Gerard Piqué chora em julgamento por acusações de fraude e corrupção: "Em outro país eu teria uma estátua"

As investigações avaliam se a Kosmos, empresa de Gerard Piqué, participou ativamente da construção de um acordo ilegal, em parceria com a RFEF (Real Federação Espanhola de Futebol), para realizar a Supercopa da Espanha na Arábia Suaidta. O ex-zagueiro de 37 anos é acusado de fraude e corrupção por supostamente conseguir lucros com as negociações.

Segundo o Relevo, a Kosmos lucrou mais de €10 milhões em comissões através do acordo, sendo €1,6 milhão desse valor pago ao próprio Piqué no início deste ano. Também implicado no caso está o ex-presidente da RFEF Luis Rubiales, que enfrenta acusações adicionais de lavagem de dinheiro. Durante o interrogatório, Piqué refutou qualquer irregularidade, insistindo que seu papel como jogador do Barcelona na época do acordo não teve influência na compensação financeira que recebeu.

Uma reportagem do Sport, entretanto, dá conta de quePiqué entrou em contato pessoalmente com Rubiales para obter ajuda na liberação de seu pagamento, após as autoridades sauditas inicialmente não transferirem os valores acordados. Em resposta às polêmicas participações de jogadores em empreendimentos comerciais com a federação, a RFEF desde então implementou regulamentos que impedem jogadores em atividade de firmarem acordos comerciais com o órgão.

Durante seu depoimento, Piqué ficou visivelmente emocionado. Com a voz trêmula, o ex-zagueiro expressou o impacto emocional que o caso teve sobre ele, afirmando que a batalha legal lhe causou "enorme dano" tanto pessoal quanto profissionalmente. Ele afirmou que havia negociado o melhor contrato possível para a RFEF e insistiu que não merecia as consequências negativas que estava enfrentando. O ídolo sugeriu que suas contribuições para o futebol estavam sendo ignoradas, dizendo: "Em outro país, eu teria uma estátua".

Documentos revelam ainda que o acordo tratava como "essencial" que a RFEF garantisse uma comissão anual de €4 milhões — uma cláusula que levantou preocupações jurídicas. Rubiales e o ex-presidente interino da RFEF Pedro Rocha também deverão prestar depoimento.

A decisão final do tribunal poderá ter implicações significativas tanto para Piqué quanto para a RFEF, especialmente neste momento em que a federação se esforça para reformar a governança e a supervisão financeira no futebol espanhol.