Real Madrid, Barcelona e Juventus, os três clubes remanescentes, continuaram trabalhando com a A22 em versões modificadas da Superliga, mas sem conseguir atrair novos aliados. Embora muitos torcedores reconhecessem que a UEFA vinha falhando em reduzir o abismo entre os clubes ricos e os mais modestos, poucos acreditavam que a Superliga fosse realmente a solução.
O lançamento, em fevereiro de 2023, de um manifesto com dez pontos para reviver o projeto acabou sendo alvo de zombarias generalizadas. Kevin Miles, diretor executivo da Associação de Torcedores de Futebol (FSA), ironizou:
“O cadáver ambulante que é a Superliga Europeia volta a se mexer, com a mesma falta de noção de um zumbi. A nova ideia é criar uma ‘competição aberta’, em vez do torneio fechado que provocou enormes protestos dos torcedores. Claro, uma competição aberta entre os melhores clubes da Europa já existe — chama-se Champions League.”
O presidente de LaLiga, Javier Tebas, foi ainda mais sarcástico, dizendo que a Superliga era “o lobo disfarçado de vovó tentando enganar o futebol europeu”.
Mesmo assim, Pérez e companhia tiveram uma vitória no fim de 2023, quando o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) decidiu que FIFA e UEFA haviam agido ilegalmente ao proibir que seus clubes associados participassem da Superliga em 2021.
“Nos próximos dias, estudaremos cuidadosamente o alcance dessa decisão, mas antecipo duas conclusões de grande relevância histórica”, declarou Pérez na ocasião.
“Primeiro, o futebol europeu de clubes não é — e nunca mais será — um monopólio. E segundo, a partir de hoje, os clubes são donos de seu próprio destino. Em resumo: a Europa das liberdades triunfou novamente, e o futebol e seus torcedores também venceram.
Diante das pressões que sofremos por mais de dois anos, hoje prevaleceram a lei, a razão e a liberdade. Por isso, o Real Madrid continuará trabalhando em prol do futebol.”
As palavras de Pérez foram reforçadas por Bernd Reichart, CEO da A22.
“Ganhamos o direito de competir”, afirmou. “O monopólio da UEFA acabou. O futebol está livre!”