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Lionel Messi, Javier Mascherano, Rodrigo De PaulGetty/GOAL

Ainda dá para considerar o Inter Miami de Lionel Messi entre os favoritos da MLS? A avaliação da GOAL nos Estados Unidos

Com um chute mal executado, tudo deu errado. Lionel Messi tentou bater um pênalti de cavadinha contra o Charlotte FC no último sábado (13), mas a bola caiu fácil nas mãos do goleiro. A cena foi dura de ver — e não só porque erros em cavadinhas sempre parecem mais dolorosos.

O lance resumiu a atuação do Inter Miami: um time apático, sem força no ataque e dominado pelo adversário. Charlotte venceu por 3 a 0, e o placar refletiu bem a diferença entre as equipes.

O resultado também mostrou o momento difícil do Miami, distante da condição de favorito à MLS Cup que muitos imaginavam no início da temporada. Foi a segunda derrota seguida por 3 a 0, após a perda da final da Leagues Cup para o Seattle Sounders. O reencontro com os rivais será nesta terça-feira (16), agora pela MLS e em casa.

Ainda assim, enquanto Messi estiver em campo, há esperança. Mas a questão é: os problemas do Miami vão além do argentino? Estão na forma de jogar ou nas escolhas do técnico Javier Mascherano?

Jornalistas da GOAL nos Estados Unidos avaliam o desempenho do Inter Miami na temporada...

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  • Charlotte FC v Inter Miami CFGetty Images Sport

    Qual é a principal lição da derrota para Charlotte?

    Tom Hindle: O placar não surpreendeu. Foi mais uma atuação típica do Miami: muita posse, alguns lances de Messi, mas enorme fragilidade nos contra-ataques. Se o pênalti tivesse entrado, talvez o jogo mudasse de rumo. Mas, no fim, foi uma derrota previsível contra um rival do Leste.

    Alejandro Orellana: Há derrotas que expõem muito mais do que o placar, e essa foi uma delas. O 3 a 0, somado ao fracasso na final da Leagues Cup, mostrou que o Miami ainda está distante dos times que brigarão pelo título. Mesmo com a chegada de De Paul, as carências continuam. Já o Charlotte, com nove vitórias seguidas, mostrou força coletiva e independência de um único craque – o oposto do que acontece com o Miami e sua dependência de Messi.

    Alex Labidou: Não é vergonha perder para um time que igualou o recorde de vitórias da MLS. O problema é como o Miami perdeu e em que momento. Após a final da Leagues Cup e 14 dias de preparação, o time teve só 20-30 minutos bons e depois foi facilmente batido nos contra-ataques, algo que já virou rotina desde a temporada passada. Pelo que se viu, o placar poderia ter sido até considerado um W.O.

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  • Charlotte FC v Inter Miami CFGetty Images Sport

    Qual é a maior fraqueza de Miami?

    Tom Hindle: A defesa. O time não tem estrutura coletiva e nem físico para pressionar alto ou recompor rápido. O elenco envelhecido torna isso ainda mais difícil.

    Alejandro Orellana: O Miami depende inteiramente de Messi. Se ele joga bem, o time funciona. Se não, desmorona. A espinha dorsal — Messi, De Paul, Jordi Alba, Busquets e Suárez — assusta no nome, mas já não consegue competir em alto nível contra rivais mais jovens e intensos.

    Alex Labidou: A fraqueza está na montagem do elenco e na falta de flexibilidade tática. Mascherano insiste no 4-4-2, mas desperdiça De Paul fora de posição e não confia em alternativas como Fafa Picault. Sem opções confiáveis, o time acaba dependendo de veteranos com quase 40 anos para resolver.

  • Charlotte FC v Inter Miami CFGetty Images Sport

    O futuro de Messi está em risco com a fase do Miami?

    Tom Hindle: Difícil dizer. Tudo indica que ele seguirá no Inter Miami na próxima temporada, já no novo estádio. Depois disso, será interessante acompanhar. O rumor mais falado é um possível empréstimo ao Barcelona, mas as chances são mínimas. O cenário mais provável é que ele descanse, jogue mais uma temporada completa e se prepare para a Copa do Mundo com a Argentina.

    Alejandro Orellana: O futuro de Messi não está em dúvida. Ele é o maior da história e vai parar quando decidir. Até lá, mesmo que não esteja no auge físico, continua oferecendo algo que qualquer clube do mundo gostaria de ter. No Inter Miami, segue sendo o jogador mais importante.

    Alex Labidou: O problema é que ele ainda não renovou contrato e já deixou no ar que pode não jogar a Copa de 2026. Como a principal motivação dele era se preparar para defender o título com a Argentina, isso deve acender o alerta em Miami. Ele mesmo admitiu que as lesões podem pesar, e desde a pancada na Leagues Cup, não parece ter a mesma explosão do início da temporada. Nesse ritmo, não seria surpresa se Messi pensasse em se aposentar já no fim desta temporada.

  • Lionel Messi Inter Miami 2025Getty

    O Inter Miami é realmente candidato à vencer MLS Cup?

    Tom Hindle: Existem quatro ou cinco times mais fortes no momento, mas nenhum deles tem Messi. No Leste, o Cincinnati é o time a ser batido, e no Oeste San Diego, Vancouver e Seattle aparecem como favoritos. Mesmo com tantos problemas, o fator Messi não pode ser ignorado.

    Alejandro Orellana: Não acredito que Miami vá conquistar o título, mas enquanto Messi estiver em campo, nunca dá para descartar totalmente. O grande problema é Mascherano, que parece não estar preparado para esse nível. O grupo de “Messi e Amigos” precisa evoluir, porque com ele no comando dificilmente virá um troféu. O time às vezes mostra solidez, mas em outros momentos desmorona.

    Alex Labidou: O objetivo do Inter Miami é brigar pelo título, mas há pelo menos seis equipes mais preparadas: LAFC, Seattle, Cincinnati, Minnesota, Vancouver e Charlotte. Sem contar o Philadelphia, que lidera o Leste, e o San Diego, que chega forte já na temporada de estreia. A idade do elenco, a falta de opções e os problemas táticos tornam difícil imaginar Miami levantando a taça este ano. Como disse Bill Parcells, técnico da NFL: “Você é o que sua campanha diz que você é”. E hoje Miami é apenas o oitavo colocado da Conferência Leste.

  • D.C. United v Inter Miami CFGetty Images Sport

    Quanta culpa recai sobre Mascherano?

    Tom Hindle: Ele nunca foi um grande estrategista – e isso já era esperado. O problema maior é a montagem do elenco. O Inter Miami apostou demais no ataque e esqueceu da defesa. Para ganhar a MLS Cup, é preciso ter zagueiros de alto nível, e o time não tem isso.

    Alejandro Orellana: Para mim, a culpa é toda de Mascherano. Ele não prepara a equipe, assim como aconteceu com a seleção argentina nas Olimpíadas de Paris. A diretoria deveria estar preocupada. O elenco está envelhecendo, e não dá para imaginar que a era Messi-Suárez-Busquets termine sem um título da MLS.

    Alex Labidou: É verdade que o elenco é desequilibrado, mas Mascherano também mostra limitações. O time não se ajusta durante os jogos e sofre com problemas de disciplina, de brigas na Leagues Cup a expulsões bobas. Ele prometeu uma defesa mais sólida que a de Tata Martino, mas já levou 43 gols – só seis a menos que no ano passado, mesmo faltando quatro partidas. Em vez de buscar soluções, tem sido previsível e não administra bem os minutos de Messi. Mudanças são necessárias, mas talvez só venham depois da aposentadoria do camisa 10.

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