Novo estádio do Flamengo: onde será, qual a capacidade de público, quanto vai custar e mais do sonho da casa própria rubro-negra

O Flamengo idealiza a construção de seu estádio no terreno do Gasômetro, localizado na Região Portuária do Rio de Janeiro. O clube arrematou o terreno em leilão realizado no auditório do Centro Administrativo São Sebastião, no Centro do Rio de Janeiro, por exatos R$ 138.195.000,00, que era o lance mínimo. O Flamengo foi o único interessado a apresentar uma proposta e agora tem cinco dias para realizar o pagamento à vista na conta designada pela Prefeitura do Rio de Janeiro.

O local, próximo ao Maracanã e a São Januário, foi escolhido pela sua posição estratégica, com fácil acesso e potencial para contribuir com a revitalização da área. A escolha do terreno, anteriormente pertencente à Caixa Econômica Federal, teve o apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro, que vê com bons olhos o desenvolvimento da estrutura na região.

Em entrevista logo após a confirmação da compra do terreno, Landim anunciou que o estádio já tem uma data prevista para inauguração: 15 de novembro de 2029, coincidindo com o aniversário de 134 anos do clube.

"Realizamos um estudo detalhado com mais de 280 páginas, seguindo todas as especificações rigorosamente. Assim como sonhamos, nossos torcedores também podem. Agora que estamos tirando o projeto do papel, planejamos inaugurar nosso estádio próprio em 2029, no dia do aniversário do Flamengo. Existe a possibilidade de anteciparmos em um ano, mas a previsão inicial é essa," revelou Landim.

O projeto prevê uma construção vertical, inspirada no estádio Santiago Bernabéu, do Real Madrid, para maximizar a utilização do espaço disponível, enquanto a implementação de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), como no Bayern de Munique, é cogitada como modelo de gestão.

O clube alemão vendeu participações minoritárias para três companhias alemãs de renome: Adidas, Allianz e Audi. Cada uma dessas empresas detém 8,3% da empresa Bayern, enquanto a associação civil mantém 75% das ações e o controle majoritário.

Além disso, o clube prevê capacidade para 80 mil pessoas e a implementação de um setor popular para remeter à extinta geral do antigo Maracanã.

Segundo o presidente do clube, o custo total estimado para a construção do novo estádio do Flamengo varia entre R$ 1,5 e R$ 2 bilhões. Esse valor cobre todas as fases do projeto e inclui uma margem de erro significativa, uma vez que a concepção ainda está em uma fase preliminar.

"Na fase em que estamos, sem um projeto básico, a margem de erro de qualquer orçamento é muito grande. Com um projeto básico e executivo, essa margem reduz consideravelmente. A gente estima que (o valor) seja algo entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões. Recursos, o Flamengo vai obter. Já tivemos uma boa notícia do prefeito, que vai nos ajudar com o potencial construtivo da Gávea. Ele deixou claro que o dinheiro será destinado exclusivamente à construção do estádio e que ele (Paes) estará auditando isso", explicou Landim.

Tanto Landim quanto Paes enfatizaram que o potencial construtivo é um fundo do próprio Flamengo e nenhum tipo de verba pública será tocada.

Para viabilizar financeiramente o projeto, o Flamengo busca parcerias estratégicas e a venda dos naming rights do estádio é vista como uma importante fonte de financiamento para a obra, seguindo o modelo econômico inspirado no Bayern de Munique.

"Um dos grandes potenciais que temos de arrecadação de receita são os naming rights, o nome que vamos dar. Então espero que ninguém nem apelide o estádio por enquanto porque isso vale dinheiro para o Flamengo. Vamos procurar interessados que queiram associar o seu nome ao estádio. Pode ter (nome fantasia), mas o oficial vai ter o nome com alguma grande empresa ou fundo que possa aportar recursos"

As negociações entre o Flamengo e a Caixa Econômica Federal para a compra do terreno do Gasômetro avançavam a passos lentos. O impasse se dava no valor: o Fla oferecia R$ 250 milhões, enquanto a Caixa ainda não definia um valor final, considerando a valorização da região.

Por outro lado, a Prefeitura do Rio de Janeiro, fundamental para a realização do projeto, teve um papel decisivo diante da morosidade das negociações. O prefeito Eduardo Paes (PSD-RJ) interveio e anunciou a desapropriação do terreno, garantindo a viabilidade da construção do estádio.

Embora seja torcedor do Vasco, Paes reconheceu a relevância do Flamengo para a cidade. Ele destacou que o novo estádio vai além de um simples campo de futebol, sendo um polo de entretenimento com centro de convenções e reestruturação da área.

O Flamengo parabenizou a decisão de Paes, reconhecendo a atitude do prefeito como um passo crucial para a realização do sonho da casa própria.

A desapropriação facilitou o andamento do projeto do estádio do Flamengo no Gasômetro e é prevista na Constituição, mediante interesse público. A prefeitura já havia desapropriado parte do terreno, que pertence a um fundo de investimento da Caixa. O banco ainda tentou recorrer duas vezes da decisão do prefeito da cidade e impedir o acontecimento do leilão, mas teve recursos negados.

Como parte do acordo, visto como benefício mútuo tanto para a cidade do Rio quanto para o clube, o Flamengo terá que construir um centro de convenções dentro do estádio e garantir áreas de entretenimento no entorno, como forma de revitalização da região.

Enquanto o novo estádio não fica pronto, o Flamengo continuará chamando o Maracanã de casa. Recentemente, o clube venceu a licitação para administrar o complexo junto com o Fluminense pelos próximos 20 anos.