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Harry Maguire Europa League GFXGetty/GOAL

Harry Maguire exclusivo: defensor da Inglaterra abre o jogo sobre críticas no Manchester United e sobre como virou xodó da torcida

"Maguire! Maguire! É o Maguire!" A empolgação no rosto das crianças é palpável quando Harry Maguire entra de forma descontraída no acampamento de verão europeu. O zagueiro é o convidado-surpresa do acampamento multiesportivo da Fundação Manchester United, realizado no Stretford Sport Village, a apenas 10 minutos a pé de Old Trafford, no coração do clube.

Ele é recebido com coros de "Oh Harry Maguire" antes de responder às perguntas de um grupo de crianças entre oito e 14 anos, muitas delas vindas de famílias de baixa renda ou de áreas socialmente desfavorecidas. Maguire é questionado sobre seu adversário mais difícil (Harry Kane), sua partida favorita pelo United (a estreia contra o Chelsea) e até se prefere Lionel Messi ou Cristiano Ronaldo (a resposta foi CR7). Depois de responder às perguntas, ele se junta às crianças para uma partida.

Esse é um dos três acampamentos realizados neste verão europeu em Manchester, além de Moss Side e Partington, que oferecem refeições gratuitas e atividades esportivas para as crianças, além de representarem um alívio para os pais durante as férias escolares. E o melhor de tudo: elas poderão contar a amigos e familiares que tiveram a chance de jogar com um ídolo do United, um ex-capitão com 247 partidas pelo clube, 15 gols marcados — incluindo o improvável gol da vitória contra o Lyon, em abril.

"É incrível estar aqui com as crianças", disse Maguire à GOAL. "Quando você chega e vê elas cantando seu nome, sorrindo de orelha a orelha, a energia é contagiante, e eu levo um pouco dessa energia de volta para o campo de treinamento."

Maguire e seus companheiros certamente poderiam se beneficiar desse entusiasmo infantil enquanto tentam conquistar os primeiros pontos da temporada contra o Fulham no próximo domingo (24), depois da estreia diante do Arsenal — uma partida tão animadora quanto frustrante.

"Acho que, obviamente, a sensação é de decepção no final, porque este clube exige vitórias, e quando você veste essa camisa nunca deveria se sentir satisfeito sem vencer", afirmou. "Então, a primeira sensação é de frustração, porque estamos com zero pontos na tabela e sabemos que poderíamos ter mais. No entanto, é possível enxergar os pontos positivos. A atuação foi muito melhor, jogamos com muito mais intensidade e realmente merecíamos sair daquele jogo com algo."

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  • Mbeumo Sesko CunhaGetty

    Sangue novo

    A chegada de mais de £200 milhões em reforços ofensivos — Bryan Mbeumo, Matheus Cunha e Benjamin Sesko — tornou o Manchester United uma ameaça muito maior contra o Arsenal e elevou a moral do elenco de Rúben Amorim, após uma temporada desastrosa em que o clube registrou sua pior colocação na liga, o menor número de pontos e de gols em 51 anos, além da dor extra de perder a final da Europa League para o Tottenham.

    "No ano passado, simplesmente não éramos a ameaça ofensiva que deveríamos ser como time deste clube", disse Maguire sobre os novos companheiros. "O United exige jogadores capazes de criar chances e marcar gols — é isso que sempre fez parte da história do clube. Por isso, acredito que a chegada do Bryan e do Matheus, além do Sesko vindo do banco, traz jogadores que já mostraram que sabem decidir e criar oportunidades."

    "Acima de tudo, eles serão uma ameaça. Quando você joga contra eles como defensor adversário, sabe que não terá uma tarde tranquila. Você precisa estar alerta o tempo todo, porque em qualquer momento o Matheus pode marcar de fora da área ou tirar um coelho da cartola. O Bryan pode aparecer no segundo pau para finalizar ou bater colocado com precisão."

