Os grandes craques que nunca ganharam uma Bola de Ouro

Um dos maiores meio-campistas de todos os tempos, autor do gol que deu à Espanha o título Mundial em 2010, o eterno ídolo do Barcelona ainda joga profissionalmente. Mas no futebol japonês, onde defende as cores do Vissel Kobe, já não têm mais chances de ser eleito melhor do mundo. Uma injustiça, de certa forma, apesar de ter enfrentado as concorrências de Lionel Messi no próprio Barça e de um Cristiano Ronaldo no auge de suas forças no Real Madrid.

Outro campeão mundial, Buffon só não conseguiu conquistar uma Champions League. No entanto, ao longo de sua carreira pelo Parma (para onde retornou aos 43 anos para jogar na segunda divisão), Juventus e seleção italiana, Buffon passou a ser considerado um dos maiores goleiros de todos os tempos.

O atual treinador do Barcelona foi, também, um dos melhores meio-campistas da história. Assim como seu companheiro de setor, Iniesta, Xavi jogou um futebol que lhe credenciaria a uma Bola de Ouro... mas a concorrência com Messi e Cristiano Ronaldo foi quase desleal durante muito tempo.

Até a chegada de Cristiano Ronaldo ao Santiago Bernabéu, o craque que eternizara seu nome na história do clube com a camisa 7 era Raúl. O espanhol foi, durante muito tempo, a referência de um Real Madrid vencedor... e galáctico.

Seja pela seleção francesa, vestindo a camisa do Barcelona ou especialmente durante o seu auge como jogador do Arsenal, Thierry Henry mostrou ser um dos maiores atacantes de sua geração.

Grande sensação da Copa do Mundo de 2006, o francês Franck Ribéry foi um dos melhores jogadores do Bayern de Munique em todos os tempos. Mas assim como outros nomes que virão abaixo, ter sido contemporâneo de Messi e Cristiano Ronaldo lhe custou um preço nas premiações.

O holandês fez o gol que deu ao Bayern de Munique o título da Champions League em 2013, mas foi além: ajudou os Bávaros a enfileirar títulos na Alemanha.

Outros craques históricos do Bayern e seleção alemã que, apesar de terem sido grandes craques, não conseguiram ganhar uma Bola de Ouro.

Uma figura rara, especialmente para o futebol atual de transações tão milionárias quanto constantes, Totti se tornou o craque maior da Roma. Conquistou títulos importantes, incluindo a Copa do Mundo de 2006 pela Itália e muitos o consideram – em uma disputa com Pirlo e Baggio – como o maior craque italiano de todos os tempos.

Meio-campista de enorme habilidade no passe e lançamentos, especialmente jogando à frente de sua zaga, o italiano jogou pelos maiores clubes de seu país e foi peça importantíssima na Copa do Mundo de 2006.

Outro italiano campeão do mundo de 2006, Alessandro Del Piero foi, durante décadas, o grande craque de uma Juventus que dominava o futebol na Serie A e que sempre chegava forte na Champions League.

Um dos maiores símbolos do meio-campista “box-to-box”, o maior artilheiro da história do Chelsea comemorou quase todos os títulos possíveis pelo seu clube e decidia jogos.

Símbolo de um Milan campeão de tudo e um jogador que atravessou décadas e diferentes momentos do futebol, Paolo Maldini se estabeleceu como um dos maiores defensores de todos os tempos – seja atuando como lateral ou quando foi ainda mais recuado para a zaga.

Baresi talvez só não tenha sido melhor como líbero, no miolo das zagas de Milan e seleção italiana, do que Beckenbauer um dia havia sido por Bayern e Alemanha. Isso resume bastante o tamanho do ídolo rossonero na história do futebol.

O astro inglês era referência não apenas nas bolas paradas, mas também era um símbolo de criatividade de um dos melhores times que o Manchester United já teve – onde mais brilhou, apesar das passagens por Real Madrid, Milan, PSG e outras equipes.

Quando o Liverpool se estabeleceu como um gigante do futebol europeu, entre os anos 70 e 80, o grande craque do time era o escocês Kenny Dalglish.

Puskas não recebeu a Bola de Ouro por três razões: no seu ague, em 1954, o prêmio ainda não existia e nos anos que se seguiram o húngaro passou muito tempo sem jogar (como consequência de ter fugido de seu país como refugiado). Quando, já mais veterano, brilhou pelo Real Madrid, a grande estrela do time era Di Stefano.

Em 2010, Sneijder conduziu a Internazionale de Milão a todos os títulos possíveis e ainda foi vice-campeão da Copa do Mundo naquele ano. Em uma das decisões mais discutidas da história da Bola de Ouro, não ficou com o prêmio.

Como até o início dos anos 1990 a Bola de Ouro era entregue apenas a jogadores europeus, nomes do mais alto quilate do futebol, como Pelé, Garrincha e Maradona, sequer eram considerados. Isso foi consertado em 2015, quando a France Football concedeu prêmios honorários a estes e outros craques.

Desta forma, e sem ter tirado a validade das premiações dadas a europeus naquele passado, a France Football considerou que Pelé teria sido Bola de Ouro em 1958, 1959, 1960, 1961, 1963, 1964 e 1970. Garrincha teria sido o vencedor em 1962. O argentino Mario Kempes ficaria com o prêmio de 1978 e Diego Maradona com os de 1986 e 1990. Romário, com o de 1994.