Como o Manchester United viu até Old Trafford perder sua força como "caldeirão"

Após a aposentadoria de Ferguson, Old Trafford perdeu sua reputação de "caldeirão", com sete equipes vencendo por lá no primeiro ano pós-aposentadoria.

Mas na última tempoada, o teatro realmente parecia ser dos sonhos para o torcedor, com o United colecionando incríveis 30 jogos consecutivos de invencibilidade em casa.

E esse fator acabou se demonstrando preponderante para alcançar o terceiro lugar na Copa da Inglaterra e a final da Copa da Liga Inglesa.

Mas para a temporada 2023/34, Old Trafford se tornou um cenário caótico para o Manchester United. A equipe de Ten Hag venceu apenas metade de seus 16 jogos em todas as competições, sofrendo sete derrotas. Dentre elas, cinco vezes sofrendo três gols, algo nem se quer sonhado no ano passado.

E o motivo da queda de aproveitamento é praticamente impossível de explicar, afinal, assim é o futebol!

Não à toa, o que era impossível de acontecer a pouco tempo atrás, o United conseguiu sofrer dois placares de 3 a 0 seguidos, primeiro para seu maior rival, Manchester City, e depois para o Newcastle, se tornando a primeira vez desde 1962 que perderam jogos consecutivos em casa por três gols.

Apesar de vitórias apertadas contra Luton Town e Chelsea, o United enfrentou mais problemas após a vergonhosa derrota para o Bournemouth, novamente de 3 a 0.

Isso gerou preocupação entre os torcedores, que já estavam desanimados ao enfrentar o Bayern de Munique na Champions League. Mesmo perdendo por apenas 1 a 0, o United mal competiu com os alemães, evidenciando um abismo entre as equipes que antes se consideravam grandes rivais europeias.

Embora tenham demonstrado brilho ofensivo contra Aston Villa e Tottenham em casa, os resultados positivos temem em aparecer. O resumo da temporada até aqui, é que poucos jogos serviram para que o torcedor desfrutasse do espetáculo, dando lugar a raiva e angústia.

Até as vitórias em Old Trafford parecem ter vindo por pura sorte. Contra o Wolves na primeira rodada, por exemplo, o United venceu apesar do domínio adversário e de inúmeras chances desperdiçadas. A sorte também esteve presente no 3 a 2 conquistado sobre o Nottingham Forest, a qual o adversário abriu o placar com dois gols relâmpagos e tiveram uma expulsão no mínimo, questionável e duvidosa. A única vitória tranquila em casa, por 3 a 0 na Copa da Liga Inglesa contra o Crystal Palace, teve o adendo de que o Palace poupou jogadores para a Premier League.

Vitórias apertadas sobre Copenhagen e Brentford foram consideradas "por pouco", sendo que a primeira teve um pênalti defendido por Andre Onana no último lance, e a segunda foi possibilitada por dois gols de Scott McTominay nos acréscimos.

A campanha como visitante é ainda pior, com apenas 40% de vitórias em jogos na liga. Nas últimas quatro partida a qual não era mandante, conquistaram apenas um ponto e marcaram um gol.

Old Trafford, que deveria ser um refúgio, tornou-se motivo de risos, com torcedores adversários entoando "Old Trafford está desabando". O estado decadente do estádio, negligenciado pela família Glazer desde sua expansão em 2006, é alvo de provocação, especialmente em comparação com as novas arenas de Tottenham, Arsenal, Etihad Stadium e Anfield.

Ten Hag provavelmente não permanecerá no comando para ver um novo estádio, e sua permanência até o final da temporada é incerta, dada a impaciência da INEOS.

Eles atribuem os maus resultados às lesões no United e a decisões arbitrais, mas essas desculpas podem não ser aceitas por Ratcliffe e seus assessores. O United precisa urgentemente de um estilo de jogo definido, ao contrário do futebol reativo contra Tottenham e Bayern, que não é garantia de sucesso.