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Tauan Ambrosio

Copa do Mundo de 2026 acabou com a tensão das Eliminatórias para o Brasil

Se mais da metade das seleções se classificam, é possível afirmar sem medo que a seleção brasileira vai para o Mundial nos EUA, Canadá e México

A seleção brasileira goleou a Bolívia, no estádio Mangueirão, em Belém do Pará. Foi o início de uma nova jornada, um novo ciclo visando a Copa do Mundo de 2026. A grande novidade no Mundial a ser disputado nos Estados Unidos, Canadá e México é o aumento no número de países participantes: ao invés dos 32 que disputavam as fases de grupo desde 1998, agora serão 48 times.

Na distribuição feita pela FIFA, a Conmebol ganhou mais duas vagas diretas para as seleções da América do Sul. Desta forma, é possível atestar, antes mesmo do primeiro pontapé inicial, que o Brasil já está basicamente garantido na próxima Copa do Mundo. O histórico mostra que apenas uma hecatombe sem qualquer tipo de precedentes tiraria a camisa canarinho do certame.

Se antes as Eliminatórias já não representavam um grande obstáculo para o Brasil seguir como único país a se fazer presente em todas as edições de Copa do Mundo, agora qualquer senso de tensão acabou. Com isso, também vai pelo ralo um pouquinho da graça da competição -- ainda que existam outros pontos importantes a serem bem observados no ciclo até o Mundial de 2026.

  • World Cup 2026FIFA

    Novo sistema de classificação

    A partir desta edição das Eliminatórias Sul-Americanas, seis equipes se classificam diretamente para o maior dos torneios de futebol. E o sétimo colocado ainda terá direito a participar da repescagem. Nas edições anteriores, eram quatro seleções com vaga direta e a quinta colocada ainda buscava uma última chance de disputar o Mundial.

    Ou seja, a não ser que surjam novos países sul-americanos, que ainda não existem no momento em que este texto é publicado, um total de sete entre dez seleções filiadas à Conmebol poderá se classificar à próxima Copa do Mundo.

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  • Classificação basicamente garantida

    Em toda sua história, a pior campanha brasileira em Eliminatórias aconteceu no caminho rumo à Copa do Mundo de 2002. Em 18 jogos, foram nove vitórias, três empates e impressionantes seis derrotas. O Brasil ficou na terceira posição. Apesar da vaga direta ter sido conquistada, a jornada que terminaria com título mundial na Ásia foi cercada de medo, tensão e crises.

    O futebol costuma ser apontado como o esporte onde tudo é possível, e há uma parte de verdade nisso. Mas, no cenário sul-americano, as chances de a seleção brasileira terminar abaixo da sexta ou sétima posição é a mesma de um tubarão latir – com o perdão do exagero pela comparação bizarra. Portanto, seu coração pode ficar tranquilo: o Brasil já está na Copa do Mundo de 2026. Pode ir juntando dinheiro e treinando suas capacidades em falar inglês e espanhol caso queira acompanhar a competição in loco.

  • Jogos com clima de amistoso?

    E ainda que vitórias tenham que ser conquistadas, é inegável que a maior parte dos jogos acabam perdendo em importância neste novo formato. Se o Brasil está praticamente classificado para a próxima Copa do Mundo, agora que o número de vagas teve aumento substancial, os duelos das Eliminatórias, salvo contra Argentina e Uruguai, não deixam de ganhar um certo sabor de amistoso. O nível fraco de competitividade, menos pelas capacidades das outras equipes e mais pelo exagerado número de convites distribuídos para a festa, pode fazer diminuir o grau de competitividade para o Brasil.

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  • Diniz convocaçãoAndré Durão / MoWA Press

    Montagem do time, o grande desafio

    E sem um alto grau de competitividade, a montagem de um time forte fica mais em dúvida. Basta olhar para os últimos ciclos de Copa do Mundo, quando a falta de embates contra grandes seleções europeias parece ter sido um dos muitos ingredientes para os fracassos recentes.

    Mas ainda que o formato da Copa do Mundo de 2026 tenha acabado com a tensão das Eliminatórias para o Brasil, o ciclo da seleção canarinho terá muitos outros temas importantes a serem analisados. A começar pelo mais óbvio e principal: quem será o treinador da equipe? Fernando Diniz seguirá até o fim ou vai mesmo servir como tampão até o italiano Carlo Ancelotti chegar? Como será tocada a renovação do time?

    Se às vezes seleções se encontram apenas meses antes de uma Copa do Mundo começar, a jornada que se inicia promete muitos testes e a já costumeira corneta da torcida... mas tensão em relação a Eliminatórias, senso de urgência para se obter uma classificação para o Mundial? Ah, isso agora acabou.

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