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Grealish must leave City GFXGetty/GOAL

Faça as malas, Jack Grealish! Astro inglês precisa deixar o Manchester City após ser esnobado de novo por Pep Guardiola

Os torcedores do Manchester City se despedirão de Kevin De Bruyne nesta terça-feira (20), em seu último jogo em casa da temporada contra o Bournemouth. Embora o foco deva, com justiça, estar no brilhante meio-campista belga e seus 10 anos de serviços prestados ao clube, é provável que ele não seja o único a deixar o Etihad Stadium nesta janela.

A derrota surpreendente na final da Copa da Inglaterra para o Crystal Palace, no sábado, reforçou a necessidade de uma renovação no elenco comandado por Pep Guardiola — algo já considerado atrasado, mesmo após os investimentos pesados feitos na janela de transferências de janeiro.

Bernardo Silva é um dos nomes mais cotados para seguir o mesmo caminho de De Bruyne. Em uma entrevista sincera após a partida em Wembley, o português deu sinais claros de mudanças iminentes: “Tem sido uma temporada realmente, realmente ruim para nós. Algo tem que mudar no próximo ano. Tenho minha opinião, mas não vou dar a você. Cabe aos chefes decidir. Mas definitivamente, algo precisa mudar quando você não joga neste nível.”

Ilkay Gundogan e Ederson também aparecem entre os possíveis nomes a deixar o clube, após um ano abaixo das expectativas. No entanto, há um jogador cuja saída se mostra ainda mais urgente: Jack Grealish. O atacante, há tempos, perdeu espaço com Guardiola e, neste momento, uma transferência não seria apenas benéfica para o City — mas essencial para que o próprio jogador tente resgatar o rumo da carreira.

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  • Jack Grealish Man CityGetty

    Caindo ainda mais na ordem

    Jack Grealish teve uma temporada decepcionante — talvez a pior desde que chegou ao Manchester City. Fora de forma, sem confiança e com pouca influência nos momentos decisivos, viu sua importância no elenco minguar drasticamente. Ainda assim, havia um último fio de motivação: a Copa da Inglaterra. O meia-atacante atuou em todos os jogos da campanha do City até a final, sendo titular em quatro das cinco partidas e se destacando especialmente contra adversários de divisões inferiores, como Salford City e Leyton Orient. Para ele, a decisão em Wembley significava mais do que um título: era a chance de redenção.

    Grealish já havia demonstrado frustração por ter começado no banco nas quartas de final contra o Bournemouth — apesar de ter entrado e garantido a vitória da virada. Imaginar o que sentiu ao passar os 90 minutos da final no banco é fácil: mágoa, decepção, talvez até humilhação.

    Acostumado a ver Savinho e Jeremy Doku ganharem prioridade, Grealish foi mais uma vez preterido — até mesmo quando o City precisava desesperadamente de um gol. Guardiola optou por Phil Foden e Gundogan. Mas o verdadeiro golpe veio no fim: o técnico catalão recorreu ao jovem Claudio Echeverri, de apenas 19 anos, que nunca havia sequer figurado no banco da equipe principal. O argentino quase marcou o gol de empate e justificou, em parte, a aposta — mas o que deve ter passado pela cabeça de Grealish naquele momento?

    Para um jogador que custou 100 milhões de libras e chegou com status de estrela, ser ultrapassado por um estreante em uma final da Copa da Inglaterra é simbólico. É o sinal mais claro de que seu ciclo no City está perto do fim — e que, para salvar sua carreira, talvez a única saída seja uma mudança de ares.

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  • Jack Grealish Man CityGetty

    'O tempo dele acabou'

    Para Alan Shearer, uma das maiores lendas do futebol inglês, a cena no banco de reservas em Wembley foi definitiva: “Seu tempo acabou no City, ele tem que sair,” afirmou no podcast The Rest is Football. O ex-atacante foi direto ao ponto ao comentar a escolha de Guardiola por colocar um estreante e outros nomes à frente de Jack Grealish em um momento crítico da final da copa. “Por qualquer motivo, Pep acabou com ele. Ele não gosta dele. Seu tempo acabou, realmente acabou.”

