Como vai ser a escalação do Manchester City em busca de uma nova Tríplice Coroa

Houve momentos na última temporada em que torcedores se perguntaram se Ederson ainda tinha o que era preciso para ser camisa 1 do City. Teve uma série de várias partidas seguidas concedendo gols nos primeiros chutes que vinham em direção à meta e praticamente deu um gol ao Tottenham na épica vitória por 4 a 2, em janeiro. Além disso, teve mais competição com Stefan Ortega do que com o sucessor, Zack Steffen. Contudo, o brasileiro teve uma das suas melhores atuações na carreira na final da Liga dos Campeões. E isso provou que ele ainda é a principal escolha sob os três postes.

Os rumores sobre a saída de Kyle Walker foram exagerados. Após ter impressão de que sua carreira seguiria outros rumos ao fim da última temporada e ser publicamente criticado por Guardiola após a Copa do Mundo, o lateral-direito lutou e conseguiu voltar ao topo da hierarquia no momento mais importante da temporada. Mais uma vez, provou que poucos atacantes podem vencê-lo no 1-a-1 e, quando começou a ser seduzido pelo Bayern de Munique, o City logo tratou de pedi-lo para considerar permanecer. Walker atuou com bastante liberdade nesta pré-temporada e pode atacar ainda mais nesta próxima campanha.

Em uma linha de zaga que sempre mudava jogo a jogo, Rúben Dias era a única constante. Depois de um início irregular na última temporada, não demorou para se reencontrar e recuperar o status de titular absoluto. Os atributos físicos e de liderança de Dias o tornaram um pilar do time titular de Guardiola. Nesta temporada, isso não deve mudar.

Gvardiol tem todos os atributos para a nova visão defensiva de Guardiola e não deve carecer de muito tempo para se adaptar à Premier League. Embora tenha jogado como zagueiro no RB Leipzig, adora chegar mais à frente - como fez pela Croácia, no Qatar. Deve ser um problema para os adversários em ambas as grandes áreas. Sua prioridade, claro, será defender, mas, com um pouco de comunicação com John Stones, o defensor de 21 anos deverá ser capaz de oferecer apoio atacando pela esquerda.

Stones foi a revelação da última temporada, exercendo um papel híbrido, alternando entre meio-campo e zaga. Apelidado de o "Beckenbauer de Bansley", salvou sua melhor performance da temporada para a decisão da Champions. A chegad de Kovacic poderia fazer com que Guardiola volte a utilizá-lo na primeira linha, com o croata formando dupla de volante com Rodri, como na Community Shield, mas fato é que Stones dominou a posição nos últimos três meses da temporada, período no qual o City foi praticamente perfeito. Deve seguir sendo a primeira opção, à frente de Kovacic.

Rodri foi o jogador de linha com mais minutos em campo na última temporada e um dos três melhores do time ao longo da temporada, ao lado de De Bruyne e Erling Haaland. Frequentemente foi o 'herói improvável' e foi assim que marcou o gol do título histórico na final da Liga dos Campeões. Ele pode precisar ter um pouco mais de tempo de descanso desta vez, mas não há discussão: ainda é um titular absoluto e comandará novamente o meio-campo.

O City venceu uma grande batalha conseguindo manter Bernardo Silva em meio às investidas do Barcelona. E precisam ser gratos, dado que já perderam dois jogadores importantes nesta janela, Riyad Mahrez e Ilkay Gündogan. Bernardo deve atuar mais à frente agora, criando jogadas e marcando gols para suprir essas saídas.

De Bruyne pode precisar começar alguns jogos no banco, ainda se recuperando do problema muscular da decisão em Istambul. Na Community Shield, parecia estar longe da melhor forma, mas, uma vez 100% recuperado, deve seguir no bom nível que mantinha no fim da última temporada, com 31 assistências e dez gols. A parceria com Haaland também deve continuar.

Foden não passou de um substituto na segunda metade da temporada, primeiro sendo deslocado de sua posição usual para dar espaço a Jack Grealish e, depois, lutando contra lesões e uma apendicite. Mas foi justamente vindo do banco na final da Champions que lembrou todo mundo de suas qualidades. Agora sem Gündogan, sua habilidade vindo à área e marcando gols lhe coloca na disputa por uma vaga no meio. E ele conseguiria se adaptar: "É um papel que se enquadra muito mais com meu estilo de jogo", disse, na pré-temporada.

Depois de uma difícil primeira temporada, Grealish enfim se encontrou no City e se tornou exatamente no jogador que Guardiola queria quando o trouxe do Aston Villa. Ele precisou adaptar seu estilo e se tornou em alguém que joga pelo time. Assim como Bernardo, as saídas de Gündogan e Mahrez devem dá-lo mais espaço para melhorar sua média de gols - marcou apenas cinco na última campanha.

Seria possível marcar mais do que os 36 gols da última temporada no Inglês. Claro, a resposta é sim. O norueguês consegue melhorar toda temporada e ninguém esperava que ele tivesse essa média, no que se tornou sua melhor temporada da carreira. Desta vez as defesas devem estar mais bem preparadas para enfrentá-lo -mas ele também estará. Haaland pode não ter tido sua melhor atuação na Community Shield, mas o mesmo aconteceu no ano passado, contra o Liverpool. Ele respondeu com dois gols logo na estreia, contra o West Ham, uma semana depois. Esteja, portanto, Burnley, avisado.