Harvey Elliott, Darwin Nuñez e os coadjuvantes que podem fazer a diferença para o Liverpool na busca pela Tríplice Coroa

Jurgen Klopp adorava Wataru Endo, chamando-o de "máquina" após a vitória na final da Copa da Liga Inglesa de 2024 contra o Chelsea e prevendo uma longa estadia do japonês em Merseyside. Porém, seu sucessor, Arne Slot, não parecia tão impressionado com Endo, pelo menos no começo. O jogador de 32 anos teve apenas três minutos de jogo na Premier League nos primeiros dois meses da temporada.

Ainda esperando pela sua primeira titularidade na competição continental sob o comando de Slot, Endo, no entanto, conquistou a confiança do treinador nos últimos dois meses. Ele se tornou o "segurança" do Liverpool, responsável por ajudar a segurar o resultado nos jogos.

Em Paris, ele foi chamado para os últimos 11 minutos de jogo e não errou um único passe, além de pressionar os jogadores do PSG, algo que estava faltando antes de sua entrada.

Embora Endo não tenha todas as qualidades que Slot busca em seu camisa 5, considerando o desempenho abaixo do esperado de Ryan Gravenberch em Paris, o japonês pode ser mais utilizado nas próximas partidas. Ele pode até fazer sua primeira partida como titular no Campeonato Inglês no sábado (08), contra o Southampton, em Anfield.

Harvey Elliott, de 21 anos, sempre deixou claro que não queria ser apenas um reserva de luxo, apesar de ter se destacado saindo do banco na última temporada de Klopp. Ele buscava mais tempo de jogo regular e, durante a pré-temporada com Arne Slot, teve a chance de mostrar seu valor. Elliott parecia se encaixar bem na função de número 10 na formação do ex-treinador do Feyenoord.

No início da temporada, porém, ele ficou atrás de Dominik Szoboszlai e, após uma fratura no pé, acabou afastado. Como resultado, ainda espera sua primeira titularidade na Premier League.

A boa notícia é que, quando teve a chance em Paris, não desperdiçou. Marcou 46 segundos após entrar, ampliando sua sequência de gols nos últimos três jogos da Liga dos Campeões.

"Um grande momento para ele", comentou Slot. "Sei que ele fica frustrado com o tempo de jogo, mas está competindo com jogadores difíceis de tirar."

Com a necessidade de rodar o elenco, Elliott parece disposto a seguir sendo um reserva de luxo por mais algum tempo.

Infelizmente para Darwin Núñez e o Liverpool, ficou claro nesta temporada que o uruguaio não está à altura de ser o atacante titular de um clube que disputa grandes títulos. Embora tenha sido importante com seus gols decisivos, como no Brentford em janeiro, essas atuações têm sido cada vez mais raras, e sua ineficiência tem custado pontos valiosos, como no recente empate contra o Aston Villa.

Após a última partida, Slot criticou Núñez pela forma como reagiu ao perder um gol fácil, com seu nível de intensidade caindo logo depois. No entanto, o uruguaio se redimiu em Paris, vencendo uma disputa aérea com Marquinhos e assistindo Elliott no gol da vitória.

Essa assistência pode ajudar a elevar a confiança do atacante, dando-lhe uma chance de desempenhar um papel mais destacado no restante da temporada. Apesar de suas limitações, ele ainda tem velocidade e força para causar problemas aos adversários.

Embora sua passagem por Anfield provavelmente chegue ao fim juntamente à temporada, Núñez tem agora a oportunidade de se despedir de forma positiva.

Não seria surpresa ver Kostas Tsimikas deixar o Liverpool no próximo verão europeu. Aos 28 anos, o lateral grego deveria estar jogando mais, e não há muitos sinais de que ele seja visto como o sucessor de Andy Robertson, nem a curto prazo. Pelo contrário, o Liverpool pode buscar um jovem lateral-esquerdo promissor, como Milos Kerkez, do Bournemouth, durante a pré-temporada.

Apesar disso, se este for o último ano de Tsimikas nos Reds, ele pode se orgulhar do que fez. Ele tirou Robertson da zona de conforto como nunca e, mesmo começando 18 jogos a menos, teve mais assistências que o escocês. Há uma boa chance de que ambos sejam rotacionados até o final da temporada, enquanto Slot busca manter a vitalidade da defesa.

Jarell Quansah não manteve o ritmo da última temporada. Ele terminou a campanha passada em alta, chegando até a integrar pré-lista de convocados da Inglaterra para a Euro 2024, e a expectativa era que seguisse evoluindo sob o comando de Slot.

No entanto, foi substituído no intervalo na estreia do Liverpool na temporada contra o Ipswich Town e, desde então, só foi titular uma vez. Ibrahima Konaté recuperou espaço e se firmou ao lado de Virgil van Dijk na defesa.

Agora, porém, Quansah ganha um papel importante na busca do Liverpool pelo triplete, sendo opção para duas posições. Com Joe Gómez possivelmente fora até o fim da temporada, ele virou o terceiro zagueiro do time e também pode ser usado na lateral-direita, já que Conor Bradley sofreu uma lesão e deve perder alguns jogos.

Com a partida contra o Southampton entre os duelos contra o PSG, Quansah tem boas chances de ser titular neste sábado, seja na zaga ou na lateral, para dar descanso a Alexander-Arnold ou Konaté.

Federico Chiesa tem futuro no Liverpool? A cada dia, isso parece menos provável. O italiano assinou por quatro anos em uma transferência de baixo custo no início da temporada e gosta de jogar em Anfield, mas mal entrou em campo em seu primerio ano.

Já se sabia que ele tinha um histórico de lesões e precisaria de tempo para se adaptar, já que não fez pré-temporada após ser afastado da Juventus antes de, finalmente, sair. Ainda assim, depois de algumas boas atuações no início do ano, chama atenção o fato de que ele não teve minutos nesse período movimentado da temporada.

Era de se esperar que fosse opção para substituir Luis Díaz ou Mohamed Salah contra o PSG, especialmente com Cody Gakpo lesionado, mas ficou no banco o jogo todo.

Chiesa ainda tem tempo para contribuir, começando pelo duelo contra o Southampton. Se o Liverpool avançar na Champions, enfrentará jogos mais acessíveis na liga entre os confrontos europeus, e um Chiesa em forma seria útil para Slot, que precisará rodar o elenco.

Salah, por exemplo, pode precisar de descanso para manter o ritmo na reta final. Como visto no Parque dos Principes, o Liverpool dependerá dos reservas para manter o nível quando suas estrelas não estiverem no melhor momento.