Jeremy Monga: O jovem prodígio que o Leicester está lutando para manter longe das garras de Chelsea, Man City e Real Madrid

Com apenas 15 anos, a trajetória de Jeremy Monga já chama muita atenção. Nascido em Coventry, em julho de 2009, ele começou a jogar futebol em um clube local até ser descoberto pelo Leicester City aos oito anos.

Desde pequeno, seu talento ficou claro. Aos 14 anos, já atuava pela equipe sub-18 dos Foxes na temporada 2023/24 e fez parte do time campeão da Premier League Cup Sub-16, vencendo o Manchester City na final.

Ele se destacou ainda mais no início da temporada 2024/25, com quatro participações em gols nos três primeiros jogos. Isso fez com que fosse promovido ao time sub-21 e, logo depois, começasse a ser observado pela equipe principal.

Em novembro de 2024, marcou um gol contra o time de desenvolvimento do Aston Villa e se tornou o jogador mais jovem a balançar as redes na história da Premier League 2.

A chegada de Ruud van Nistelrooy ao Leicester abriu espaço para Monga se aproximar do time principal. “A primeira coisa que fiz foi observar os jogadores do sub-21 e sub-18, levar alguns para treinar com os profissionais”, explicou o técnico. “Se o jogador é bom, a idade não importa.”

Mesmo ainda na escola e treinando só uma ou duas vezes por semana, Monga foi relacionado para um jogo da Copa da Inglaterra contra o Manchester United. Dois meses depois, estreou na Premier League contra o Newcastle, com 15 anos e 271 dias - o segundo mais jovem da história do torneio.

Por ser menor de idade, ele não pôde estampar o patrocinio de casa de aposta na camisa. Mesmo com o time perdendo por 3 a 0, foi aplaudido pelos torcedores.

“Hoje achamos que era a hora certa para colocá-lo”, disse Van Nistelrooy. “Ele mostrou qualidade, é rápido e talentoso.”

Sobre a estreia, Monga contou: “Foi uma loucura. No começo, fiquei nervoso, mas depois só foquei no jogo. Acho que fui bem, mas sempre dá pra melhorar.”

Van Nistelrooy cumpriu o que prometeu e seguiu dando espaço a Monga até o fim da temporada. O jovem ponta foi um dos poucos pontos positivos durante a queda do Leicester, que foi rebaixado após derrota para o Liverpool, no fim de abril.

Monga entrou nos seis últimos jogos da equipe no Campeonato Inglês, mostrando que pode seguir no elenco principal, mesmo com o futuro incerto do técnico, que não conseguiu evitar o rebaixamento para a Championship, segunda divisão inglesa.

Ele quase marcou seu primeiro gol como profissional num chute de longe contra o Nottingham Forest, mas o goleiro Matz Sels defendeu.

Agora, com a temporada encerrada, Monga deve focar nos estudos enquanto faz suas provas escolares. Pela seleção sub-16 da Inglaterra, já soma sete participações em gols em nove jogos - e tudo indica que logo subirá mais um degrau.

O grande destaque de Jeremy Monga é sua habilidade no drible. Com apenas 15 anos, ele já impressiona com velocidade nos pés, decisões inteligentes e uma força física que surpreende para alguém da sua idade. É comum vê-lo deixando defensores para trás com facilidade.

No YouTube, não faltam vídeos do garoto entortando marcadores com fintas e mudanças de direção. Ele é ambidestro, o que permite atuar nas duas pontas ou até como um meia central, atrás do atacante.

Mas Monga não é só firula: ele também entrega resultados. Na temporada 2024/25, somou 10 participações em gols em 28 jogos por clubes, além de sete contribuições pela seleção inglesa sub-16.

Apesar do talento, ele segue com os pés no chão. Após sua estreia na Premier League, o vice-diretor de sua escola, Ratcliffe College, destacou: “A estreia de Jeremy nos enche de orgulho. Sua humildade torna tudo ainda mais merecido.”

Até aqui, é difícil fazer críticas a Monga. Ele segue evoluindo tanto no aspecto técnico quanto físico e tem tudo para se tornar um dos pontas mais perigosos que a Inglaterra revelou nos últimos anos.

Mas nem tudo é perfeito. Sua contribuição na defesa já foi questionada. Depois da derrota do Leicester Sub-21 por 5 a 3 para o Southampton, nos playoffs da Premier League 2, o site Leicestershire Live apontou um problema:

“Quando Monga foi substituído aos 60 minutos, o placar ainda era 2 a 0 para o Southampton. O jogo estava equilibrado, mas a maioria das chances do adversário veio justamente pelo lado em que ele jogava. Ele tinha um lateral bastante ofensivo atrás dele, Jayden Joseph, mas também pouco ajudou na marcação. Monga pressionava alto, mas, quando o time adversário passava, ele mal voltava para recompor – no máximo, num leve trote.”

É claro que defender não é sua principal função, mas conforme amadurece, espera-se que ele evolua nesse aspecto e se torne um jogador mais completo. Pelo que demonstra em campo e fora dele, dedicação não deve faltar.

Monga tem tudo para se tornar o típico ponta moderno: rápido, habilidoso, imprevisível e capaz de causar estragos pelos lados do campo.

Não é fácil compará-lo diretamente com alguma estrela atual, mas talvez ele lembre uma mistura de dois ídolos do Crystal Palace: um do presente e outro do passado. Sua capacidade de driblar, escapar dos marcadores e ainda decidir jogos lembra Michael Olise. Já a confiança, força física e estilo elegante com a bola lembram Eberechi Eze.

Monga também tem um jeito leve de se mover em campo, algo parecido com o que vemos nos dois jogadores. Assim como eles, pode atuar pelas duas pontas ou centralizado, como um camisa 10. Se mantiver o ritmo de evolução, tem tudo para alcançar o nível deles – ou até ir mais longe.

Mesmo observado por Chelsea, Manchester City, Real Madrid e com passagem pelo radar do Barcelona, Jeremy Monga deve continuar no Leicester. Seu contrato termina em junho, mas Ruud van Nistelrooy já afirmou que o jovem está entre os que devem renovar.

"Queremos que ele fique e esperamos anunciar em breve. Ele pode ganhar minutos e crescer aqui", disse o técnico em maio, após o garoto quase marcar um gol da vitória contra o Nottingham Forest.

Aos 15 anos, Monga deve assinar primeiro um contrato juvenil, antes de assinar como profissional aos 17 — seja com o Leicester ou outro clube, caso opte por sair. Ainda há o risco de uma transferência por compensação.

Questionado sobre seus objetivos, foi direto:

"Quero jogar, marcar gols e mostrar o que sei fazer." Onde quer que ele acabe, ele está em uma trajetória rumo ao topo.