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Women's World Cup Winners & Losers GFXGetty/GOAL

Fracasso do Brasil, glória da Espanha: os vencedores e perdedores da Copa do Mundo feminina 2023

A Copa do Mundo feminina de 2023 foi histórica. Reservou momentos memoráveis, como as eliminações precoces de Brasil, Alemanha e do atual bicampeão, EUA, e as surpreendentes campanhas Austrália e Japão.

Além disso, o mundial também serviu de vitrine para várias jovens mostrarem um pouco do que são capazes. Foram os casos de Salma Paralluelo, da campeã Espanha, Aoba Jufino, do Japão, e Lauren James, da Inglaterra.

No mais, a incrível vitória da Colômbia sobre as alemãs, o triunfo dramático da África do Sul, que chegou pela primeira vez às oitavas de final, sobre a Itália e o frustrante empate entre Brasil e Jamaica, que também nunca havia carimbado vaga no mata-mata, foram mais alguns momentos que marcarão data.

Mas quais foram os reais vencedores na Austrália e na Nova Zelândia? E os perdedores? A GOAL deu uma olhada...

  • Jorge Vilda Spain 2023Getty Images

    VENCEDOR: Jorge Vilda

    A Espanha chegou com bastidores bem conturbados para o mundial, com 15 jogadores anunciando que não voltariam a jogar pela seleção a não ser que houvesse mudanças na federação - apenas três retornaram para a Copa -, mas conseguiu dar a volta por cima.

    As estrelas Mapi Leon, Clàudia Pina e Patri Guijarro estavam nesse bolo e foram notórias ausências na Oceania. A federação, contudo, manteve a aposta em Jorge Vilda - apesar das reportagens locais de um caráter 'excessivamente controlador' e 'exigente' para com as jogadoras -, e deu certo. O troféu certamente aquietará tanto barulho e contará muitos pontos em favor de Vilda.

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  • Ary Borges Brazil Women 2023Getty

    PERDEDOR: Brasil

    Pela terceira vez em nove Copas do Mundo, o Brasil foi eliminado na fase de grupos. A Seleção Brasileira até iniciou o torneio com o pé direito, aplicando goleada sobre o Panamá, mas foi derrotada pela França na segunda rodada e não passou de um 0 a 0 contra a Jamaica na partida final, dependendo só de si para chegar às oitavas. Dessa forma, assim como nas duas primeiras edições do mundial, fez as malas antes mesmo do mata-mata.

    E é difícil acreditar que uma seleção que tenha anotado cinco gols e sofrido apenas dois tenha perdido a vaga para uma equipe que jamais havia saído da fase de grupos e precisou fazer uma vaquinha para angariar fundos para ir à Austrália. O trabalho de Pia Sundhage, que já colecionava críticas desde o ano passado, entrou de vez, portanto, na mira da crítica pública com o vexame do outro lado do mundo. Agora, com uma nova geração chegando, os próximos passos devem se provar essenciais para o futuro próximo - e a longo prazo - do nosso futebol feminino.

  • Sam Kerr Australia 2023Getty Images

    PERDEDORA: Sam Kerr

    Este era para ser o mundial de Sam Kerr. Uma das maiores jogadores do planeta e a cara da seleção da Austrália, era a sua chance de ouro de liderar o país a um patamar jamais antes alcançado. Tudo isso em casa. E até foi uma campanha fantástica para as Matildas, que chegaram às semis pela primeira vez na história, mas Kerr só conseguiu ser titular uma vez - justamente na derrota para a Inglaterra -, baleada por um problema na panturrilha.

    Contra as inglesas, ainda, a atacante ficou marcada por duas chances claras desperdiçadas, depois de ter anotado um golaço. Estivesse 100% saudável e com ritmo, provavelmente o resultado seria outro.

  • Rasheedat Ajibade Nigeria Women 2023Getty

    VENCEDORA: África

    De todos os continentes, a África foi a que saiu mais satisfeita com o futebol apresentado na Austrália e na Nova Zelândia, vendo Nigéria, Marrocos e África do Sul saindo de seus grupos e se classificando às oitavas de final.

