Ex-capitão do Manchester United revela como reação de Cristiano Ronaldo a gritos fez Alex Ferguson mudar de postura

O ex-capitão do Manchester United, Nemanja Vidić, contou no programa The Overlap, da Sky Bet, sobre o jeito explosivo de Alex Ferguson. Segundo ele, o técnico precisou mudar sua forma de agir depois que Cristiano Ronaldo não reagiu bem a uma bronca — daquelas que ficaram famosas e até ganharam o apelido de "secador de cabelo".

Vidić disse: “O Ferguson percebeu que gritar nem sempre funcionava — não que ele tivesse medo de alguém, mas entendeu que com alguns jogadores isso não adiantava. Acho que ele mudou depois de dar uma bronca no Cristiano Ronaldo. Ronaldo não reagiu bem. Talvez esse jeito funcionasse com os jogadores ingleses e britânicos, mas ele passou a ter mais cuidado com os estrangeiros.”

Vidić foi escolhido como capitão por Ferguson em 2011, após a aposentadoria de Gary Neville, mas contou que não tinha uma relação muito próxima com o técnico. Ele disse: “Nunca fui muito próximo do treinador. Se ele me perguntava algo, eu respondia, mas não passava disso. Quem conversava mais com ele era o Rio [Ferdinand] ou o Fletch [Darren Fletcher].”

Vidić deixou o United um ano depois da aposentadoria de Ferguson, em 2013. Ele criticou o técnico que assumiu em seguida, David Moyes, por não conseguir impor sua própria personalidade ao time. “Parecia que ele estava inseguro sobre o que queria fazer — se ia colocar o estilo de jogo dele ou deixar a gente continuar jogando como antes. Foi difícil para ele chegar ao Manchester United, com um elenco que tinha acabado de ganhar a Premier League e cheio de jogadores acostumados a conquistar títulos, e dizer que queria mudar tudo. A gente achava que ele teria ideias mais claras, mas ele acabou dizendo algo como ‘façam do jeito que sempre fizeram’. Acho que ele poderia ter sido mais firme, ter mostrado mais personalidade para dizer: ‘É assim que vamos jogar’.”

Vidić contou que não quis seguir carreira como treinador por causa da família e disse que não sente falta da rotina dos técnicos hoje em dia. “Meus filhos têm 18, 16 e quase 14 anos, então talvez daqui a dois ou três anos eu me envolva mais com o futebol. Mas, por enquanto, estou satisfeito com o que estou fazendo. Olhando para o futebol hoje, é tudo muito estressante. Ser treinador não é nada fácil”, afirmou.