    "E o Benjamin tem atributos físicos impressionantes. Ele é rápido, forte e muito alto. É excelente no jogo aéreo, ataca bem os cruzamentos e tem um ótimo movimento dentro da área. Por isso, acredito que eles vão gerar e marcar muitos gols — e é exatamente isso que o United precisa."

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  • Simon Davies/Manchester UnitedSimon Davies/Manchester United

    Otimismo após 'situação difícil'

    Maguire foi incluído no grupo de liderança de seis jogadores do Manchester United para esta temporada, ao lado de Tom Heaton, Diogo Dalot, Lisandro Martínez, Noussair Mazraoui e do capitão Bruno Fernandes. Dono da braçadeira entre 2020 e 2023, suas qualidades de liderança já são amplamente reconhecidas.

    "É apenas um grupo para repassar questões à comissão técnica e à diretoria, cuidar do clube como um todo e tirar um pouco do peso dos ombros do Bruno", explicou. Segundo Maguire, o clima entre os jogadores está muito melhor do que na temporada passada, especialmente depois que o desempenho do United na liga desandou, com 14 derrotas entre dezembro e maio.

    "Foi bom, para ser sincero, sentir como se fosse um novo começo depois da última temporada. Em fevereiro e março, já não tínhamos nada em jogo. Foi realmente difícil, tirando a Europa League, que acabou virando nosso foco. Mas quando você continua perdendo na Premier League, isso pesa muito."

    "Foi uma situação complicada para o treinador e toda a comissão, porque estavam totalmente voltados para a Europa League, enquanto na Premier League nunca conseguimos manter uma equipe estável. Por isso acredito que, nesta temporada, vamos ser muito mais competitivos na liga."

  • Manchester United v Atletico Madrid: Round Of Sixteen Leg Two - UEFA Champions LeagueGetty Images Sport

    Massacrado nas redes sociais

    Maguire foi um dos destaques do United na última temporada e, por isso, escapou de grande parte das críticas que recaíram sobre seus companheiros de equipe. O zagueiro, no entanto, já foi alvo de insultos e zoações, principalmente na temporada 2021/22, quando reconhece que seu rendimento caiu durante o breve e turbulento período de Ralf Rangnick como técnico interino.

    A situação chegou ao limite quando ele foi vaiado por torcedores escoceses em um amistoso contra a Inglaterra, o que levou sua mãe a classificar as reações contra o filho como "vergonhosas e totalmente inaceitáveis". Por isso, Maguire espera que seus atuais companheiros não tenham perdido muito tempo se prendendo às críticas ferozes que surgiram nas redes sociais nos últimos meses.

    "Tenho certeza de que eles têm sido criticados de todos os lados, para ser honesto. Espero que não se deem ao trabalho de ler comentários quando cometem um erro ou fazem uma partida ruim, ou de abrir mensagens diretas no Instagram ou qualquer coisa do tipo. O ideal é que os jogadores se mantenham afastados disso e entendam que não precisam que outras pessoas lhes digam se estão indo bem ou não."

    "Como jogador, você sabe quando está atuando bem, quando está fazendo as coisas certas e quando cometeu um erro. Não precisa entrar nas redes em busca de confirmação. Todos sabemos como é esse ambiente online: às vezes, pode ser um lugar bastante hostil."

  • Manchester United v Athletic Club - UEFA Europa League 2024/25 Semi Final Second LegGetty Images Sport

    Em um bom lugar

    "Tenho sido mentalmente forte durante tudo isso, mas só agora, aos 32 anos, estou compartilhando conselhos", acrescenta Maguire. "Quero passar aos jogadores mais jovens a experiência de que, em algum momento, eles também vão enfrentar dificuldades neste clube, não importa o quão bons sejam. Isso faz parte. Este é um dos maiores clubes do mundo, e a atenção é enorme. É preciso aprender a lidar com isso."