    Para Marrocos, foi uma baita resposta após o investimento realizado pela federação, coroando o bom trabalho iniciado na Copa Africana das Nações feminina, do ano passado. Pelo lado de Nigéria e África do Sul, ainda um passo atrás, o destaque é a mensagem enviada às suas organizações, que protagonizaram polêmicas antes da bola rolar no mundial. Aparentemente, é um sinal de que o futebol feminino na África está em bons trilhos.

  • Zecira Musovic Sweden 2023Getty Images

    PERDEDORA: Suécia

    A Suécia chegou às semifinais em sete dos últimos nove grandes torneios, mas ainda não conseguiu chegar à final. A equipe tem uma geração muito talentosa, com destaques para Fridolina Rolfo, do Barcelona, Kosovare Asllani, do Milan, e Magdalena Eriksson, hoje no Bayern de Munique, mas ainda precisa do último passo rumo ao título.

    No fim, conseguiram, pela terceira vez em 12 anos, conquistar o terceiro lugar, após duas medalhas de bronze nas Olimpíadas neste mesmo período. Desta vez, tinham uma real chance de chegar à finalíssima, mas concederam um gol à Espanha nos minutos finais da semi. A questão é: até quando conseguirão manter esse ímpeto? O tempo pode estar se esgotando.

  • Khadija Shaw Jamaica 2023Getty Images

    VENCEDOR: O poder das jogadoras

    Poucas seleções chegaram à Austrália sem somar algumas desavenças, ao menos, com suas federações no que se refere a investimentos canalizados. Esses foram os casos de Jamaica, Nigéria, África do Sul e até da Inglaterra, que entrou em embate com a FA por desacordo por premiações.

    O futebol feminino não deveria ter que provar seu valor, mas suas jogadores mostraram que são dignas de investimento. E, ainda, de prover um incrível entretenimento.

  • Lena Oberdorf Germany 2023Getty Images

    PERDEDORA: Alemanha

    Uma das favoritas entrando no torneio, pensar que a Alemanha já fazia as malas ao fim da fase de grupos seria um grande, grande choque - talvez o maior da história das copas femininas. Afinal de contas, trata-se de uma equipe que ainda não havia perdido nenhum jogo de fase de grupos de um grande torneio até então.

    A Associação de Futebol da Alemanha, indiscutivelmente, tem autoavaliações a fazer e terá que responder perguntas acerca do futuro de Martina Voss-Tecklenburg, que acabou de assinar um novo contrato, em abril, que a manteria no cargo até as próximas Olimpíadas e Eurocopa feminina. Isso, claro, se a Alemanha se classificar. A questão é se ela consegue, portanto, se recuperar de um baque tão grande.

  • AustraliaGetty Images

    VENCEDORA: Austrália

    Só os EUA, tricampeões mundiais, conseguiram fazer uma melhor Copa do Mundo em casa, quando foram campeões em 1999, do que a Austrália neste ano. As Matildas chegaram às suas primeiras semifinais e conquistaram o coração da nação. Os recordes de audiência tanto na TV quando no estádio as conduziram durante essa caminhada histórica.

    E são grandes conquistas para o futebol na Austrália. Pode significar maravilhas para a liga local e o interesse de futuras gerações, conseguindo maior investimento e apoio em todos os níveis. Também foi algo muito significativo para todas as jogadoras, estrelas das últimas semanas, que provaram formar uma das melhores seleções do mundo.

  • Vlatko Andonovski USWNT 2023Getty Images

    PERDEDOR: Vlatko Andonovski

    Após a saída de Milena Bertolini, Vlatko Andonovski se tornou a segunda casualidade da campanha decepcionante dos EUA na Copa do Mundo feminina. Na última semana, o técnico anunciou sua saída do cargo.

    Foi o pior mundial dos EUA na história, caindo ainda nas oitavas de final, para a Suécia. Até então, a seleção jamais havia caído antes das semifinais. Foi, portanto, um fim decepcionante para um ciclo bem questionável, que também acumula apenas uma medalha de bronze em Tóquio, nas últimas Olimpíadas. Andonovski precisava mostrar serviço na Oceania, mas não o fez. E o preço pago pelo fracasso foi seu cargo.

