde que Julián Álvarez pisou em Manchester, sabia que teria a difícil tarefa de competir contra Erling Haaland pela posição de centroavante. Em seu primeiro ano, o argentino somou 2.526 minutos em 49 jogos, com 17 gols e cinco assistências, além da conquista da tríplice coroa (Champions League, Premier League, Copa da Inglaterra) e sendo campeão do mundo nesse período. Sem dúvidas, teve uma temporada de estreia dos sonhos.

    O objetivo para a temporada seguinte seria ter mais relevância na equipe titular, já que seus minutos costumavam ser saindo do banco e gerando impacto com sua explosão, na maioria das vezes atuando como segundo atacante ou ponta.

    O ano começou bem para ele, mas o segundo semestre apresentou uma reviravolta, onde Guardiola o usou menos, o que o fez considerar a ideia de mudar de ares. Na temporada 2023/24, ele jogou 3.481 minutos em 54 partidas, com 19 gols e 13 assistências. Embora tenha havido um progresso em relação ao ano anterior, não foi o suficiente para convencer o argentino, que continuou sem se ver como uma carta forte no baralho do técnico espanhol.

    Pela Premier League, foi titular em 31 oportunidades, mas na segunda metade da temporada não jogou contra Arsenal nem West Ham, na partida que definiu o título. Além disso, foi reserva no clássico contra o Manchester United. Nos últimos quatro jogos da liga, quando o City disputava o título palmo a palmo com o time de Arteta, Julián somou apenas 17 minutos em campo no total.

    Na Champions League, onde já não havia jogado a final contra o Inter na temporada anterior, disputou sete dos 10 jogos, mas foi titular em apenas dois. Nas quartas de final contra o Real Madrid, jogou três minutos no Santiago Bernabéu e a prorrogação no Etihad Stadium.

    O último jogo da temporada foi a final da Copa da Inglaterra contra o Manchester United, onde o City perdeu por 2 a 1, e o argentino também foi reserva. Ele entrou em campo por apenas meia hora.

    Diante desse cenário, Julián expressou publicamente seu desejo de ter minutos mais importantes no futuro, ao que Guardiola respondeu: "Eu sabia que ele tinha dito que iria pensar (no futuro dele). Quando ele terminar de pensar, seu agente vai ligar para Txiki (Begiristain) e vamos ver o que acontece. Sei que ele quer jogar nos momentos importantes. Mas os outros jogadores também querem." Após essa resposta contundente do treinador, o atacante apenas se defendeu com um simples: "Eu não disse nada de errado." Por fim, Julián Álvarez deixou o clube, e Guardiola concluiu com uma frase: "Não esperávamos que Julián fosse embora".

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  • Julian Alvarez Atletico Madrid 2024-25Getty Images

    A 'Julianmania' no Atleti

    Por uma quantia próxima a 90 milhões de euros, Julián Álvarez tornou-se a grande contratação do Atlético de Madrid para a temporada 2024/25. O clube madrilenho fez um mercado de transferências histórico, investindo mais de 200 milhões de euros em jogadores como o argentino, Robin Le Normand, Conor Gallagher e Alexander Sorloth.

    Além dos objetivos comedidos de Diego Simeone, a opinião pública passou a ver o Atleti como um sério candidato a disputar o título espanhol contra Real Madrid e Barcelona.

    O atacante argentino foi o elemento diferencial que gerou essa ilusão entre os torcedores, e isso ficou evidente. Camisas com o número 19 estavam por toda parte, máscaras do Homem-Aranha (seu apelido é "A Aranha") e cartazes de carinho para Julián Álvarez.

    Todo esse amor e respeito têm um lado positivo, mas também trazem um desafio: a responsabilidade. Pela primeira vez em sua carreira, ele terá que carregar esse peso. No River, era prata da casa. Na Argentina, o talismã. E no Manchester City, um reserva de luxo.

  • Julian AlvarezGetty Images

    A Aranha não pica?

    O objetivo de Julián Álvarez no Atlético de Madrid ficou claro desde o início: jogar mais e mostrar mais qualidade. Até o momento, ele disputou todos os jogos da temporada; foi titular em oito dos 11 confrontos, mas apenas uma vez conseguiu completar a partida em campo: no empate por 1 a 1 contra o Rayo Vallecano, em Vallecas, onde, no segundo tempo, atuou como meio-campista pela esquerda. Não seria a última vez que ocupou esse papel, já que no clássico madrilenho também jogou mais próximo da ala do que da área.

    A rigidez tática de Diego Simeone conseguiu melhorar o sistema defensivo, mas ainda conspira contra o ataque. Após o gol salvador de Julián contra o Celta, o treinador comentou: "Precisamos de tempo para que ele e Alex (Sorloth) formem parcerias."

    A verdade é que, com o esquema 5-3-2, até agora, o Atleti não tem sido orgânico em seus ataques, e seus atacantes têm dificuldade em encontrar boas chances para finalizar a gol. Tudo é esforço.

    A primeira vez que Julián, Sorloth e Griezmann jogaram juntos coincidiu com a primeira ruptura da linha de cinco defensores; foi na sexta rodada de LaLiga, no segundo tempo contra o Rayo Vallecano. Com um 4-4-2 que permitiu ao Atlético de Madrid ter mais e melhor posse de bola, o argentino caiu pela ala para abrir espaço no centro para o francês e, mais à frente, o norueguês. Desde então, Simeone mostrou-se um pouco mais flexível taticamente.

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  • Julian Alvarez Argentina Copa America 2024Getty Images

    Uma temporada desgastante

    Não é um início de temporada normal para Julián Álvarez. Além de ter que se adaptar a um novo clube em um país diferente, seu último ano foi uma verdadeira maratona física: entre o Manchester City e a seleção da Argentina, que ele representou na Copa América e nos Jogos Olímpicos, disputou 75 jogos e acumulou 5.364 minutos em campo. Ele também foi o segundo jogador com mais quilômetros percorridos em viagens (153.869).

    Chegou a Madri sem tempo para férias e rapidamente se colocou à disposição de Diego Simeone. É provável que o treinador tenha percebido um cansaço natural no atacante e esteja dosando sua contribuição até que ele recupere o equilíbrio físico.

    De qualquer forma, ao contrário da última temporada no Manchester City, há um dado importante: Julián Álvarez foi titular nos três jogos mais importantes até agora no calendário. Mesmo não atuando em sua posição original, jogou 75 minutos contra o Real Madrid no Cívitas Metropolitano e também começou como titular contra RB Leipzig e Benfica na Champions League.

  • joao felix simeone atleticoGetty

    O temido antecedente negativo

    O Atlético de Madrid tem um recente histórico de contratações caras que gostaria de esquecer. Em julho de 2019, o clube contratou João Félix por 127 milhões de euros, vindo do Benfica, tornando-se a compra mais cara de sua história, embora nunca tenha conseguido se destacar.

    O português não se adaptou à cultura do clube, que não é outra senão o "Cholismo". "Sua maneira de competir é sofrendo em campo", confessou o atacante, que teve idas e vindas com o treinador e a torcida até sua recente saída definitiva para o Chelsea.

    As probabilidades de que Julián Álvarez se torne outra lamentável oportunidade desperdiçada parecem menores, uma vez que Diego Simeone afirmou que suas características "se aproximam do DNA" do Atlético de Madrid. Além disso, ele chega como um atacante consagrado mundialmente. De qualquer forma, a sombra da grande contratação que não deu certo não desaparecerá até que Julián Álvarez tenha sucesso.

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