Favoritos ao título, às vagas europeias e ao rebaixamento: a previsão GOAL da Premier League 2025/26

É difícil não sentir certa simpatia por Scott Parker. O ex-meio-campista conseguiu levar uma equipe à Premier League pela terceira vez como treinador — e, desta vez, com um impressionante desempenho de 100 pontos na segunda divisão inglesa (chamada de Championship), impulsionado principalmente por um recorde defensivo notável (apenas 16 gols sofridos em 46 partidas).

No entanto, tudo indica que ele não conta com um elenco minimamente preparado para garantir a permanência na elite — especialmente após a saída do goleiro James Trafford, peça fundamental nas inúmeras partidas sem sofrer gols na temporada passada, que retornou ao Manchester City. Além disso, o zagueiro-chave CJ Egan-Riley deixou o clube rumo ao Olympique de Marseille em uma transferência sem custos. Nem mesmo a chegada de Kyle Walker, vindo dos Citizens, parece ser suficiente para manter os Clarets fora da zona de rebaixamento.

O Leeds United é um caso interessante. A equipe comandada por Daniel Farke somou 100 pontos e marcou 95 gols na campanha que garantiu o título da temporada passada — mesmo assim, a permanência do técnico alemão foi bastante discutida desde então.

Farke teve desempenhos decepcionantes em suas passagens anteriores pela Premier League com o Norwich e nunca foi, de fato, uma figura muito popular entre os torcedores em Elland Road. Como resultado, a falta de investimentos significativos no elenco do Leeds — somada às preocupações sobre quem será capaz de marcar os gols necessários — levanta a possibilidade de que o técnico possa perder o emprego mais cedo do que se espera.

O proprietário do Sunderland, Kyril Louis-Dreyfus, certamente não pode ser acusado de falta de ambição ou de economizar. O empresário suíço-francês investiu mais de £120 milhões para que os Black Cats reforçassem o elenco durante a janela, trazendo nomes como Granit Xhaka, Simon Adingra e Habib Diarra.

Infelizmente, o grupo comandado por Régis Le Bris ainda parece aquém do nível exigido na Premier League. Trata-se de uma equipe que perdeu 12 partidas na Championship na temporada passada e só conseguiu o acesso por meio dos playoffs — por isso, a expectativa geral é de que retorne imediatamente à segunda divisão.

O grande problema de superar expectativas é que isso chama a atenção de clubes com desempenho abaixo do esperado, que acabam tentando “roubar” os segredos do sucesso — como o Brentford descobriu, a um custo considerável, nesta janela. O técnico Thomas Frank foi para o Tottenham, Christian Norgaard se transferiu para o Arsenal e o Manchester United desembolsou uma fortuna para contratar Bryan Mbeumo.

Treinador de bolas paradas do clube, Keith Andrews foi o escolhido para preencher o enorme vazio deixado por Frank, e a esperança agora é que seu trabalho não fique ainda mais difícil com possíveis novas saídas, já que Yoane Wissa e Nathan Collins também são bastante cobiçados na Premier League. Por outro lado, o clube contratou Jordan Henderson — o que quer que isso valha em 2025...

Vítor Pereira foi um dos grandes destaques da última temporada. O técnico português assumiu o comando do Wolverhampton em dezembro, quando o time ocupava a vice-lanterna, e garantiu a permanência na Premier League com folga, impulsionado por uma impressionante sequência de seis vitórias consecutivas.

Repetir esse desempenho não será tarefa fácil. Por outro lado, o atacante Jorgen Strand Larsen foi contratado em definitivo após uma temporada de estreia promissora no Molineux, além da vinda de Jhon Arias, que chega com moral após um grande Mundial de Clubes pelo Fluminense. Ainda assim, as saídas de Matheus Cunha e Rayan Aït-Nouri serão sentidas — embora Pereira ainda deva ter capacidade suficiente para manter sua equipe longe da zona de rebaixamento.

Estamos preocupados com Graham Potter no comando do West Ham. O técnico inglês é, sem dúvida, um dos principais candidatos a "vencer" a corrida pela primeira demissão da temporada, após fracassar em mudar o cenário no London Stadium desde que assumiu o cargo em janeiro, substituindo Julen Lopetegui.

Se ao menos as atuações do West Ham tivessem sido melhores que os resultados, haveria algum motivo para otimismo — mas não foram, então não há. Jarrod Bowen ainda continua no elenco, é verdade, mas a venda de Mohammed Kudus para o Tottenham é um claro sinal de um clube que está indo na direção errada, tornando difícil imaginar os Hammers sequer repetindo a 14ª colocação da temporada passada.

No futebol, costuma-se dizer que nunca se deve voltar atrás — mas o retorno de David Moyes ao Everton provou ser uma escolha acertada para todos os envolvidos. O técnico escocês conseguiu revitalizar uma equipe que flertava perigosamente com o rebaixamento, conduzindo uma empolgante recuperação na segunda metade da temporada.

