Final da Copa do Brasil terá vingança de Dorival Júnior ou página virada para o Flamengo com Sampaoli

Uma das grandes surpresas nos últimos meses de 2022 foi o anúncio de que Dorival Júnior não seguiria no Flamengo. A escolha foi do próprio clube, e surpreendeu não apenas o treinador como todo o elenco. A diretoria rubro-negra acreditou que Vitor Pereira, então no Corinthians, poderia fazer um trabalho melhor. Errou e errou feio: em 2023 o Fla comandado pelo português acumulou fracassos no Mundial de Clubes, Campeonato Carioca, Supercopa do Brasil e Recopa Sul-Americana.

Após a demissão de Vitor, Jorge Sampaoli foi o escolhido para tocar o barco e sua passagem ainda não encontrou águas calmas. O histórico de polêmicas do técnico argentino ganhou novos capítulos com o soco na cara dado pelo seu preparador físico, posteriormente demitido, no atacante Pedro. Dias antes de confirmar a vaga na final da Copa do Brasil, o meio-campista Gerson também agrediu o lateral-direito Guillermo Varela durante o treinamento. Mas a maior decepção, o pior resultado sob o comando de Sampaoli, foi a eliminação nas oitavas de final da Libertadores frente ao Olímpia, do Paraguai.

Enquanto o Flamengo sofria, Dorival voltou a mostrar por que é um dos melhores treinadores em atividade no Brasil. Anunciado no São Paulo como substituto de Rogério Ceni, reestruturou a equipe tricolor e engatou uma sequência de bons resultados. Sob o seu comando, o clube do Morumbi ficou mais seguro e passou a brigar efetivamente pelos títulos de Copa Sul-Americana (está nas quartas de final) e, claro, da Copa do Brasil.

Apesar da maneira surpreendente como deixou o Flamengo, Dorival Júnior segue nutrindo um carinho público por sua antiga equipe. Garante não guardar mágoas e prometeu que, um dia, volta para o que seria uma quarta passagem pelo Rubro-Negro: “Eu tenho certeza de que um dia isso vai acontecer, não sei se vai demorar um, dois ou cinco anos, mas eu ainda vou voltar para finalizar tudo aquilo que ainda ficou aberto”, afirmou em entrevista para o GE.

Ou seja, ainda que não exista um clima de “vingança” ou animosidades entre Dorival e o Flamengo, é impossível não ver esta narrativa tomando forma em meio aos acontecimentos que levaram a este reencontro justamente em uma final de Copa do Brasil. A decisão contra o São Paulo apresenta dois caminhos distintos aos rubro-negros: se o São Paulo conseguir o título inédito, o pensamento sobre como teria sido a atual temporada se Dorival não tivesse sido demitido vai arder no coração e mente do lado flamenguista. Mas caso o Flamengo seja campeão, nada melhor que uma taça para remediar crises e dar a Jorge Sampaoli um pouco de tranquilidade, virando definitivamente a página do “e se Dorival tivesse ficado?”.