    Shearer apenas verbalizou o que já vinha se tornando evidente. Grealish está longe de ser uma prioridade no elenco do City. Ele começou apenas sete jogos da Premier League em toda a temporada, totalizando 715 minutos – seu menor número desde 2013/14, quando ainda era um adolescente tentando se firmar no Aston Villa.

    O rendimento em campo também não ajuda a sustentar sua permanência: apenas quatro gols e duas assistências nas últimas duas edições da liga. Embora ele tenha defendido publicamente que sua influência vai além dos números, a realidade é que Grealish não conseguiu deixar sua marca de maneira consistente — nem nesta temporada, nem na passada.

    Do jogador que sacrificou seu estilo driblador e espontâneo para se moldar ao rigor tático de Guardiola, pouco sobrou. Grealish foi peça importante na conquista da Tríplice Coroa em 2022/23, mas parece ter perdido completamente seu espaço desde então. A escolha por Echeverri na final pode ter sido o recado mais claro de que o ciclo chegou ao fim.

    Agora, a pergunta não é mais "se" Jack Grealish vai sair — mas sim "quando" e "para onde". E, mais importante: será que ele ainda consegue recuperar o brilho que o tornou um dos jogadores mais empolgantes da Inglaterra?

  • Manchester City FC v Aston Villa FC - Premier LeagueGetty Images Sport

    Sacrificando seu jogo por nada

    "Sinto que Jack jogou de forma contida", disse Micah Richards, ex-companheiro de Grealish no Aston Villa e amigo próximo, ao comentar o declínio do camisa 10 no Manchester City. Para Richards, o talento natural do inglês foi domesticado por um sistema que exigia segurança em vez de ousadia. "Ele jogou de forma muito segura. Se ele estivesse perdendo a bola tentando driblar ou errando passes arriscados... tudo bem. Mas não sinto que vimos o verdadeiro Jack Grealish."

    Essa sensação de incompatibilidade nunca desapareceu por completo. A parceria entre Guardiola e Grealish sempre teve um ar de contradição: o treinador obcecado por controle e execução precisa, e o jogador símbolo de improviso, dribles e instinto. No Aston Villa, Grealish era o maestro absoluto. No City, levou mais de um ano para entender seu papel num sistema que muitas vezes parecia conter suas virtudes.

    Valeu a pena? De certa forma, sim. Grealish foi importante na histórica campanha do City que resultou na Tríplice Coroa em 2022/23. E se em campo suas estatísticas não brilharam, fora dele ele virou uma figura lendária: seus posts comemorativos entraram para a cultura pop do futebol, e sua famosa frase "alimentem o peru" após a conquista da Champions ainda arranca risos dos torcedores.

    Mas a recompensa por sua adaptação foi amarga. O clube contratou Jeremy Doku no verão europeu seguinte — um jogador que, ironicamente, tem liberdade para fazer justamente o que Grealish sacrificou: driblar, acelerar e arriscar. Com a ascensão de Savinho e o retorno temporário de Gündogan, a hierarquia se estreitou ainda mais.

    Agora, Jack Grealish vê o palco onde deveria brilhar sendo ocupado por outros, enquanto seu próprio brilho se apaga no banco de reservas. O talento continua ali — a dúvida é se ele ainda terá a chance de mostrá-lo em Manchester... ou se precisará de um novo palco para ser, de novo, o verdadeiro Jack.

  • FBL-EUR-C1-MAN CITY-REAL MADRIDAFP

    Pep raramente muda de ideia

    Guardiola foi claro: o Jack Grealish que encantou na temporada da tríplice coroa simplesmente não apareceu em 2024. O técnico espanhol, conhecido por sua franqueza cirúrgica, não poupou palavras ao explicar por que o camisa 10 perdeu espaço no elenco. “Ele tem que competir consigo mesmo. Eu quero o Jack que ganhou a tríplice coroa. Mas você tem que provar, [dizer] ‘Vou lutar com Savinho, para merecer jogar nessa posição’. Todos os dias, todas as semanas, todos os meses.”