Atualmente, porém, Moyes não está completamente satisfeito com o elenco que tem à disposição para a próxima campanha. Ele acredita — com razão — que o Everton ainda precisa de reforços antes do fechamento da janela de transferências. Ainda assim, o clube parece estar próximo de resolver uma das principais carências da última temporada: criatividade no meio-campo. A chegada de Jack Grealish por empréstimo pode suprir exatamente essa necessidade. Além disso, a estreia do novo estádio deve representar um enorme impulso para todo o clube.

O Bournemouth chegou a estar bem posicionado para brigar por uma vaga em competições europeias nas últimas semanas da temporada passada, mas, como se viu, havia deixado muito a desejar após uma sequência ruim de resultados no início da reta final. Desde então, o clube perdeu peças importantes: Milos Kerkez foi para o Liverpool, Ilya Zabarnyi se transferiu para o Paris Saint-Germain, e Dean Huijsen rumou ao Real Madrid. Além disso, o goleiro Kepa Arrizabalaga, que estava emprestado, juntou-se ao Arsenal. Com isso, Andoni Iraola se vê diante da tarefa de praticamente reconstruir toda a sua linha defensiva.

Os Cherries ainda contam com Evanilson, Justin Kluivert e Antoine Semenyo no ataque para oferecer poder ofensivo, mas repetir a nona colocação da temporada passada será, sem dúvida, um grande desafio.

O Fulham é uma equipe típica de meio de tabela. Na temporada passada, venceram um jogo a mais (15) do que perderam (14) e marcaram o mesmo número de gols que sofreram (54), terminando em 11º lugar.

Após uma janela de transferências surpreendentemente tranquila, com apenas uma contratação confirmada até o momento — o experiente goleiro francês Benjamin Lecomte —, os Cottagers parecem destinados a mais uma temporada mediana. Na verdade, se não fosse pelo trabalho competente de Marco Silva, o Fulham correria um risco real de se envolver na luta contra o rebaixamento.

O projeto inteiro do Nottingham Forest parecia estar desmoronando quando o Tottenham concordou em pagar a cláusula de rescisão no contrato de Morgan Gibbs-White — apenas algumas horas depois que Anthony Elanga deixou o City Ground rumo ao Newcastle. No entanto, Evangelos Marinakis não apenas conseguiu manter Gibbs-White, como também fez o meia inglês assinar um novo contrato — para alívio de Nuno Espírito Santo.

O técnico português também deve ter ficado animado com as chegadas de Dan Ndoye, James McAtee e Igor Jesus, mas repetir a surpreendente sétima colocação da temporada passada parece estar além das capacidades do Forest no momento — especialmente com o desafio extra de disputar a Europa League nesta temporada.

O Crystal Palace fez história na temporada passada ao surpreender o Manchester City na final da Copa da Inglaterra, conquistando seu primeiro título, além de alcançar sua maior pontuação de todos os tempos na Premier League (53 pontos). Eles consolidaram essa conquista ao vencer o Liverpool na Supercopa da Inglaterra, mas será difícil para Oliver Glasner superar essas realizações notáveis, considerando a preocupante falta de movimentação no mercado de transferências pelos Eagles.

A preocupação é que o clube esteja aguardando para ver o desfecho das situações de Eberechi Eze, Marc Guéhi e Jean-Philippe Mateta — todos vinculados a possíveis transferências para fora de Selhurst Park antes do fechamento da janela. Se mesmo apenas um desses jogadores-chave deixar o time, o Palace pode enfrentar dificuldades na liga, especialmente porque provavelmente dedicarão bastante esforço à sua estreia em competições europeias.

O Brighton ficou compreensivelmente desapontado por não conseguir uma vaga nas competições europeias na última temporada, mas o oitavo lugar ainda representou uma grande conquista para Fabian Hürzeler em seu primeiro ano no futebol inglês. Os Seagulls terminaram a campanha 2024/25 em alta, somando 13 pontos nos últimos cinco jogos, e, apesar da saída de João Pedro para o Chelsea, isso pode não ser necessariamente uma má notícia.

O brasileiro havia se tornado um tipo de problema para o time, e manter jogadores como Carlos Baleba e Kaoru Mitoma provavelmente era uma preocupação maior para Hürzeler, que também estará ansioso para trabalhar com os promissores atacantes gregos Charalampos Kostoulas e Stefanos Tzimas.

Tudo estava indo muito bem para o Newcastle — pelo menos dentro de campo. O técnico Eddie Howe conduziu o time a uma grande vitória sobre o Liverpool na final da Copa da Liga Inglesa em março, encerrando uma espera de 70 anos sem títulos nacionais, além de garantir o retorno dos Magpies à Champions com o quinto lugar na Premier League.

No entanto, a atual janela de transferências foi um verdadeiro desastre para o Newcastle, que sofreu várias recusas em suas tentativas de contratar reforços, enquanto lida com a pressão de Alexander Isak, que deseja se transferir para o Liverpool. Considerando tudo isso, a temporada pode ser longa e desgastante para Howe e para o Toon Army, caso a situação não mude nas semanas finais da janela.

