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Son Hueng-Min, Denis Bouanga, Steve CherundoloImagn/GOAL

"Sempre com um sorriso” – Gols e aplausos da torcida: como Son Heung-Min rapidamente virou a estrela do LAFC

Após o apito final da vitória por 4 a 1 do LAFC sobre o Real Salt Lake, Son Heung-Min mostrou atenção a todos os detalhes. Ele deu entrevista à TV, respondeu a cada pergunta com elegância, distribuiu sorrisos aos torcedores e aproveitou o clima ao redor. Quando a agitação diminuiu, ainda participou da coletiva pós-jogo, respondendo com dedicação que lembrava mais a postura de um jovem atleta em início de carreira do que a de uma estrela consagrada.

Dentro de campo, o desempenho foi igualmente marcante. Son brilhou com o que parece ser apenas o primeiro de muitos hat-tricks pelo LAFC, desmontando a defesa do Real Salt Lake com a mesma combinação de graça e precisão que torcedores do Tottenham e da seleção sul-coreana já conhecem há anos.

Foi uma noite atípica no contexto da Major League Soccer atual. Superestrelas, em geral, já não se comportam assim. Não costumam gastar tempo livre com a mídia, tampouco se mostram tão acessíveis às câmeras. Muitas vezes, nem conseguem impactar tanto dentro de campo.

Para alguns jogadores, vir aos Estados Unidos é quase como tirar férias prolongadas: jogar de forma protocolar, receber um grande salário e retornar para casa. Mesmo craques históricos que já passaram pela liga trataram a experiência mais como um episódio de carreira do que como um compromisso esportivo.

Son, no entanto, foge completamente desse padrão. Desde sua contratação, o debate girava em torno do impacto cultural — o quanto ele representaria para a comunidade coreana e ajudaria a elevar o perfil da MLS. Tudo isso é real.

Mas talvez o ponto mais importante, e por vezes negligenciado, seja o fato de que Son continua sendo um jogador de altíssimo nível e leva seu trabalho com extrema seriedade. Para o LAFC — tanto no campo quanto como marca — esse comprometimento é um reforço inestimável.

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  • MLS e a relação com o estrelato

    Existem inúmeras facetas em ser uma estrela do futebol. Hoje, não basta ser apenas um jogador brilhante dentro de campo e ignorar as responsabilidades que acompanham a vida de um atleta de elite. Ao mesmo tempo, equilibrar o status de marca global com a manutenção de alto nível competitivo não é nada simples.

    É verdade: não se trata exatamente de um fardo insuportável. A fama, por si só, não deveria exigir compaixão do torcedor comum.

    Na MLS, porém, há uma expectativa muito clara em relação aos jogadores mais bem pagos. A liga é bem mais estável do que no passado, mas ainda depende de grandes nomes e contratações de impacto. A diferença é que, hoje, o público já não é mais ingênuo a ponto de aceitar desempenhos ruins apenas pela presença de uma estrela.

    Em outras palavras, ser ídolo na MLS exige não apenas desempenho de elite, mas também habilidade para lidar com relações públicas: dar entrevistas, cumprir compromissos de mídia e colaborar com o marketing e as redes sociais do clube. É preciso dominar os dois lados.

    Historicamente, poucos conseguiram esse equilíbrio. É verdade que Landon Donovan, David Beckham, Zlatan Ibrahimovic e Thierry Henry combinaram bom futebol com presença fora de campo. Mas aquela era uma liga diferente — menos exposta, com menor visibilidade e, para ser franco, menos olhos atentos acompanhando cada detalhe.

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  • Real Salt Lake v Los Angeles Football ClubGetty Images Sport

    Son, que dá autógrafos

    Na semana passada, Son e o elenco do LAFC deixaram o hotel da equipe em San Jose, na Califórnia. Do lado de fora, barricadas de metal separavam torcedores vestidos com camisas do LAFC, do Tottenham e da Coreia do Sul. Muitos pediam autógrafos, alguns entregavam camisas, outros livros de fotos. Selfies eram solicitadas a todo momento — e Son fez questão de atender a todos.

    A cena, registrada em várias redes sociais, foi organizada e eficiente, mas também rara nos dias de hoje: um superstar tirando tempo para interagir com fãs, a sete horas de distância de seu estádio. Qualquer outro poderia ter ido direto para o ônibus da equipe, feito apenas uma ou duas fotos rápidas ou dado um aceno de despedida. Son, no entanto, dedicou tempo de verdade.

    E daí?, alguém pode perguntar. Ele apenas assinou autógrafos, algo que se espera de ídolos do esporte. Mas a realidade é que muitos não fazem — especialmente no futebol norte-americano.

    Na MLS, Son é, com bastante segurança, o segundo jogador mais famoso da liga. Ninguém vai se aproximar de Lionel Messi, que vive em sua própria estratosfera. Ainda assim, Son reúne números impressionantes: quase 15 milhões de seguidores no Instagram e contratos de peso com marcas como Adidas, Ralph Lauren, Gillette e Samsung. Ele é, provavelmente, o jogador asiático mais famoso do planeta. Seu simbolismo é imenso — inalcançável em escala, mas próximo na postura, ao reservar tempo para qualquer fã.

    “Ele joga do jeito certo. É aberto e honesto com a imprensa. Sempre dá boas respostas. E nunca deixa de sorrir”, destacou o ex-meio-campista da seleção dos EUA, Sacha Kljestan.