    Em outras palavras, Grealish ficou para trás — e Savinho, em janeiro, já estava em melhor forma. Em fevereiro, Guardiola reforçou a posição: “Sinto muito que ele não tenha os minutos que talvez mereça. Mas as contribuições de Jeremy ou Savinho foram massivas nesta temporada. Essa é a única razão. Não é pessoal.”

    Mas quem conhece o estilo Guardiola sabe que, quando um jogador “sai do radar”, a volta é improvável. Casos como os de João Cancelo, Zlatan Ibrahimović e Kalvin Phillips mostram que o treinador dificilmente revê suas decisões uma vez tomadas. E ainda que tenha dado a Grealish mais oportunidades do que deu a outros, até prometendo publicamente que “Jack estará de volta”, a realidade é que essa volta nunca aconteceu.

  • Jack Grealish England 2024Getty

    Lutar por uma convocação para a Inglaterra

    Jack Grealish tem mais um ano de contrato com o Manchester City e, tecnicamente, está em seu direito de cumpri-lo até o fim, recebendo o salário milionário que firmou ao assinar com o clube. No entanto, considerando o declínio acentuado em sua carreira nos últimos dois anos, será difícil encontrar outro clube disposto a igualar os vencimentos que ele recebe atualmente — especialmente com base em seu rendimento recente.

    A questão, agora, não é contratual — é de escolha pessoal e profissional. Grealish precisa decidir se está disposto a abrir mão de parte de seus ganhos para retomar sua relevância no futebol de alto nível. Permanecer no City apenas pelo salário, sem minutos em campo, seria repetir o fim de carreira de Gareth Bale no Real Madrid: um talento extraordinário relegado ao banco (ou às arquibancadas), esperando o relógio correr enquanto sua influência no jogo desaparece.

    Com 30 anos a se completar em setembro, Grealish ainda está longe do fim da linha. Ele tem tempo e talento suficientes para reescrever sua história — mas precisa agir agora. No nível internacional, também há esperança. Apesar de ter perdido espaço na seleção inglesa na última Data Fifa, existe margem para reconquista, principalmente com técnicos como Thomas Tuchel , que já demonstraram abertura para reintegrar nomes experientes como Marcus Rashford e Jordan Henderson.

  • Manchester United v Manchester City - Premier LeagueGetty Images Sport

    Siga o exemplo de Rashford

    Rashford é um bom exemplo a ser seguido. O atacante deixou um clube de Manchester onde já não se sentia valorizado, mas mostrou todo o seu talento durante o empréstimo ao Aston Villa. Algo semelhante aconteceu com Marco Asensio, que tem a mesma idade de Jack Grealish. Um retorno ao clube onde tudo começou seria um cenário dos sonhos para Grealish, e Unai Emery já provou ser especialista em revitalizar carreiras em queda.

    No entanto, Grealish não precisa, necessariamente, permanecer na Inglaterra para voltar ao radar de Tuchel. O técnico alemão acompanha de perto o futebol em todo o continente e, caso o meia se transferisse para a Espanha ou Itália e tivesse um bom desempenho, não haveria motivo para não ser novamente considerado para o elenco.

    Há até rumores sobre uma possível ida de Grealish à MLS, onde ele poderia receber um alto salário como Jogador Designado e ainda explorar grandes oportunidades comerciais nos Estados Unidos. Suas interações com os fãs americanos durante a turnê de pré-temporada do ano passado indicam que ele teria tudo para ser um sucesso também fora dos gramados.

    Independentemente do destino, uma coisa é certa: Grealish precisa deixar o Manchester City – e com urgência. Ainda há tempo para salvar sua carreira, mas isso só será possível se ele aceitar seu ciclo decepcionante no clube e partir do Etihad Stadium de uma vez por todas.

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