Presidente da Fifa, Gianni Infantino sugeriu pela primeira vez a ideia de um Mundial de Clubes expandido já em 2016, dizendo ao Mundo Deportivo: "Hoje o futebol não é apenas sobre a Europa e a América do Sul, o mundo mudou e é por isso que precisamos tornar o Mundial de Clubes mais interessante para as equipes e também para os torcedores em todo o mundo. É isso que estamos tentando fazer, criando um torneio que seja muito mais atraente, com mais qualidade entre os participantes e mais clubes. Isso atrairá mais patrocinadores e empresas de televisão de todo o mundo."
Dois anos depois, ele afirmou que um grupo de investidores não identificados estava potencialmente disposto a comprometer cerca de 25 bilhões de dólares para quatro edições do torneio entre 2021 e 2023. O Conselho de Estratégia do Futebol Profissional da Uefa (PFSC) afirmou na época que seus membros "expressaram em unanimidade sérias reservas sobre o processo... e, em particular, a pressa no tempo e a falta de informações concretas", enquanto Lars-Christer Olsson, presidente das Ligas Europeias de Futebol Profissional, acusou a Fifa de "vender o futebol a um custo potencial para seu desenvolvimento sem consulta adequada e sem transparência".
O sueco acrescentou: "Não sabemos quem são os investidores ou como chegaram a 25 bilhões de dólares, o que não faz sentido comercialmente."
No entanto, em outubro de 2019, a Fifa anunciou a China como a nação anfitriã da primeira edição do Mundial de Clubes reformulado, que ocorreria entre junho e julho de 2021, e embora a pandemia subsequente tenha forçado um cancelamento, a entidade revelou em junho de 2023 que um torneio com 32 equipes seria realizado nos Estados Unidos em 2025.
"Será o auge do futebol profissional de clubes de elite, e com a infraestrutura necessária no lugar, junto com um enorme interesse local, os Estados Unidos são o anfitrião ideal para dar início a este novo torneio global", declarou Infantino. "Com alguns dos melhores clubes do mundo já classificados, os torcedores de todos os continentes estarão trazendo sua paixão e energia para os Estados Unidos em dois anos para este marco significativo em nossa missão de tornar o futebol verdadeiramente global."
No entanto, o lançamento do Mundial de Clubes tornou-se uma das questões divisivas em todo o esporte.
Ele foi bem recebido por vários clubes e ligas fora da Europa, e ex-jogadores como John Terry e Andrea Pirlo apoiaram publicamente a competição. Real Madrid e Barcelona também reagiram positivamente à reformulação, mas houve uma crescente reação negativa ao plano dentro da Europa, particularmente entre os jogadores, com a Associção de Jogadores Profissionais (PFA) classificando-o como "um ponto de inflexão para o calendário do futebol e a capacidade dos jogadores de terem pausas significativas entre as temporadas".
Consequentemente, em junho deste ano, a PFA e o sindicato dos jogadores franceses abriram uma ação no tribunal de comércio de Bruxelas "contestando a legalidade das decisões da Fifa de definir unilateralmente o calendário de jogos internacionais e, em particular, a decisão de criar e agendar o Mundial de Clubes da Fifa 2025".
Quatro meses depois, as ligas europeias, em conjunto com LaLiga e a FIFPRO Europa, apresentaram uma queixa à Comissão Europeia afirmando que "a conduta da Fifa infringe a lei de concorrência da União Europeia e constitui notavelmente um abuso de domínio".
"A Fifa possui um duplo papel como reguladora global do futebol e organizadora de competições," afirmou a PFA. "Isso cria um conflito de interesses que, de acordo com a jurisprudência recente dos tribunais da UE, exige que a Fifa exerça suas funções regulatórias de maneira transparente, objetiva, não discriminatória e proporcional. A conduta da Fifa em relação ao calendário de jogos internacionais está muito aquém desses requisitos."