  • San Jose Earthquakes v Los Angeles Football ClubGetty Images Sport

    Muito, muito bom em futebol

    Desde o início, todos diziam que seria assim. Son sempre foi conhecido como “o bom sujeito” do futebol. O homem mais sorridente do esporte, a personificação de um cara legal. Sua imagem de jogador acessível e carismático certamente lhe trouxe frutos comerciais, mas, no fim das contas, tudo parece bastante genuíno. Por isso, sua simpatia não chega a ser surpresa.

    O que realmente chama atenção é o impacto imediato que ele teve no LAFC. Os números falam por si: seis jogos (cinco como titular), cinco gols e uma assistência. Em média, participa de um gol a cada 77 minutos — marca que só fica atrás de Messi na MLS.

    E além dos números, há os detalhes menos visíveis. Son pressiona alto. Corre pelos espaços entre os defensores. Faz movimentos sem bola mesmo sabendo que não receberá o passe, apenas para abrir espaço para os companheiros. Sua presença por si só cria oportunidades.

    Ele também tem mostrado variedade na forma de marcar. O primeiro gol pelo clube foi uma cobrança de falta magistral, curvada a 30 metros — apenas o segundo de bola parada em toda a sua carreira. O segundo foi típico de centroavante: um toque simples no segundo poste.

    Mas o hat-trick na vitória de quarta-feira talvez tenha sido ainda mais emblemático. O primeiro gol nasceu de uma arrancada clássica pelas costas da defesa, recebendo em velocidade, deixando o marcador para trás e finalizando com precisão. O segundo foi um chute seco e potente, de fora da área, no canto inferior. E o terceiro, um toque de pé fraco após passe de Denis Bouanga, mostrou oportunismo e simplicidade.

  • Los Angeles Football Club v Vancouver Whitecaps FCGetty Images Sport

    Como o LAFC se beneficia

    Para o LAFC, tudo isso representa um enorme ganho. O clube, de forma silenciosa, vinha fazendo um excelente trabalho de reformulação. A temporada começou mal: Olivier Giroud não se encaixou no sistema de Steve Cherundolo e teve dificuldades em campo. Havia até expectativa de que Antoine Griezmann fosse o nome para resolver a situação, mas o francês optou por renovar seu compromisso de longo prazo com o Atlético de Madrid. A resposta acabou sendo Son — inesperada, mas perfeita.

    E que resposta ele tem sido. O LAFC perdeu apenas um de seus seis jogos desde sua chegada. Nos últimos 10 gols da equipe, ou ele ou Denis Bouanga participaram diretamente. O time está mais fluido, equilibrado e, em termos simples, muito mais agradável de assistir. Futebol também é entretenimento, e ao contratar Son, o LAFC transformou seu produto em algo especial.

    Outro ponto crucial é a forma como o atacante sul-coreano se integrou rapidamente ao elenco. Pequenos sinais revelam um clima de harmonia. Ao ser questionado sobre sua atuação após o hat-trick, Son fez questão de agradecer praticamente todos os colegas de equipe antes mesmo de reconhecer que ele próprio havia jogado uma grande partida.

    A sintonia com Bouanga é evidente: eles celebram juntos os gols um do outro, registram selfies para o Instagram e compartilham comemorações no vestiário.

    “Ele prefere dar o passe certo a arriscar um chute precipitado”, destacou o ex-jogador da seleção dos EUA Maurice Edu. “Encontra maneiras de envolver o time, sua linguagem corporal é positiva. Não reclama, não se vitimiza. É mais como: ‘OK, o que posso fazer para motivar meus companheiros?’. E isso é extremamente valioso em um superstar.”

  • Real Salt Lake v Los Angeles Football ClubGetty Images Sport

    Um para o futuro também

    No curto prazo, tudo isso é, acima de tudo, divertido — e talvez não muito mais do que isso. O LAFC certamente será uma ameaça nos playoffs, provavelmente garantirá ao menos um jogo em casa e, enquanto contar com Son, terá motivos para acreditar que pode chegar longe.

    Ainda assim, Minnesota, Seattle e Vancouver apresentam elencos mais consistentes. Os playoffs são sempre imprevisíveis, mas dificilmente o LAFC entra como favorito à MLS Cup. Uma campanha com algumas vitórias e, quem sabe, uma eliminação nas finais de conferência já estaria de acordo com a qualidade atual do time.

    O futuro, porém, reserva histórias ainda mais interessantes. Steve Cherundolo deixará o cargo ao fim da temporada para retornar à Alemanha, seu segundo lar. A busca por um novo treinador promete ser atraente por si só.

    Jim Curtin, ex-técnico do Philadelphia Union, negocia com o New England e é, hoje, o único nome comprovado dentro da MLS que está disponível. O LAFC pode buscar alternativas fora do país, mirando a Europa ou até outros mercados. (E sim, Ange Postecoglou está fora do alcance — para desespero dos roteiristas).

    A boa notícia é que o potencial parece ilimitado. Bouanga, que já demonstrou vontade de sair, agora parece comprometido. Son, por sua vez, tem contrato garantido por pelo menos mais duas temporadas completas — e não seria surpresa se permanecesse além disso.

    Foram seis semanas agitadas em Los Angeles. Mas, em Son, o LAFC encontrou exatamente o superstar que esperava — e talvez até um pouco mais.