Iman Beney: a adolescente do Manchester City comparada a Lauren James que já se destacou na Eurocopa com a Suíça

Iman Beney nasceu em Yverdon-les-Bains, uma charmosa cidade francófona da Suíça, em uma família com o futebol no sangue. Seu pai, Nicolas, foi goleiro em sete clubes e jogou nas seleções de base do país. Sua tia, Noemie, defendeu a equipe feminina principal da Suíça em 45 partidas. E o irmão mais velho, Romeo, atualmente atua pelo FC Basel.

Beney começou a jogar bola aos oito anos, passando por clubes como FC Saviese, FC Sion e Saxon Sports, até chegar ao Young Boys. Lá, estreou no time principal e se destacou tanto que, aos 16 anos, foi eleita para a seleção da temporada da liga suíça feminina.

Ao mesmo tempo, já brilhava nas seleções de base, entrando no time ideal da Euro Sub-17 de 2023. Suas boas atuações chamaram a atenção da técnica Inka Grings, que a convocou para um período de treinos pouco antes da Copa do Mundo de 2023.

Beney aproveitou a chance: deu uma assistência em amistoso contra a Zâmbia e foi chamada para o Mundial. Mas, um dia depois, sofreu uma grave lesão no ligamento cruzado e ficou um ano fora dos gramados.

Depois do duro revés, Beney deu a volta por cima. Recuperada, teve uma temporada brilhante em 2024/25 pelo Young Boys, ajudando o time a conquistar o título nacional e voltando a ser eleita para a seleção da temporada. Essa boa fase seguiu na Euro 2025, disputada em casa, onde foi titular em todas as partidas e peça-chave na melhor campanha da Suíça na história do torneio, caindo apenas para a poderosa Espanha nas quartas de final.

Antes mesmo da Euro, o Manchester City já havia garantido sua contratação — um grande acerto, já que o torneio só aumentou o interesse de outros clubes pela jovem promessa.

Desde que chegou ao City, Beney vem mostrando personalidade. Estreou logo na primeira rodada da temporada, contra o Chelsea, e tem ganhado cada vez mais confiança. Fez sua primeira assistência na vitória sobre o Everton pela Copa da Liga e, logo depois, marcou o gol decisivo na vitória sobre o Arsenal pela WSL.

“Estou muito feliz por ela”, disse o técnico Andrée Jeglertz. “Beney deu passos enormes — da Suíça até um clube gigante como o City. Ela tem mostrado uma evolução que impressiona.”

Beney é o tipo de jogadora moderna: rápida, habilidosa e inteligente. A técnica da Suíça, Pia Sundhage, já destacou sua capacidade de mudar de direção em alta velocidade e variar o ritmo das jogadas — algo que lembra seu ídolo, Neymar. Apesar da pouca idade, ela toma boas decisões no ataque e já tem maturidade na leitura de jogo.

Durante a Euro, também mostrou talento em uma nova função: jogou como lateral, mesmo sem experiência prévia na posição. Segundo o pai dela, foi “quase a primeira vez” que atuou na defesa — o que torna sua adaptação ainda mais impressionante. Essa versatilidade reforça seu valor como atleta moderna e completa.

Como ainda tem pouca vivência defensiva, Beney pode melhorar em desarmes e no uso do corpo, o que virá naturalmente com o tempo. Também há espaço para evoluir em finalizações e cruzamentos, mas são detalhes de quem está em pleno desenvolvimento.

No geral, seu talento ofensivo é tão grande que dificilmente será limitada a papéis defensivos. Ela é o tipo de jogadora que desequilibra — e isso já começa a ficar evidente.

Beney tem um estilo próprio, mas lembra Lauren James em alguns aspectos: prefere cortar para o meio e buscar o gol, em vez de apenas ir à linha de fundo. Também há semelhanças com Kerolin, sua nova colega no City, especialmente na ousadia e no drible curto.

James é mais forte fisicamente, mas Beney compensa com agilidade e técnica refinada — e, com o tempo, pode alcançar um nível parecido.

O ano de 2025 tem sido marcante para Beney — e promete ser apenas o começo. Ainda não é titular absoluta, mas deve ganhar cada vez mais espaço, principalmente com a lesão de Lauren Hemp. Quando a estrela inglesa voltar, o City terá um leque de opções interessantíssimo nas pontas, misturando jogadoras mais abertas e outras que atacam por dentro, como Beney.

Além do clube, a jovem também será peça importante na seleção suíça nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2027, no Brasil. As veteranas Ana-Maria Crnogorcevic e Ramona Bachmann já estão perto do fim da carreira, e Beney surge como símbolo da nova geração.

A própria Bachmann reconhece isso:

“Ela é o futuro da seleção. Tem potencial para ter uma carreira tão boa quanto a minha”, disse a craque suíça.