Ange Postecoglou tem todo o direito de se sentir injustiçado após ser demitido pelo Tottenham, mesmo tendo encerrado o jejum de títulos do clube. No entanto, vamos encarar a realidade: o Tottenham teve sorte ao enfrentar um igualmente combalido Manchester United na final da Europa League e foi absolutamente péssimo do começo ao fim na Premier League.

O competente Thomas Frank, portanto, provavelmente não terá grandes dificuldades para melhorar uma equipe que terminou em 17º lugar na temporada passada — embora a saída de Son Heung-min certamente será sentida. O ex-técnico do Brentford certamente poderia se beneficiar de algumas contratações, mas João Palhinha deve trazer mais firmeza ao meio-campo, enquanto Frank tem potencial para tirar o máximo proveito de Mohammed Kudus.

O gol incorretamente anulado em Old Trafford, que praticamente acabou com as esperanças do Aston Villa de se classificar para a Champions League 2025/26, está começando a ser visto como um momento decisivo na história do clube. Vale lembrar que o time de Unai Emery realmente parecia estar no caminho certo ao alcançar as quartas de final da competição na temporada passada, mas a ausência desta edição teve um impacto negativo nas contratações do Villa durante a janela, com apenas uma aquisição relevante até o momento: o atacante marfinense Evann Guessand, vindo do Nice.

Emery, portanto, terá um grande desafio para recolocar sua equipe na Champions, mesmo contando com jogadores como Ollie Watkins e Emiliano Martínez ainda no elenco.

De 15º para quinto em apenas um ano? Por mais surpreendente que pareça, isso realmente parece possível para o Manchester United. Claro, Old Trafford ainda enfrenta uma fase difícil, e a confiança dos torcedores em Sir Jim Ratcliffe é quase inexistente. Mesmo assim, há motivos para otimismo no clube.

A falta de gols foi o principal problema do United na temporada passada, mas toda a linha de ataque foi reformulada, e duas das novas contratações, Bryan Mbeumo e Matheus Cunha, já demonstraram ter facilidade para marcar na Premier League. Além disso, é improvável que Rúben Amorim seja tão prejudicado por lesões como na última temporada — principalmente porque o United terá, com frequência, uma semana de descanso entre os jogos, devido à ausência de competições europeias. Isso significa mais tempo de treinamento para o técnico português e seus jogadores.

O Chelsea tem uma taxa de sucesso muito baixa em contratações, mas como fazem tantas, é inevitável que algumas funcionem, e João Pedro já está mostrando capacidade para solucionar o problema no ataque. Além disso, os Blues são muito melhores na venda de jogadores do que na compra, o que faz com que sua abordagem, embora um tanto questionável no recrutamento, comece a parecer sustentável (pelo menos por enquanto).

Do ponto de vista puramente futebolístico, o Chelsea terá uma enorme confiança para a nova temporada após sua surpreendente conquista do Mundial de Clubes, mas há o receio de que a participação na competição possa causar um desgaste significativo nos jogadores à medida que a temporada avança, especialmente porque o time de Enzo Maresca estará disputando a Champions League este ano.

Os gastos incessantes do Chelsea naturalmente chamam muita atenção, enquanto o Liverpool causou alvoroço nesta janela com suas aquisições históricas. Por isso, passou um pouco despercebido que o Manchester City já investiu cerca de £330 milhões desde o início do ano. Tijjani Reijnders e Rayan Cherki parecem ser contratações inteligentes, mas é preocupante que Omar Marmoush seja o único reforço de janeiro a ter causado um impacto significativo na Premier League.

Pep Guardiola ainda é considerado o melhor técnico do mundo, e se espera que os Citizens retomem um nível próximo ao seu melhor após a temporada ruim que tiveram. No entanto, persiste a suspeita de que podemos estar assistindo ao começo do fim de uma era no Etihad Stadium.

Estamos chegando a um momento de agora ou nunca para o Arsenal de Mikel Arteta. O espanhol conquistou apenas um título importante durante seu comando, a Copa da Inglaterra, e isso foi há cinco anos, com um time que era basicamente o de Unai Emery.

Por isso, é provável que Arteta enfrente uma pressão grande caso o Arsenal termine em segundo pela quarta temporada seguida. Ele mais uma vez recebeu total apoio no mercado de transferências e finalmente conseguiu um centroavante goleador em Viktor Gyökeres, o que significa que as desculpas chegaram ao fim.

Inquestionavelmente, a equipe a ser batida. Não se deixe enganar pela baixa contagem de pontos (84) — o Liverpool foi excepcional na última temporada. Apesar de ter feito apenas uma contratação (Federico Chiesa), o time de Arne Slot disparou na liga, entrou em modo de festa após garantir o título com quatro rodadas de antecedência e ainda terminou 10 pontos à frente do Arsenal.

Considerando que a FSG gastou desde então uma quantia sem precedentes em contratações, incluindo Florian Wirtz, Jeremie Frimpong, Milos Kerkez e Hugo Ekitike, os Reds estão perfeitamente preparados para se isolarem com o 21º título inglês.

A única incógnita é como a trágica morte de Diogo Jota afetará o grupo, mas o capitão Virgil van Dijk afirma que o time está determinado a homenagear a memória do eterno companheiro a cada vez que pisar em campo.