    Desde então, a situação de Maguire mudou bastante. Ele recuperou espaço no time sob o comando de Erik ten Hag, após ter perdido a braçadeira de capitão por jogar pouco, e acabou se tornando decisivo para Rúben Amorim, marcando gols cruciais contra Ipswich, Leicester e, claro, Lyon.

    "Estou em um ótimo momento, em um lugar realmente positivo", disse. "Já faz alguns anos que sinto que voltei a jogar em alto nível por este clube. Só tive um período de seis meses em que minha forma caiu bastante. Nos dois anos anteriores a isso, atuei em alto nível, e nos últimos dois anos e meio tenho sido muito melhor. Estou em sintonia com o clube e com os torcedores. Tenho uma relação muito forte com eles. Este é um lugar muito especial para jogar, e vestir essa camisa é um privilégio enorme, algo pelo qual sempre serei eternamente grato."

  • Harry Maguire Man Utd FoundationSimon Davies/Manchester United

    'Não posso sair'

    Maguire se tornou tão importante para o Manchester United que, em janeiro, o clube acionou automaticamente a cláusula de extensão de um ano em seu contrato. Nesta janela, resistiu a propostas de outros times por ele. Trata-se de uma reviravolta notável em relação a meados de 2023, quando o United havia aceitado vendê-lo ao West Ham, mas Maguire recusou a saída e optou por lutar, com sucesso, para recuperar seu espaço na equipe.

    "Tenho certeza de que nesta janela deixaram claro que eu não poderia sair em hipótese alguma, mesmo com outros clubes perguntando sobre mim, minha situação e meu contrato", revelou. "Acredito que houve alguns clubes que sondaram ou conversaram com o United e receberam uma resposta rápida."

    "Estamos em um bom momento como clube. Sinto que a diretoria, com o Jason (Wilcox) e o treinador, está conduzindo o United na direção certa. Do momento em que cheguei há seis anos até hoje, o clube mudou completamente em termos de estrutura de gestão e de equipe de apoio."

    Ainda assim, Maguire agora entrou no último ano de contrato e, a partir de janeiro, poderá negociar livremente com outras equipes. Ele, porém, não demonstra pressa em sair: "Tenho certeza de que nos próximos meses vamos sentar e conversar sobre o que queremos para o futuro, se existe a intenção de renovar ou se, obviamente, a janela de transferências de janeiro vai ser um fator. Eu já tenho em mente o que quero e quem quero ser. Não vou divulgar isso para todo mundo, mas este é um clube incrível para se jogar, e seria tolice pensar em sair na primeira oportunidade."

  • Manchester United v Arsenal - Premier LeagueGetty Images Sport

    Início de uma jornada

    Maguire é hoje um dos veteranos do Manchester United, o terceiro jogador há mais tempo no clube, atrás apenas de Luke Shaw e Diogo Dalot. Em seus seis anos em Manchester, ele aprendeu a dimensionar a grandeza do United e a compreender o quanto isso significa para as pessoas — de Stretford ao sul da Ásia. É por isso que ele gostaria de permanecer por mais tempo.

    "Quando cheguei aqui, percebi imediatamente que, além da enorme responsabilidade dentro de campo, também existe uma responsabilidade imensa fora dele. Este é um clube com uma base de torcedores global. É algo incrível. Você só entende de verdade quando passa a fazer parte disso, quando participa de uma turnê em lugares como a Índia, ou quando vem a locais como este (Stretford), onde tantas crianças vestem a camisa do United, mesmo após a temporada que tivemos no ano passado."

    "Nossos torcedores simplesmente nos apoiam. Perdemos a final da Europa League contra o Tottenham, tivemos uma temporada péssima, e ainda assim fomos enfrentar o Aston Villa em Old Trafford e o estádio estava lotado. A atmosfera era fantástica. Fomos aplaudidos no fim do jogo. Isso não acontece em outros clubes. A torcida deste time tem sido incrível conosco, e agora sinto que estamos apenas no início de uma jornada, com tudo preparado para levar o United de volta ao lugar que merece. E isso é algo do qual quero muito continuar fazendo parte."

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