  • Aitana Bonmati Spain Women's World Cup 2023Getty

    VENCEDORA: Aitana Bonmati

    Aitana Bonamati foi a melhor jogadora da Europa na temporada passada, sendo uma das líderes da campanha do Barcelona, que resultou no título nacional, da Supercopa e da Liga dos Campeões feminina, com maior envolvimento em gols na Champions do que qualquer outra do elenco.

    Antes da Copa começar, alguns ainda achavam que ela não merecia a Bola de Ouro, mas essa ótima atuação em um torneio tão grande certamente entrará na conta. Algumas vezes, dá para se tornar favorita de uma das maiores honras do esporte com base em apenas seis jogos. Bonmati, contudo, já estava nesse bolo e só ganhou mais holofotes após sua atuação na Austrália e na Nova Zelândia.

  • Hege Riise 2023Getty

    PERDEDORA: Hege Riise

    Uma das grandes história desta Copa era a Noruega e tudo que envolvia a seleção dentro de campo: apesar de ser um elenco recheado de talento, faltavam bons resultados no passado recente.

    E isso continuou este ano. Após uma eliminação precoce na Eurocopa de 2022, perdendo por 8 a 0 para a Inglaterra nesse intervalo, encarou o mesmo destino na Austrália. E os problemas começaram antes da última rodada da fase de grupos, contra as Filipinas, com notícias informando um grande descontentamento do elenco com os métodos de Hege Riise, técnica da equipe. No fim, a equipe até se classificou às oitavas, mas não passou do Japão, uma das sensações do torneio.

    Aliás, falando no Japão...

  • Japan World Cup 2023Getty

    VENCEDOR: Japão

    Desde que conquistou o título, em 2011, e chegar novamente à final, quatro anos depois, a força japonesa no futebol feminino teve uma queda de estatura. Eliminados ainda na primeira fase em 2019 e nas Olimpíadas de 2021, a equipe também enfrentou uma dura eliminação nas semifinais da Copa Asiática do ano passado.

    Na Austrália, contudo, a equipe se reergueu como uma potência no esporte. Futoshi Ikeda brilhou como técnico, especialmente na vitória por 4 a 0 sobre a eventual campeão, Espanha. Ainda, foi capaz de tirar o máximo proveito de uma série de promessas, o que deixa a federação japonesa com boas expectativas para o futuro.

  • 20230802 Marta(C)Getty Images

    PERDEDORAS: As 'aposentadas'

    Eram vários os grandes nomes do futebol feminino que chegaram à Austrália sabendo que esta seria uma 'última dança'. Era o caso da lenda brasileira Marta, da estrela dos EUA Megan Rapinoe, da craque sueca Caroline Seger e da maior goleadora a nível internacional da história, Christine Sinclair, do Canadá.

    Evidentemente, todas as quatro gostariam de ter encerrado suas carreiras em copas do mundo com chave de ouro, mas cada uma delas acabou tendo despedidas para lá de decepcionantes. Marta e Sinclair acabaram eliminadas ainda na fase de grupos, enquanto Rapinoe definiu seu adeus como 'uma piada doentia', após perder uma penalidade na disputa de pênaltis que eliminou os EUA, nas oitavas de final. Seger, por outro lado, chegou às semis com a Suécia, mas que segue sob o tabu de finais.

    Esses quatro casos nos fez questão de lembrar do quão cruel o futebol pode ser.

  • Alex Greenwood England Women's World CupGetty Images

    VENCEDORA: Alex Greenwood

    Após decepcionantes 2021 e 2022, Alex Greenwood tinha a chance de se redimir nesta Copa do Mundo. A estrela do Manchester City foi uma surpreendente ausência na lista de Hege Riise para as Olimpíadas de Tóquio, há dois anos, algo que ela mesma descreveu como "de cortar o coração". 12 meses depois, ela tinha tudo para ser titular da Inglaterra na Eurocopa em casa, mas não passou de uma substituta durante a campanha rumo à final da equipe.

    Na Austrália, contudo, foi titular de todas as partidas e uma das melhores jogadores do torneio. Ela parece, enfim, estar recebendo os aplausos que merece. É uma das melhores zagueiras do mundo.