Como Jude Bellingham pode jogar no Real Madrid? Quem sai do time para a entrada do inglês?

Os jogadores de futebol raramente têm um "encaixe perfeito" nos clubes. A maioria dos jogadores é moldado a um sistema. Messi como falso nove do Barcelona, Ronaldo como atacante central do Real Madrid e Mohamed Salah como atacante de infiltração do Liverpool são alguns exemplos.

E isso pode ser um problema para Bellingham. Certamente, ele tem o talento para ser um sucesso no Santiago Bernabéu; ele já é um dos melhores meio-campistas do mundo. Mas ele também é, no momento, um tipo muito específico de jogador de futebol. Ele é um carregador de bola de elite e um passador de baixo volume que gosta de infiltrar no terço final e criar a partir de posições avançadas.

Tudo isso é muito diferente de Madri. Ainda assim, há algumas configurações que podem tirar o melhor proveito dele imediatamente. Os possíveis companheiros de jogo para Bellingham no clube espanhol são: sempre num esquema 4-3-3, a primeira opção para o inglês pode ser acompanhado de Modric e Camavinga, utilizado como um jogador mais ofensivo, enquanto o croata se mantém na armação e o jovem francês na marcação.

A segunda ideia coloca Bellingham ao lado dos mais experientes do Real na área do campo, Modric e Kroos. Apesar da fraca marcação, os três atletas lado a lado, com os mais experientes armando jogadas e o mais jovem se infiltrando, poderiam se tornar um dos melhores trios de meias da atualidade. E a última juntaria o inglês com Valverde e Tchouaméni, com o francês na marcação e os dois restantes mais ofensivos, em seus papéis naturais.

Ancelotti já tentou usar um 4-2-3-1 em vários momentos desta temporada, geralmente como uma forma de colocar Rodrygo e Valverde na mesma escalação, permitindo que o brasileiro atuasse em sua posição preferida de camisa 10.

De fato, é de se imaginar que Rodrygo não ficaria muito satisfeito ao ver a formação projetada para tirar o melhor proveito dele ser construída em torno de outra pessoa. Mas, por mais impactante que o jovem seja, Bellingham é melhor.

Durante alguns trechos da Copa do Mundo, Gareth Southgate utilizou Bellingham como um camisa 10 de fato - ou, pelo menos, como um camisa 8 muito avançado. O Dortmund fez algo muito semelhante em alguns momentos, incentivando o jogador a assumir uma posição inicial mais alta no campo e a criar no terço final.

Porém, ainda há a opção do atleta fazer parte do banco de reservas, no princípio de sua chegada. Isso, pois, assim como ocorreu com Tchouaméni, Bellingham pode não ser incluído tão rapidamente na equipe e conquistar aos poucos seu espaço, destacando a enorme variedade de opções que Ancelotti possui.

Bellingham não deve ser o titular absoluto do Madri, pelo menos não imediatamente. Não há dúvidas sobre a ambição ou a qualidade do meio-campista, mas esta é uma equipe que não tem margem para erros, e colocar um jogador que talvez não esteja 100% pronto é um risco.

Bellingham, apesar de todo o seu talento, não se encaixa necessariamente nos moldes do Madri. Ele não é um passador à distância e gosta de comandar a equipe por meio de dribles. Todo o argumento de venda desse time do Madri é a harmonia que mantém tudo junto. Modric, Kroos e companhia prosperaram durante anos graças à sua "humildade" e à sua disposição para soltar a bola.

Bellingham, sem dúvida, aprenderá. Ele é, simplesmente, bom demais para não aprender. E qualquer técnico, mesmo um tão firme taticamente quanto Ancelotti, deve ser capaz de descobrir uma maneira de maximizar seu talento para o ataque e os dribles que mudam o jogo. Mas esse é um jogador que precisa ser protegido nesse meio tempo.

Segundo informações, Bellingham tem contrato até 2029. Ele é um jogador contratado para ser o futuro do Madri. Sua contribuição para o presente não é uma prioridade.