- Textor queria um 'modelo da Premier League' na França
- Criticou fortemente o poder arbitrário da DNCG
- Revelou planos para separar o Botafogo da empresa
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AFP| 📱Veja a GOAL direto no Whatsapp, de graça! 🟢 |
O ex-presidente do Lyon e atual dirigente do Grupo Eagle abordou abertamente diversos temas, incluindo o próprio clube francês, a Diretoria Nacional de Controle de Gestão (DNCG) e o Botafogo. Textor negou as acusações de que o Lyon estaria financiando os êxitos do Botafogo, alegando, ao contrário, que as receitas expressivas do clube brasileiro frequentemente ajudaram a cobrir os déficits operacionais na França. O dono do Grupo Eagle tem se mostrado direto em suas críticas ao futebol francês e à sua gestão, especialmente após o rebaixamento do Lyon para a Ligue 2 e a posterior reintegração do clube à Ligue 1 — processo no qual ele acabou perdendo o controle administrativo da equipe francesa.
AFPO órgão fiscalizador do futebol francês manifestou preocupação com as condições financeiras do Lyon e teve desentendimentos com a gestão do clube, o que resultou no rebaixamento para a Ligue 2. O DNCG exigiu que Textor apresentasse documentos financeiros concretos, o que o empresário americano não conseguiu fornecer. Textor contestou essa decisão, acusando o DNCG de falta de transparência e de alterar as regras para favorecer seus próprios interesses. Isso levou ele a se afastar da administração, com Michele Kang assumindo seu lugar, contribuindo para restabelecer a confiança e ajudar o clube a retornar à Ligue 1. Desde então, Textor tem sido bastante vocal sobre seu descontentamento com o futebol francês e suas formas de gestão. Também houve relatos de que o empresário estaria financiando o sucesso do Botafogo com os recursos financeiros do Lyon, acusações que ele negou.
Abordando as alegações de que o Lyon financiou o Botafogo, Textor afirmou: "Vou ser claro com todos aqui. O Botafogo gera receita significativa e financia várias operações deficitárias do Lyon. Muitos artigos na França que dizem que o Lyon bancou os títulos do Botafogo são falsos. Nós geramos receita com títulos, vendas de jogadores e nossa expertise. O Botafogo financia a Europa, e não o contrário. Somos uma organização auditada por empresas líderes. fizemos tudo isso para abrir capital. Não há discussão. Não há problema financeiro. Nós financiamos a Europa. Quero separar o Botafogo da parte europeia, mas cabe ao conselho do Eagle decidir."
Falando sobre suas ambições no futebol francês e sua visão sobre o DNCG, o proprietário do Botafogo explicou: "É claro que cometi erros na França ao querer ser um reformador. A liga é problemática, e a federação quer assumir o campeonato. Existe apenas um homem à frente do DNCG, e ele detém muito poder. Não há regras claras. Tudo é muito arbitrário. A França queria uma renovação. Estavam cansados de me ouvir falar sobre mudança. Eu queria implementar o modelo da Premier League lá, sem o DNCG. Saí voluntariamente porque entendi que eu era o problema. Não falei nada para que Michele Kang pudesse vencer o caso. Meu ego e minhas posições não importavam. Sempre fomos financeiramente sólidos. A UEFA nos aprovou. No dia 20 de maio, o DNCG me olhou nos olhos e disse que o rebaixamento estava fora de questão. O que mudou até junho? Fui claramente eu."
Sobre a separação do Botafogo do Grupo Eagle, Textor comentou: "Michele pode ficar na França e eu posso ficar no Brasil. Somos uma família. Não tenho medo. Não pedi ajuda. Quero comprar o Botafogo e tirá-lo da Eagle. Continuarei a ser dono da Eagle, mas acho que seria melhor se o Botafogo fosse separado. Existem parcerias na Europa que são melhores para o clube. Quando queremos vender, a administração nos diz para recuar para evitar conflitos de interesse. É uma conversa. Uma negociação amigável. Estou conversando com a administração da Eagle, e eu sou o proprietário. O debate é se gerenciamos nosso clube junto com o Lyon ou separadamente. É uma discussão familiar."
AFPApós se afastar do envolvimento direto com o Lyon, o foco principal de John Textor parece estar voltado para a consolidação de seus esforços no Botafogo. Seu desejo declarado de separar o clube brasileiro do abrangente Grupo Eagle aponta para uma possível reestruturação do modelo de propriedade multiclubes. Esse movimento, descrito por ele como uma “negociação amigável” com o conselho da Eagle — em grande parte composto por membros indicados por ele mesmo — indica uma tendência em direção a uma maior autonomia para o Botafogo.